Os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB), participaram nesta quarta-feira (19) de um debate promovido pela Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul). Durante o encontro, os políticos mantiveram o tom hostil que ficou marcado no último debate entre os dois.
Em seu discurso de abertura, Leite relembrou alguns feitos de seu governo para estancar o déficit fiscal e promover as reformas da previdência e administrativa no Estado, além das privatizações. “Todos que estão aqui, empreendedores que são, sabem de onde viemos, o quanto avançamos e o quanto ainda temos para fazer pela frente. Não podemos retroceder. Foi duro, suado e um grande esforço para chegarmos até aqui”, disse afirmou o candidato do PSDB.
Em sua apresentação inicial, Lorenzoni citou a polêmica que se criou por ele ter se recusado a apertar a mão de Leite após um debate promovido pela Rádio Gaúcha e o jornal Zero Hora, na última semana, e disse que ele e sua família foram vítimas de ataques do adversário. “Eu recebi ataques inomináveis. Fui acusado de um crime que não cometi, que agora está no Ministério Público para que seja feita a investigação. Vi ofendida minha família, a mim e meu filho. Quando saí do debate, meu adversário queria que eu o cumprimentasse. Se um filho de cada um de vocês for agredido por alguém e vocês encontrarem esse agressor, alguém estende a mão?”, questionou o ex-ministro.
“A partir daí se iniciou uma falsa polêmica”, afirmou. “Mas o Deus que eu sirvo me ensinou a perdoar. Hoje de manhã eu estendi a mão e cumprimentei meu adversário e pedi a ele que parasse com a campanha de baixo nível que tem sido feita contra nossa pessoa. Vim aqui para discutir propostas e vou continuar nessa linha”, disse. Ele também criticou o fechamento do comércio gaúcho durante a pandemia. “Quando ouvimos um enfileirar de propostas ou ideias eu fico me perguntando onde foi que isso aconteceu. Em que realidade. Aqui estão reunidas pessoas que sofreram o fecha tudo”, disse.
“Eu quero anunciar aqui para que fique essa marca no debate que a Casa Civil do governo do Estado do Rio Grande do Sul será mudada para se transforma num centro de governo no padrão OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico”, anunciou Lorenzoni. “O papel político da Casa Civil será transferido para uma secretaria de governo que vai cuidar da relação do governo com o parlamento e os municípios”, disse.
Ao falar sobre quais ações serão tomadas para buscar o equilíbrio fiscal do Rio Grande do Sul e quais serão suas prioridades caso exista espaço orçamentário no governo, Lorenzoni afirmou que pretende enfrentar a burocracia pesada do estado. “Temos que enfrentar a questão da regulação com equilíbrio, com bom senso. O empreendedor gaúcho precisa ter apoio para que possa disputar com outros estados e ter capacidade competitiva para poder levar seu produto para fora do estado”, disse, citando ações do governo federal.
Ao ser questionado pela Federasul sobre suas propostas para incrementar a competitividade das empresas gaúchas e para mandar novos investimentos nacionais e internacionais ao estado, o ex-governador gaúcho Eduardo Leite usou parte do seu tempo para rebater as acusações iniciais de Lorenzoni, de que teria feito ataques contra o filho do ex-ministro, afirmando que a baixaria nesta campanha eleitoral tem partido da campanha do candidato apoiado pelo governo federal, que, segundo Leite, tem remunerado empresas para propagar mentiras contra ele nas redes sociais. “Não houve ataque. Seu filho foi meu secretário e foi até um bom secretário. Não tenho reclamação maior dele, a não ser depois que saiu do governo, e aí por oportunismo político, possivelmente, começa a desferir ataques”, disse Leite.
Ao falar sobre o desenvolvimento, o ex-governador disse que irá levar ao estado um pilar fundamental de seu plano de governo, que é educação. “Um dos grandes problemas da educação no Rio Grande do Sul e no Brasil é justamente que muitos dos alunos saem das escolas sem conseguir separar fato de opinião. É um problema de interpretação. E a gente ouviu aqui tantas vezes. ‘Isso é um fato, isso é um fato. Não é fato. É narrativa, é opinião. Não é verdade que o Brasil tenha uma das gasolinas mais baratas do mundo. Não é verdade que não avançamos em competitividade”, disse Leite, em tom de ironia sobre afirmações anteriores feitas por Lorenzoni.
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