O candidato do Pros à Presidência da República, Pablo Marçal, diz não ver “chance jurídica” de ter sua candidatura invalidada pelo Judiciário e que não vai desistir do seu projeto para as eleições de 2022. A declaração foi dada em entrevista ao vivo à Gazeta do Povo, concedida na noite desta terça-feira (23).
A sabatina com Marçal foi a primeira de uma série que a Gazeta fará com os presidenciáveis. Foram convidados para as entrevistas todos os candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional.
A candidatura de Marçal é alvo de uma disputa judicial por conta de uma briga pelo comando do Pros, que envolve duas alas rivais. Uma delas, liderada por Marcus Holanda, é favorável à candidatura de Marçal. Outra, encabeçada por Eurípedes Júnior, defende que o partido se coligue com o PT, em torno do nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesta terça, o grupo de Eurípedes teve nova vitória após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinar que o tempo destinado ao Pros na propaganda eleitoral seja incorporado ao da candidatura de Lula. O prazo limite para a definição pelo Judiciário da situação da candidatura de Marçal é o dia 12 de setembro, mas a expectativa das campanhas é que a resolução saia ainda antes.
“Não tem chance jurídica de o Pros invalidar a minha candidatura. Se isso acontecer, vai ser um atentado à democracia e a gente vai começar a eleição com o pé esquerdo”, afirmou Marçal. O candidato disse que seu nome sofre “perseguição” e que isso é um indicativo de que sua candidatura incomoda adversários. Marçal somou 1% das intenções de voto na última pesquisa FSB, divulgada na segunda-feira (22), e 0% no levantamento mais recente do Datafolha, publicado no dia 18.
A briga que envolve os diferentes grupos do Pros dura desde 2020 e, ao longo destes anos, Eurípedes Júnior, o atual comandante do Pros, foi acusado de utilizar verbas públicas para comprar um helicóptero que utilizava para deslocamentos particulares. Marçal lembra que, à época de sua escolha pelo Pros como candidato do partido, o grupo de Eurípedes não estava no comando da legenda.
Lula e Bolsonaro são “Tom e Jerry”, afirmou candidato
O candidato fez críticas ao ex-presidente Lula e também ao atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), que lideram as pesquisas recentes Datafolha e FSB. Marçal responsabilizou Lula e sua sucessora, Dilma Rousseff, pelo esquema de corrupção conhecido como “petrolão” e afirmou que o Brasil passará por um retrocesso caso o petista volte à Presidência da República.
Em relação a Bolsonaro, Marçal disse considerar o presidente despreparado para o exercício da função e declarou que o chefe do Executivo errou ao desestimular a população a se vacinar contra a Covid-19.
Marçal chamou Bolsonaro de “antibiótico vencido”, uma analogia à ideia de que o presidente foi escolhido para “curar” males que existem no Brasil, mas que não conseguiu cumprir sua meta. O candidato comparou o atual presidente e o petista aos personagens do desenho animado “Tom e Jerry”: Lula para ele seria o “rato” e Bolsonaro se assemelharia ao gato Tom, que ao tentar resolver um problema, acaba “destruindo a casa”.
Reforma política é prioridade para Marçal
O candidato disse que uma das metas de sua eventual gestão é a adoção de um imposto que congregue os tributos hoje existentes. Com o tributo, segundo ele, “o brasileiro vai querer pagar imposto”. Marçal elogiou o ex-presidente Michel Temer (MDB), que segundo ele conseguiu aprovar reformas significativas em um curto mandato. E também neste aspecto ele criticou Lula, pelo fato de o ex-presidente ter sinalizado que em um novo governo revogará a reforma trabalhista e o teto de gastos.
Para Marçal, porém, a implantação de reformas só será possível com a aprovação de uma reforma política, que ele menciona como prioridade. O candidato do Pros se colocou contrário à reeleição e disse defender que o financiamento de campanhas seja feito de forma privada, mas sem doação de recursos por pessoas jurídicas.
Marçal colocou ainda que pretende manter fiscalização intensa sobre a Amazônia, com a desativação de pistas de pouso clandestinas. Para ele, a floresta tem que ser transformada em um ativo turístico do país.
Metodologia das pesquisas citadas
O Instituto FSB Pesquisa ouviu, por telefone, 2 mil eleitores entre os dias 19 e 21 de agosto de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pelo banco BTG Pactual e está registrada no TSE com o protocolo BR-00244/2022.
O Datafolha entrevistou 5.744 eleitores entre os dias 16 e 18 de agosto em 281 cidades. O levantamento foi contratado pelo jornal Folha de S. Paulo e pela TV Globo e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo BR-09404/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
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