Dez ministros do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) deixaram o governo nesta quinta-feira (31). Noves deles participaram, juntos, de uma solenidade no Palácio do Planalto para passar os cargos a seus sucessores, nesta manhã. E o ministro da Defesa, Braga Netto, saiu do governo à tarde. Todos devem disputar as eleições de outubro. Pela lei eleitoral, precisariam sair pelo menos seis meses antes da votação do primeiro turno, marcada para 2 de outubro.
A exoneração deles já foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta. Os ministros que deixam os cargos são os seguintes:
- Damares Alves, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos
- Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura
- Onyx Lorenzoni, do Trabalho e Previdência
- Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia
- Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional
- Tereza Cristina, da Agricultura
- Flávia Arruda, da Secretaria de Governo
- João Roma, da Cidadania
- Gilson Machado, do Turismo
- Braga Netto, da Defesa
Os ministros que deixam a Esplanada foram substituídos por nomes que já faziam parte do próprio ministério ou que eram de órgãos ligados a essas pastas. Isso atende a um pedido do presidente Bolsonaro de não haver descontinuidade no trabalho que já vinha sendo feito.
Quais são os cargos que os ex-ministros vão disputar nas eleições
O agora ex-ministro da Defesa, Braga Netto, possivelmente vai ser o candidato a vice na chapa de reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Braga Netto se filiou ao PL. Quem assumiu o ministério foi o então comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, vai disputar uma vaga do Senado pelo Mato Grosso do Sul. Tereza Cristina se filiou ao Progressistas (PP) e terá o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado. Quem assume a Agricultura é o secretário-executivo do ministério, Marcos Montes, ex-deputado federal pelo PSD.
O ministro da Infraestrutra, Tarcísio de Freitas, é pré-candidato ao governo do estado de São Paulo. Filiado ao Republicanos, Freitas será o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) no principal colégio eleitoral do país. O sucessor de Tarcísio à frente da Infraestrutura será o secretário-executivo da pasta, Marcelo Sampaio. É um quadro técnico e nome da confiança do próprio ministro. Além disso, é genro do ministro-chefe da Secretaria-Geral, Luiz Eduardo Ramos.
O ministro Onyx Lorenzoni, que deixa o Ministério do Trabalho, vai concorrer ao governo do Rio Grande do Sul. Filiado ao PL, Lorenzoni pretende garantir palanque para Bolsonaro no estado. Ele será substituído por José Carlos Oliveira, presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O ministro da Cidadania, João Roma (PL), deve concorrer ao governo do estado da Bahia. Roma ingressou no mesmo partido de Bolsonaro no último domingo (27), depois de sete anos filiado ao Republicanos. A troca de sigla foi articulada depois que o presidente do Republicanos na Bahia, deputado Márcio Marinho, apresentou resistências em oficializar o nome de Roma na disputa estadual. Quem assume o ministério é Ronaldo Vieira Bento, que era chefe da assessoria de assuntos estratégicos da pasta.
A ministra Damares Alves, que deixa nesta quinta o comando do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, se filiou ao Republicanos, mas ainda não bateu o martelo sobre qual cargo pretende concorrer na disputa eleitoral deste ano. Ela chegou a negociar entrar na disputa do Senado pelo Amapá, mas acabou recuando da candidatura. Nos bastidores, aliados de Damares sinalizam que ela pode tentar agora uma cadeira pela Câmara dos Deputados, mas pelo Distrito Federal. A nova ministra será Cristiane Britto, secretária nacional de políticas para as mulheres.
A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, deixa o governo para concorrer a uma vaga ao Senado pelo Distrito Federal. Filiada ao PL, a ministra terá o apoio do presidente Jair Bolsonaro na capital do país. O novo ministro será Célio Faria Junior, que até então era chefe do gabinete de Bolsonaro.
O ministro Rogério Marinho deixou o comando do Ministério do Desenvolvimento Regional para concorrer uma vaga ao Senado pelo Rio Grande do Norte. O pré-candidato está filiado ao PL, mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro. Quem assume o Desenvolvimento Regional é Daniel de Oliveira Duarte Ferreira, que era secretário-executivo do ministério.
O ministro do Turismo, Gilson Machado, deixa o governo para disputar uma vaga do Senado pelo estado de Pernambuco. Ele se filiou ao PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. O Turismo, a partir de agora, passa a ser comandado por Carlos Brito, que era presidente da Embratur.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, vai disputar uma cadeira da Câmara dos Deputados pelo estado de São Paulo. Paulo Alvim, secretário de Empreendedorismo e Inovação, vai assumir o comando da pasta a partir de agora.
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