O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem uma grande vantagem eleitoral no Nordeste? Como o presidente Jair Bolsonaro (PL) está se saindo nas pesquisas eleitorais no Rio de Janeiro? E Sergio Moro e João Doria, estão com melhor desempenho em seus estados? A Gazeta do Povo reuniu pesquisas eleitorais divulgadas no mês de março em sete dos dez estados brasileiros mais populosos para tentar responder a essas perguntas.
Confira quais são os presidenciáveis favoritos nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Pernambuco e Santa Catarina:
São Paulo
O cenário apresentado pela pesquisa do Instituto Quaest de março não foi positivo para o governador João Doria (PSDB) em São Paulo, seu estado. Ele tinha uma avaliação de governo considerada negativa por 46% da população, enquanto que apenas 17% disseram ser positiva. Se Doria desistisse da candidatura à Presidência para tentar a reeleição, 70% dos eleitores paulistas entrevistados responderam que ele não merecia uma segunda chance como governador.
A percepção negativa do governo Doria acaba refletindo também nas intenções de voto dele, em São Paulo, para a disputa presidencial. Ele obteve de 3% a 5% das intenções de voto dependendo do cenário – menos que Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos) em São Paulo.
Em um cenário de segundo turno contra Lula, Doria teria 18%; e contra Bolsonaro, 31% dos votos dos paulistas – tecnicamente empatado com o presidente, que marcou 34%. Outro dado interessante desta pesquisa é que, entre os eleitores de Doria no primeiro turno, 50% disseram que, em uma disputa entre Lula e Bolsonaro no segundo turno, votariam no petista – enquanto apenas 17% migrariam o voto para o presidente.
O presidente Bolsonaro também tem uma avaliação negativa de governo entre os paulistas: 53% tinham uma imagem negativa do governo quando a pesquisa foi realizada, e 68% disseram que ele não merece ser reeleito. Isso se reflete na intenção de voto da pesquisa estimulada: 25% dos paulistas disseram que votariam pela reeleição dele, 14 pontos a menos do que Lula. A intenção de voto é menor entre o eleitorado feminino (19%), jovem (22%) e com escolaridade até o ensino fundamental (20%).
Confira os números da pesquisa estimulada (quando os nomes dos candidatos são apresentados aos eleitores) para presidente em São Paulo:
- Lula (PT) - 39%
- Jair Bolsonaro (PL) - 25%
- Sergio Moro (Podemos) - 8%
- Ciro Gomes (PDT) - 5%
- João Doria (PSDB) - 3%
- Eduardo Leite (PSDB) - 1%
- André Janones (Avante) - 1%
- Simone Tebet (MDB) - 1%
- Alessandro Vieira (PSDB) - 0%
- Felipe d’Avila (Novo) - 0%
- Brancos e nulos - 12%
- Indecisos - 4%
Na pesquisa espontânea, quando o eleitor diz o nome que lhe vem à cabeça, sem que o pesquisador apresenta a lista dos candidatos, Bolsonaro tem um percentual de intenção de voto parecido com o do ex-presidente Lula em São Paulo: 20% do petista contra 18% do atual presidente. A maioria respondeu que ainda não tinha escolhido ou que estava indecisa (55%).
A Quaest entrevistou 1.640 eleitores do estado de São Paulo entre os dias 11 e 14 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%. O levantamento foi encomendado pelo Banco Genial e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral com o protocolo SP-03634-2022.
Minas Gerais
O cenário mineiro reflete as pesquisas de intenção de voto nacionais, com vantagem de Lula. Um levantamento da Quaest, divulgado em 18 de março, mostra o petista com 46% e o presidente Bolsonaro com 21% da preferência dos eleitores de Minas Gerais.
- Lula (PT) - 46%
- Jair Bolsonaro (PL) - 21%
- Sergio Moro (Podemos) - 6%
- Ciro Gomes (PDT) - 5%
- André Janones (Avante) - 3%
- João Doria (PSDB) - 2%
- Simone Tebet (MDB) - 1%
- Alessandro Vieira (PSDB) - 1%
- Brancos e nulos - 9%
- Indecisos - 5%
A Quaest também perguntou aos eleitores em quem votariam em um primeiro turno sem apresentar opções de candidatos (a pesquisa espontânea). Lula foi citado por 27% e Bolsonaro por 18%. Analistas de política costumam interpretar esses dados da pesquisa espontânea como um piso eleitoral do candidato, ou seja, a base de eleitores fiéis a partir da qual é possível crescer.
