Concentrando mais de 71,2 milhões de eleitores, os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia são os quatro maiores colégios eleitorais do Brasil. Ao todo, essas regiões representam 47% de todo o eleitorado apto para votar nas eleições deste ano, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, os dois principais nomes da corrida presidencial deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) buscam consolidar palanques que ampliem suas bases nesses estados. De acordo com levantamentos do instituto Quaest, Lula está à frente de Bolsonaro em São Paulo, Minas Gerais e na Bahia. Já no Rio de Janeiro, o instituto mostra um empate entre os dois.
Veja abaixo como estão os números das pesquisas em cada estado, o perfil do eleitor que mais tende a votar em Lula e em Bolsonaro e como os dois estão articulando suas campanhas para conquistar mais votos em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia:
Com Lula, PT acredita que pode recuperar eleitorado de São Paulo
Com mais de 32,6 milhões de eleitores, São Paulo é o maior colégio eleitoral do país, representando 21,7% de todo o eleitorado. De acordo com o levantamento do instituto Quaest, Lula lidera no estado com 39% das intenções de voto, contra 28% de Bolsonaro.
A vantagem do petista se dá, principalmente entre o eleitorado feminino, onde ele tem 41% das intenções de voto, contra 23% de Bolsonaro. Entre o eleitorado masculino, o ex-presidente somou 36%, ante 35% do atual presidente.
Na comparação por nível de escolaridade, Bolsonaro lidera entre os eleitores com nível superior, por 35% contra 25% de Lula. Já entre os eleitores com ensino fundamental, Lula tem 48%, contra 22% de Bolsonaro. O petista também apresenta uma vantagem entre o eleitorado com nível médio de ensino: 41% contra 29% de Bolsonaro.
Até o momento, integrantes da cúpula petista comemoram o desempenho de Lula no principal colégio eleitoral do país. Em 2018, por exemplo, Fernando Haddad (PT) foi derrotado por Bolsonaro em São Paulo. O mesmo ocorreu no pleito de 2014, quando Dilma Rousseff (PT) não conseguiu vencer Aécio Neves (PSDB) no estado.
Já no Palácio do Planalto, a principal aposta do presidente Bolsonaro se dá através do palanque do ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), pré-candidato ao governo paulista. Aliados do presidente acreditam que a aliança deve ampliar a base de Bolsonaro na região, principalmente no interior do estado, mais resistente ao voto em Lula.
Metodologia: O instituto Quaest ouviu 1.640 eleitores do estado de São Paulo entre os dias 6 e 9 de maio. A margem de erro é de 2,4 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número: SP-00620/2022.
Bolsonaro cresce em Minas, mas Lula ainda lidera na região
Segundo maior colégio eleitoral do Brasil, Minas Gerais conta com mais de 15,6 milhões de eleitores. O número representa pouco mais de 10% de todo o eleitorado do Brasil. Desde a redemocratização, todo candidato que venceu em Minas foi eleito presidente. Por isso, o estado é considerado um dos mais estratégicas para a disputa. Analistas afirmam que o mineiro é uma espécie de "média" do brasileiro, "misturando" influências do Centro-Sul do país e do Norte-Nordeste. Por isso, quem conquista o eleitor de Minas tende a vencer.
Levantamento Quaest mostrou que o presidente Bolsonaro cresceu sete pontos percentuais nos últimos dois meses. No entanto, o ex-presidente Lula ainda lidera nas intenções de votos na região. De acordo com o instituto, Lula aparece com 44%, seguido de Bolsonaro, com 28%. Em um comparativo com a pesquisa de março, Lula tinha 46% e agora caiu para 44%, ainda na margem de erro. Enquanto Bolsonaro foi de 21% para 28%.
No comparativo por nível de escolaridade, Bolsonaro lidera com 39% (ante 27% de Lula) entre os eleitores com nível superior. No entanto, Lula aparece à frente com 57% contra 20% de Bolsonaro entre os eleitores com nível fundamental. O petista também lidera entre os eleitores com nível médio: 38% contra 31%.
Na quinta-feira (19), Lula fechou um acordo com o PSD mineiro para subir no palanque do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, pré-candidato ao governo. O acordo foi fechado depois que o PT aceitou abrir mão da pré-candidatura do deputado Reginaldo Lopes para o Senado para apoiar à reeleição do senador Alexandre Silveira (PSD). Com isso, a expectativa é de que o partido de Lula fique com a vaga de vice na chapa de Kalil.
Por outro lado, o PL, partido de Bolsonaro, lançou o senador Carlos Viana como pré-candidato ao governo mineiro. No entanto, o atual presidente ainda busca uma aliança com o governador Romeu Zema (Novo), candidato à reeleição.
Metodologia: O instituto Quaest ouviu 1.480 eleitores de Minas Gerais entre os dias 07 e 10 de maio. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número: MG-00132/2022.
