A pesquisa eleitoral divulgada pelo PoderData nesta quarta-feira (20) apresentou a menor distância entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) nos levantamentos desse instituto desde o mês de abril.
Dentro de uma margem de erro de dois pontos percentuais, Bolsonaro havia marcado 36% no levantamento divulgado pelo PoderData em 29 de abril, contra 41% de Lula.
A distância na intenção de votos entre os candidatos chegou a dez pontos de vantagem para o petista na pesquisa lançada em 22 de junho, mas agora caiu para seis pontos.
O crescimento de Bolsonaro no levantamento ocorre uma semana após a aprovação no Congresso Nacional da PEC dos Benefícios, que irá possibilitar ao governo federal aumentar o valor de benefícios sociais como Auxílio Brasil e vale-gás, conceder ajuda financeira para caminhoneiros e taxistas, ampliar a compra de alimentos para pessoas de baixa renda e reduzir tributos do etanol.
"Olhando os números está claro que Bolsonaro está em uma posição estável e que melhorou marginalmente no último mês. É um dado que faz sentido olhando os dados da economia. Nas últimas semanas aparentemente tivemos um alívio na inflação e redução marginal do desemprego", analisa Rodolfo Costa Pinto, diretor de pesquisas do PoderData e diretor de Comunicação da Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais (Abrapel).
A distância entre os candidatos também apresentou oscilação na projeção para o segundo turno. No levantamento divulgado pelo PoderData em 19 de janeiro, Lula somou 54% contra 32% de Bolsonaro. Já na pesquisa lançada nesta quarta-feira, a diferença entre os candidatos caiu para 13 pontos percentuais, com o candidato à reeleição anotando 38% das intenções de voto.
Lula apresenta crescimento entre eleitores do Auxílio Brasil
O PoderData também analisou a preferência de votos entre eleitores que recebem o Auxílio Brasil, programa do governo federal de transferência de renda para famílias em situação de pobreza e extrema pobreza.
Na comparação com o levantamento divulgado pelo PoderData em 6 de julho, Lula registrou alta nas intenções de voto de 43% para 52%, enquanto Bolsonaro saiu de 37% para 32%, resultando em uma diferença de 20 pontos percentuais.
"Os eleitores que recebem o Auxílio Brasil são os que estão na base da pirâmide de renda, os mais vulneráveis e é um público ao qual o PT e sobretudo Lula dedica muita energia política. Com o aumento do valor do Auxílio e o período eleitoral dando espaço para que Bolsonaro chegue a esse público, é possível que haja um crescimento do presidente neste segmento", prossegue Costa Pinto.
Intenções de voto nas regiões e demais perfis dos eleitores
Na análise dentro das regiões do Brasil, Lula lidera no levantamento as intenções de voto no Sudeste (43% a 37%) e no Nordeste (52% a 27%), enquanto Bolsonaro aparece à frente no Sul (48% a 28%).
"No Sudeste, Lula tem uma vantagem, mas é uma distância próxima, que na prática podemos considerar quase que um empate. Estados como São Paulo, Minas e Rio, com grandes eleitorados, também têm uma dinâmica local própria que afeta a disputa nacional, então a construção de palanques e alianças pode ser decisiva", pontua Costa Pinto.
Já nas regiões Norte e Centro-Oeste, os candidatos estão tecnicamente empatados. Bolsonaro soma 50% e 41%, respectivamente, contra 44% e 36% de Lula nessas localidades.
" Já no Norte, é uma região que me parece que Bolsonaro conseguiu cativar desde o começo do mandato e onde o presidente está aliado a figuras como o governador do Amazonas e de outros estados da região. Lula precisará também dedicar tempo e energia para tentar ganhar novamente a vantagem que já teve", complementa Costa Pinto.
Ainda dentro dos perfis dos entrevistados, Lula aparece à frente das intenções de voto entre as mulheres (46% a 32), os jovens de 16 a 24 anos (52% a 33%), as pessoas com idade entre 25 e 44 anos (43% a 36%), com escolaridade de ensino fundamental completo (41% a 35%) e as com renda de até dois salários mínimos (50% a 25%).
Bolsonaro lidera na pesquisa as intenções de voto entre os eleitores com renda entre dois e cinco salários mínimos (48% a 36%) e com mais de cinco salários mínimos (47% a 38%).
Os candidatos aparecem tecnicamente empatados no levantamento entre os homens (43% a 39% para Bolsonaro), pessoas com idade entre 45 a 59 anos (43% a 39% para Bolsonaro), idosos (43% a 36% para Lula), eleitores com ensino médio completo (44% a 39% para Lula) e com ensino superior completo (41% a 36% para Lula).
Metodologias das pesquisas citadas
O levantamento do PoderData, que contratou a própria pesquisa, ouviu 3 mil eleitores em 309 municípios das 27 unidades da federação entre os dias 17 e 19 de julho de 2022. As entrevistas foram feitas por telefone, para fixos e celulares. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. Foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-07122/2022.
O levantamento do PoderData, que contratou a própria pesquisa, ouviu 3 mil eleitores em 317 municípios das 27 unidades da federação entre os dias 3 e 5 de julho de 2022. As entrevistas foram feitas por telefone, para fixos e celulares. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. Foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-06550/2022.
O levantamento do instituto PoderData, que contratou a própria pesquisa, ouviu 3 mil eleitores entre os dias 24 e 26 de abril de 2022. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-07167/2022. A margem de erro geral é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A margem de erro por região é: 2,7 p.p. para o Sudeste; 4,7 p.p. para o Sul; 6,9 para o Centro-Oeste; 6,4 p.p. para o Norte; e 3,5 p.p. para o Nordeste.
O levantamento do instituto PoderData, que contratou a própria pesquisa, ouviu 3 mil eleitores entre os dias 16 e 18 de janeiro de 2022. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-02137/2022. A margem de erro geral é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Por que a Gazeta do Povo publica pesquisas eleitorais
A Gazeta do Povo publica há anos todas as pesquisas de intenção de voto realizadas pelos principais institutos de opinião pública do país. Você pode conferir os levantamentos mais recentes neste link, além de reportagens sobre o tema.
As pesquisas de intenção de voto fazem uma leitura de momento, com base em amostras representativas da população. Métodos de entrevistas, a composição e o número da amostra e até mesmo a forma como uma pergunta é feita são fatores que podem influenciar o resultado. Por isso é importante ficar atento às informações de metodologias, encontradas no fim das matérias da Gazeta do Povo sobre pesquisas eleitorais.
Feitos esse apontamentos, a Gazeta considera que as pesquisas eleitorais, longe de serem uma previsão do resultado das eleições, são uma ferramenta de informação à disposição do leitor, já que os resultados divulgados têm potencial de influenciar decisões de partidos, de lideranças políticas e até mesmo os humores do mercado financeiro.
Banco do PCC movimentou R$ 8 bilhões para financiar políticos e crime organizado
Bolsonaro se lança candidato e põe Michelle na disputa de 2026; assista ao Sem Rodeios
Venezuela acusa Brasil de “ingerência e grosseria” e convoca seu embaixador em Brasília
Moraes nega adiamento de audiência de réu do 8/1 com quadro psiquiátrico grave
De político estudantil a prefeito: Sebastião Melo é pré-candidato à reeleição em Porto Alegre
De passagem por SC, Bolsonaro dá “bênção” a pré-candidatos e se encontra com evangélicos
Pesquisa aponta que 47% dos eleitores preferem candidato que não seja apoiado por Lula ou Bolsonaro
Confira as principais datas das eleições 2024
Deixe sua opinião