Além de Bolsonaro e Lula, na pesquisa espontânea só Moro e Ciro chegaram a 1%; os demais não pontuaram. A maioria (52%) dos mineiros entrevistados respondeu, naquele momento, que ainda não tinha escolhido um candidato para presidente.
Outro dado da pesquisa que mostra a preferência dos mineiros por Lula é o impulsionamento que ele proporciona ao pré-candidato ao governo do estado Alexandre Kalil (PSD), um dos principais nomes da disputa estadual, junto com o governador Romeu Zema (Novo), que tentará a reeleição.
Em um cenário em que Kalil era apoiado por Lula, ele tinha 49% das intenções de voto, 14 pontos acima de Zema, quando este era apoiado por Bolsonaro. Quando os apoios não eram mecionados, o cenário era inverso: Zema com 49% e Kalil com 33%.
A pesquisa do instituto Quaest foi realizada entre os dias 11 e 16 de março, com 1.480 residentes de Minas Gerais entrevistados face a face por meio de questionários estruturados. A margem de erro estimada é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada junto à Justiça Eleitoral sob o protocolo MG-00132/2022.
Rio de Janeiro
O Instituto Quaest também pesquisou a preferência dos eleitores do Rio de Janeiro, reduto eleitoral do presidente Jair Bolsonaro.
Na pesquisa estimulada, quando os nomes dos candidatos são apresentados ao entrevistado, Lula lidera com 39% a 41% da intenção de votos, dependendo do cenário apresentado. Já Bolsonaro aparece com 31% ou 32%. Mas na pesquisa espontânea, o atual presidente foi mais citado do que o petista: 24% contra 21% das intenções de voto dos cariocas (38% disseram não ter escolhido ainda e 12% estavam indecisos). Considerando a margem de erro 2,8 pontos percentuais, neste tipo de sondagem eles aparecem tecnicamente empatados. Isso sinaliza que, no momento em que a pesquisa foi realizada, Lula tinha mais chances de atrair os votos dos indecisos. Na espontânea ainda foram citados Moro, Ciro e Janones, todos com 1%.
Outro dado da pesquisa coloca Lula e Bolsonaro com um percentual semelhante de apoio a outros nomes. O instituto perguntou aos eleitores do Rio se eles prefeririam que o governador do estado fosse ligado a Lula, Bolsonaro ou a nenhum dos dois. Os que responderam Lula somaram 33%, os que preferiram Bolsonaro, 29% – novamente, um empate dentro da margem de erro. Outros 32% disseram que gostariam de ver eleito um governador que não seja ligado a nenhum dos dois.
Veja a seguir como se saíram os demais pré-candidatos na sondagem estimulada no Rio de Janeiro:
- Lula (PT) - 39%
- Jair Bolsonaro (PL) - 31%
- Sergio Moro (Podemos) - 5%
- Ciro Gomes (PDT) - 5%
- André Janones (Avante) - 3%
- João Doria (PSDB) - 1%
- Simone Tebet (MDB) - 1%
- Eduardo Leite (PSDB) - 1%
- Alessandro Vieira (PSDB) - 0%
- Felipe d’Avila (Novo) - 0%
- Brancos e nulos - 11%
- Indecisos - 4%
A pesquisa da Quaest, encomendada pelo banco Genial, foi registrada no TSE sob o número RJ-07593/2022. O instituto entrevistou 1.200 eleitores do estado do Rio de Janeiro entre os dias 15 a 18 de março. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%.
Bahia
Duas pesquisas eleitorais de março indicaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a maior intenção de voto entre os baianos. Na sequência aparecem Bolsonaro, Ciro, Janones e Moro.
No levantamento feito pelo instituto Opnus, contratado pela Rádio Diamantina, Lula tem uma vantagem de 30 pontos percentuais sobre Bolsonaro, o segundo colocado, na simulação do primeiro turno – uma vantagem superior à identificada em pesquisas nacionais. Outra particularidade do estado da Bahia é que Ciro aparecia em terceiro e Moro estava empatado com o deputado federal Janones.
