O ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).| Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE; Joédson Alves/EFE
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Se nos número gerais a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (28) trouxe pouca ou quase nenhuma novidade, a estratificação do levantamento por gênero, renda e religião apresentou mudanças significativas em relação à pesquisa anterior, de junho.

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Já na divisão por regiões do país, o cenário se manteve com poucas variações, embora tenha havido uma oscilação positiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Nordeste. Acompanhe abaixo alguns recortes da pesquisa Datafolha e o que é possível extrair desses números:

Voto feminino

O foco do presidente Bolsonaro na conquista do eleitorado feminino começou a surtir efeito. Ele ganhou seis pontos percentuais na pesquisa desta quinta em relação ao levantamento anterior, chegando a 27%, um aumento acima da margem de erro para esse recorte, que é de três pontos percentuais.

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Ainda assim, é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o candidato preferido das mulheres até agora, embora tenha perdido três pontos percentuais. Ele soma 46% das intenções de voto delas (antes era 49%).

Entre os homens, Lula ampliou sua vantagem sobre Bolsonaro ao afeir mais quatro pontos percentuais, enquanto o presidente perdeu o mesmo número. Agora, o ex-presidente tem 48% do voto masculino (antes era 44%) contra 32% de Bolsonaro (antes, 36%).

Faixa de renda

De acordo com o Datafolha, Bolsonaro ganhou três pontos percentuais entre eleitores que ganham até dois salários mínimos, uma oscilação dentro da margem de erro. Essa é a principal faixa de renda da pesquisa, o equivalente a 53% dos entrevistados. Já Lula perdeu dois pontos percentuais nessa faixa. O ex-presidente tem agora 54% nesse grupo, contra 23% de Bolsonaro.

Eleitores que ganham até dois salários mínimos estão entre os potenciais beneficiários do Auxílio Brasil de R$ 600, que será pago pelo governo federal a partir de agosto até o mês de dezembro deste ano.

Na contramão desse resultado, Bolsonaro oscilou negativamente na faixa mais rica da população, aqueles que ganham mais de 10 salários mínimos. O atual presidente passou de 47% em junho para 41% agora. Já Lula tem 33% de votantes nesse grupo. O ex-presidente, porém, subiu de 29% para 34% na faixa dos que ganham entre 5 e 10 salários mínimos, enquanto Bolsonaro se manteve estável, com 44%.

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Voto evangélico

O presidente Bolsonaro também ampliou sua vantagem entre os eleitores que se declararam evangélicos. Ele oscilou positivamente em três pontos percentuais, passando de 40% para 43%, enquanto Lula regrediu dois pontos, de 35% para 33%. Os dois movimentos ocorreram dentro da margem de erro de três pontos percentuais.

Recorte por regiões do Brasil

A agenda de inaugurações e viagens de Bolsonaro no Nordeste também começa a surtir resultado, embora ainda tímido. O presidente da República ganhou cinco pontos percentuais entre os eleitores da região na comparação com a pesquisa do mês passado, chegando a 24% das menções entre os entrevistados nordestinos.

Ainda assim, Lula segue bem à frente no Nordeste, com 59% das intenções de voto, um ponto percentual a mais do que em junho.

Na região mais populosa do país, o Sudeste, não houve grandes mudanças, segundo o Datafolha. Lula continua com 43%, enquanto o presidente marca 28% (antes era 29%).

No Norte do país, Bolsonaro e Lula empatam tecnicamente dentro da margem de erro. O petista tem 41% e o atual presidente, 39%.

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Metodologia da pesquisa

O Datafolha entrevistou 2.556 eleitores entre os dias 27 e 28 de julho em 183 cidades. O levantamento foi contratado pelo jornal Folha de S. Paulo e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo BR-01192/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.