Reduto de Bolsonaro, Rio de Janeiro mostra empate do presidente com Lula
Com mais de 12,6 milhões de eleitores, o estado do Rio de Janeiro é o reduto da família Bolsonaro e considerado um dos mais estratégicos para o presidente. De acordo com o instituto Quaest, Bolsonaro e Lula estão empatados com 35% das intenções de voto, cada um.
Na comparação com Bolsonaro, Lula lidera entre as mulheres (39% contra 27%), jovens de 16 a 24 anos (43% contra 23%) e entre os mais pobres, com renda de até dois salários mínimos (43% contra 29%). Já o atual presidente é preferido por homens (44% contra 27% de Lula), pessoas com mais de 60 anos (36% contra 32%) e moradores do interior do Rio de Janeiro (39% contra 32%).
Em um eventual segundo turno, Lula lidera com 47%, contra 38% de Bolsonaro. Outros 12% dos ouvidos disseram que votariam em branco ou nulo.
No Rio, Lula tem costurado seu palanque com o deputado Marcelo Freixo, pré-candidato ao governo pelo PSB. Até o momento, o impasse se dá em torno da vaga ao Senado na chapa. Por um lado, o PSB defende o nome do deputado Alessandro Molon, enquanto o diretório do PT no estado lançou a pré-candidatura de André Ceciliano.
Já Bolsonaro vai subir no palanque do atual governador Cláudio Castro, candidato à reeleição pelo PL. O presidente, contundo, ainda espera resolver o impasse sobre a candidatura ao Senado. O partido de Bolsonaro tem como candidato senador Romário, enquanto o deputado Daniel Silveira tenta viabilizar seu nome. Apesar de ter recebido o indulto do presidente, a inelegibilidade de Silveira, decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ainda precisa ser avaliada pela Justiça Eleitoral.
Metodologia: O instituto Quaest ouviu 1,2 mil eleitores do Rio de Janeiro entre os dias 12 e 15 de maio. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número: RJ-09916/2022.
Na Bahia, Lula tem 46 pontos de vantagem sobre Bolsonaro
Maior estado do Nordeste, a Bahia tem quase 7 milhões de eleitores e é o quarto maior colégio eleitoral do país. Segundo pesquisa Quaest, Lula tem 46 pontos de vantagem sobre o presidente Bolsonaro na região.
Neste mês, maio, o petista somou 63% das intenções de voto no estado, enquanto Bolsonaro aparece com 17%. O quadro é de estabilidade na comparação com março, quando os dois registraram, respectivamente, 62% e 15%.
Principal aposta do presidente Bolsonaro para a disputa presidencial, o Auxílio Brasil é pago para mais de 2,2 milhões de pessoas do estado. A região lidera entre os números de beneficiados do programa que substituiu o Bolsa Família.
Apesar disso, Lula lidera entre os beneficiados pelo programa social, com 68% das intenções de voto, ante 13% do atual presidente. A vantagem também foi observada entre os eleitores que não são contemplados pelo Auxílio Brasil (61% contra 19). Lula lidera entre as mulheres (64% contra 13%) e entre os homens (62% contra 21%).
O PT governa a Bahia há mais de 12 anos e, desta vez, lançou como pré-candidato o ex-secretário de Educação Jerônimo Rodrigues para abrir palanque para Lula. Apesar disso, nos bastidores lideranças do PT apostam na vitória de ACM Neto (União Brasil) e admitem um acordo para que não haja troca de ataques entre os partidos do ex-prefeito de Salvador e Lula.
Por outro lado, Bolsonaro aposta na pré-candidatura do ex-ministro João Roma (PL) para viabilizar seu palanque na região. Ex-ministro da Cidadania, Roma pretende usar o Auxílio Brasil como principal bandeira na região.
Metodologia: O instituto Quaest ouviu 1.140 eleitores da Bahia entre os dias 13 e 16 de maio. A margem de erro é de 2,9 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número: BA-02283/2022.
Por que a Gazeta do Povo publica pesquisas eleitorais
A Gazeta do Povo publica há anos todas as pesquisas de intenção de voto realizadas pelos principais institutos de opinião pública do país. Você pode conferir os levantamentos mais recentes neste link, além de reportagens sobre o tema.
As pesquisas de intenção de voto fazem uma leitura de momento, com base em amostras representativas da população. Métodos de entrevistas, a composição e o número da amostra e até mesmo a forma como uma pergunta é feita são fatores que podem influenciar o resultado. Por isso é importante ficar atento às informações de metodologias, encontradas no fim das matérias da Gazeta do Povo sobre pesquisas eleitorais.
Feitos esses apontamentos, a Gazeta considera que as pesquisas eleitorais, longe de serem uma previsão do resultado das eleições, são uma ferramenta de informação à disposição do leitor, já que os resultados divulgados têm potencial de influenciar decisões de partidos, de lideranças políticas e até mesmo os humores do mercado financeiro.
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