Veja o resultado da pesquisa Opnus estimulada para presidente na Bahia:
- Lula (PT) - 54%
- Bolsonaro - 24%
- Ciro Gomes - 6%
- André Janones - 4%
- Sergio Moro - 4%
- Eduardo Leite (PSDB) - 1%
- João Doria (PSDB) - 1%
- Luiz Felipe d’Avila (Novo) - 0%
- Simone Tebet (MDB) - 0%
- Branco/Nulo - 4%
- Não sabe/não respondeu - 3%
Já na pesquisa estimulada Quaest/Genial, a diferença entre Lula e Bolsonaro é ainda maior: 47 pontos percentuais em um cenário de primeiro turno. Os demais candidatos têm resultados semelhantes aos do levantamento da Opnus. Veja:
- Lula (PT) - 62%
- Jair Bolsonaro (PL) - 15%
- Ciro Gomes (PDT) - 5%
- Sergio Moro (Podemos) - 3%
- André Janones (Avante) - 3%
- João Doria (PSDB) - 1%
- Simone Tebet (MDB) - 1%
- Alessandro Vieira (PSDB) - 0%
- Eduardo Leite (PSDB) - 0%
- Felipe D'Ávila (Novo) - 0%
- Brancos e nulos - 6%
- Indecisos - 4%
O instituto Quaest também mostrou que 53% dos eleitores baianos entrevistados preferem que seja eleito um governador alinhado a Lula. Os que disseram preferir um ligado a Bolsonaro somaram 14%; e nenhum deles, 29%.
O pré-candidato do PT ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues, que não é muito conhecido entre os eleitores, aparecia com 37% das intenções de voto quando seu nome foi vinculado ao do ex-presidente. Quando o apoio de Lula não foi mencionado, ele marcou apenas 4%. João Roma (Republicanos), pré-candidato de Bolsonaro ao governo da Bahia, sobe apenas 4 pontos (de 5% para 9%) quando o apoio do presidente é mencionado pelos entrevistadores.
Ainda assim, no momento em que a pesquisa foi realizada, Rodrigues não alcançava o pré-candidato favorito ao governo da Bahia, ACM Neto (União Brasil), que tinha 66% das intenções de voto, ou 43%, no cenário em que ele aparecia como candidato independente, enquanto Rodrigues e Roma recebiam os apoios de Lula e Bolsonaro, respectivamente.
O instituto Quaest ouviu 1.140 moradores da Bahia, entre os dias 16 a 19 de março, em entrevistas realizadas pessoalmente. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi contratada pelo Banco Genial e registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo BA-06141/2022.
Já a pesquisa Opnus, encomendada pela Diamantina Rádio e Televisão, foi feita por telefone entre 16 e 18 de março e ouviu 1.500 eleitores baianos. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 2,53 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código BR-07285/2022.
Paraná
Embora esteja com mais intenções de voto do que nas pesquisas nacionais, o ex-juiz Sergio Moro não consegue sair do terceiro lugar nem no Paraná, seu estado natal. O único levantamento divulgado no estado até agora, feito pela empresa Radar Inteligência no começo de março, mostrou Moro com 11,9% das intenções de voto.
O cenário no Paraná, assim como nos demais estados, é dominado pela disputa entre Lula e Bolsonaro. No estado, eles estavam tecnicamente empatados, com vantagem numérica do petista (34% contra 32,4%). Os demais pré-candidatos pontuaram abaixo dos 5%.
Veja o resultado da pesquisa estimulada para presidente entre os eleitores do Paraná:
- Lula (PT) - 34%
- Jair Bolsonaro (PL) - 32,4%
- Sergio Moro (Podemos) - 11,9%
- Ciro Gomes (PDT) - 3,3%
- Simone Tebet (MDB) - 1,8%
- João Doria (PSDB) - 1,2%
- Eduardo Leite (PSDB) - 0,5%
- Brancos e nulos - 6,2%
- Indecisos - 8,7%
A pesquisa, encomendada e custeada pelo próprio instituto Radar e divulgada pela revista Veja, foi registrada no TSE sob o número PR-02644/2022. O instituto entrevistou 1.350 pessoas entre os dias 25 de fevereiro e 3 de março. A margem de erro é de 2,7 pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%.
