Quem deseja concorrer nas eleições precisa apresentar à Justiça Eleitoral uma declaração de bens. Além de possibilitar a fiscalização do uso de dinheiro dos próprios candidatos nas campanhas, a declaração possibilita que os cidadãos fiscalizem a evolução do patrimônio dos representantes eleitos.
Em 2022, por causa da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), o TSE não divulga detalhes dos bens dos candidatos. Não há, por exemplo, endereços de imóveis, nem o detalhamento de empresas em que os concorrentes têm participação societária.
A Gazeta do Povo verificou, no site da Justiça Eleitoral, qual é o patrimônio declarado de dez candidatos nas eleições de 2022. Os nomes foram selecionados a partir de um levantamento da consultoria Metapolítica, que indicou os políticos mais influentes de cada região do país. Veja as informações:
Aécio Neves
Ex-senador, ex-governador e atualmente deputado federal, Aécio Neves (PSDB-MG) busca a reeleição em 2022. Ao TSE, Aécio declarou ter um total de R$ 1,94 milhão em bens, divididos em vários itens.
A lista inclui R$ 220 mil em um apartamento; R$ 130 mil em um veículo; R$ 20 mil em joias, quadros, objetos de arte ou semelhantes; e R$ 122 mil decorrentes de um empréstimo. Ele também tem R$ 680 mil em cotas de capital, R$ 365 mil em "outras aplicações em investimento" e R$ 304 mil em "outros bens e direitos", que não foram detalhados.
Nas últimas eleições gerais, em 2018, Aécio havia declarado um patrimônio bem maior. Segundo o registro no TSE, ele possuía mais de R$ 6 milhões em bens. À época, Aécio declarou ter quase R$ 1 milhão só em aplicações de renda fixa, além de R$ 4,5 milhões em cotas de capital.
Arthur Lira
Atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) tem R$ 5,9 milhões em bens, segundo declarou ao TSE.
A lista é extensa: há, por exemplo, um apartamento de quase R$ 706 mil; duas casas (uma de R$ 40 mil e outra de R$ 1,2 milhão); um terreno de R$ 508 mil; e até uma embarcação no valor de R$ 100 mil. Lira declarou, ainda, ter R$ 827 mil em apenas uma de suas contas correntes.
Nas eleições de 2018, o patrimônio declarado pelo deputado era bem menor, de R$ 1,7 milhão. Não tinha ainda, por exemplo, a casa de R$ 1,2 milhão. Lira, que tentará a reeleição, tinha bem menos dinheiro em conta corrente, mas guardava R$ 70 mil em espécie.
Davi Alcolumbre
Ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil) tenta reeleger-se no Amapá.
Segundo sua declaração de bens, Alcolumbre tem menos de R$ 955,6 mil em patrimônio. Além de uma casa no valor de R$ 585 mil, o candidato declarou possuir um veículo de R$ 25 mil, dois terrenos de R$ 16 mil cada e aplicações. Em sua conta corrente, segundo a declaração, há R$ 133,44.
Em 2014, quando concorreu a senador pela primeira vez, Alcolumbre declarou apenas um bem: a casa no valor de R$ 585 mil.
Fernando Collor
O ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTB) concorre, em 2022, ao governo de Alagoas. Sua declaração de bens soma R$ 6,2 milhões, incluindo investimentos, casas e outros imóveis.
Collor declarou, por exemplo, uma loja no valor de apenas R$ 2,8 mil. O candidato também disse à Justiça Federal possuir um terreno que vale R$ 150. O maior valor que consta na declaração é de uma casa, de mais de R$ 4 milhões.
Em 2014, quando se elegeu senador, Collor tinha um patrimônio bem maior declarado, no valor de R$ 20 milhões. Naquele ano, o candidato tinha, além de vários empréstimos e outros bens, 14 veículos. O mais caro valia R$ 714,4 mil.
Em 2015, Collor teve carros de luxo apreendidos em sua casa, em Brasília, no âmbito da operação Lava Jato. Ele também teve um carro Bentley Continental leiloado pela Justiça de São Paulo neste ano por dívidas de IPVA, que somavam mais de R$ 400 mil.