Pernambuco
Lula desponta como o preferido dos eleitores de Pernambuco, segundo levantamento do Paraná Pesquisas, divulgado em 26 de março. O petista estava com 54,2% das intenções de voto. Bolsonaro aparecia em segundo, com 23,4%, seguido por Ciro (5%), Moro (3,4%) e Janones (1,5%). Doria, Simone e d’Avila estavam com menos de 1%.
Assim como em outros estados, Bolsonaro pontuou melhor entre homens (29,3%) e pessoas com ensino superior (30%). Mas mesmo entre esses eleitores de Pernambuco, Lula tinha vantagem: a intenção de voto em Lula era 50,1% entre os homens e 44% entre os que tinham maior grau de ensino.
O Instituto Paraná Pesquisas também perguntou aos pernambucanos sobre o governo Jair Bolsonaro: 32,2% aprovavam a administração dele, mas 64,7% desaprovavam, sendo que 50% avaliaram como péssima.
Veja os números da pesquisa presidencial em Pernambuco (estimulada):
- Lula (PT) - 54,2%
- Jair Bolsonaro (PL) - 23,4%
- Ciro Gomes (PDT) - 5%
- Sergio Moro (Podemos) - 3,4%
- André Janones (Avante) - 1,5%
- João Doria (PSDB) - 0,9%
- Simone Tebet (MDB) - 0,3%
- Felipe d’Avila (Novo) - 0,1%
- Brancos e nulos - 7,5%
- Indecisos - 3,6%
O pré-candidato de Bolsonaro ao governo de Pernambuco, Anderson Ferreira (PL), porém, não estava muito longe dos seus adversários na sondagem do Paraná Pesquisas. Ele tinha 13,6% das intenções de voto, tecnicamente empatado com o segundo colocado, Miguel Coelho (União Brasil, 15,6%), em um cenário liderado por Raquel Lyra (PSDB, 25,8%). Mas esse cenário não considerou como candidata Marília Arraes (Solidariedade), que lançou sua pré-candidatura na semana passada.
O Instituto Paraná Pesquisas entrevistou, pessoalmente, 1.510 eleitores entre os dias 19 e 24 de março, em 58 cidades de Pernambuco. O levantamento foi contratado pelo próprio instituto e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo PE-01060/2022. A margem de erro é de 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
Santa Catarina
Em Santa Catarina, o cenário nacional se inverte. Em uma pesquisa do instituto IPC, divulgada no começo de março, Bolsonaro lidera, com 47,9% das intenções de voto, enquanto Lula ficou com 20,8% – uma diferença de 27 pontos percentuais.
Veja os resultados da pesquisa presidencial entre os eleitores de Santa Catarina:
- Jair Bolsonaro (PL) - 47,9%
- Lula (PT) - 20,8%
- Sergio Moro (Podemos) - 9,6%
- Ciro Gomes (PDT) - 6,3%
- João Doria (PSDB) - 1,5%
- Simone Tebet (MDB) - 1,3%
- Eduardo Leite (PSDB) - 1,1%
- Felipe D'Ávila (Novo) - 0,9%
- André Janones (Avante) - 0,6%
- Aldo Rebelo (sem partido) - 0,3%
- Rodrigo Pacheco (PSD) - 0,2%
- Leonardo Péricles (UP) - 0,1%
- Alessandro Vieira (PSDB) - 0%
- Brancos e nulos - 4,5%
- Indecisos - 4,9%
A mesma pesquisa mostrou que a rejeição a Lula é de 48,6% entre os catarinenses. Por outro lado, 29,8% dos eleitores do estado afirmam que não votariam pela reeleição de Bolsonaro de jeito nenhum.
O IPC Pesquisas entrevistou 1.502 catarinenses entre os dias 3 a 9 de março de 2022. O levantamento, contratado pela empresa Anunciação Comunicação, tem margem de erro de 2,5 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no TSE com o protocolo BR-09869/2022.)
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