Gleisi Hoffmann
Presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann declarou possuir R$ 1,49 milhão em bens. No patrimônio estão dois apartamentos (um de R$ 245,5 mil e outro de quase R$ 1 milhão), um veículo no valor de R$ 88 mil e mais R$ 31 mil em conta corrente.
Na eleição anterior, de 2018, Gleisi declarou patrimônio menor, de R$ 1,45 milhão. Na ocasião, por exemplo, a candidata declarou ter R$ 255,36 em conta bancária.
Gleisi concorre à reeleição para o cargo de deputada federal pelo Paraná.
José Serra
Atualmente senador, José Serra (PSDB) se candidatou a deputado federal por São Paulo nas eleições de 2022. À Justiça Eleitoral, o ex-governador disse ter pouco mais de R$ 500 mil em bens.
Os dois valores mais altos da lista são de uma "sala ou conjunto", de R$ 240 mil, e de uma caderneta de poupança, com R$ 130,5 mil.
Quando concorreu a senador em 2014, Serra declarou ter R$ 1 milhão a mais em bens. Ele tinha, por exemplo, uma casa de R$ 62 mil e um terreno de R$ 44 mil.
Marina Silva
Ex-ministra e ex-senadora pelo Acre, Marina Silva (Rede) concorre, em 2022, a deputada federal por São Paulo. Ela afirma ter R$ 120 mil em patrimônio, incluindo uma casa de R$ 60 mil e R$ 12,3 mil em conta corrente.
Em 2018, Marina disputou a Presidência da República, também pela Rede. Seu patrimônio, à época, era semelhante, segundo a declaração feita à Justiça Eleitoral. Ela tinha R$ 118 mil em bens. Em 2018, Marina tinha mais aplicações em renda fica (mais de R$ 7 mil) do que agora (R$ 682).
Renan Calheiros Filho
Depois de ser governador de Alagoas por dois mandatos consecutivos, Renan Calheiros Filho disputa o Senado pelo mesmo estado em 2022. O candidato declarou ter R$ 1,36 milhão em bens, incluindo um apartamento de quase R$ 270 mil, um veículo de R$ 240 mil, mais de R$ 400 mil em participações societárias e quase R$ 350 mil em aplicação de renda fixa.
Em 2018, quando foi reeleito governador, Renan Filho declarou patrimônio de R$ 1,2 milhão. Naquele ano, além da casa e do veículo, o candidato também possuía uma sala no valor de R$ 240 mil, aplicações financeiras e outros bens.
Ricardo Barros
Deputado federal pelo Paraná em busca da reeleição, Ricardo Barros (PP) afirma ter R$ 8,7 milhões em bens. Ele é o candidato mais rico da atual bancada paranaense na Câmara, segundo os dados da Justiça Eleitoral.
Além de vários empréstimos e aplicações financeiras, o candidato declarou um terreno de R$ 30 mil e outro de R$ 60 mil, uma sala de R$ 26,6 mil e um apartamento de R$ 130 mil.
Barros foi ministro da Saúde no governo de Michel Temer (MDB), além de líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados. Nas eleições de 2018, ele tinha R$ 3,2 milhões a menos em patrimônio, de acordo com as informações prestadas à Justiça Eleitoral.
Tereza Cristina
Ex-ministra da Agricultura no governo de Bolsonaro, Tereza Cristina (PP) elegeu-se, em 2018, para deputada federal. Agora, ela tenta ser senadora pelo seu estado, o Mato Grosso do Sul.
Entre uma eleição e outra, segundo suas declarações de bens, a candidata acumulou mais de R$ 500 mil. Hoje ela tem R$ 5,6 milhões em patrimônio, incluindo dois apartamentos de mais de R$ 500 mil e uma casa no valor de R$ 156 mil. A candidata declarou, ainda, ter mais de R$ 1 milhão em aplicações e investimentos.
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