O ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato e ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos) foi o deputado federal mais votado no Paraná. Ele recebeu 344.917 mil votos, bem à frente da segunda colocada, Gleisi Hoffmann (PT), que teve cerca de 261,2 mil. O terceiro colocado foi Filipe Barros (PL) que angariou mais de 249,5 mil votos dos eleitores paranaenses. Com o resultado, Dallagnol se torna o segundo deputado federal com mais votos na história do Paraná. O primeiro havia sido Ratinho Junior, que chegou a receber 358,9 mil votos na eleição de 2010.
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"O povo brasileiro está dando um importante recado nas urnas. A Lava Jato renasceu e não foi das cinzas, foi das urnas, do coração e da esperança do povo brasileiro. O povo deu um recado: os corruptos não vencerão", declarou Dallagnol ainda antes do fim da apuração total, na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em Curitiba.
Apesar de liderar a votação, a eleição de Dallagnol ainda depende do julgamento da candidatura. Isso porque a candidatura dele sofreu três pedidos de impugnação que ainda não foram julgados pela Justiça Eleitoral. A expectativa é que esse julgamento ocorra ainda nesta semana.
As impugnações são respaldadas pela Lei da Ficha Limpa e argumentam que Dallagnol pediu exoneração do Ministério Público Federal quando havia processo administrativo aberto contra ele e, também, por uma decisão do Tribunal de Contas da União que determinou a devolução de recursos utilizados para o pagamento de diárias a outros procuradores da Lava Jato, coordenada por ele. O candidato apresentou contestação às impugnações, mas ainda não há uma decisão da Justiça Eleitoral.
Os pedidos de impugnações foram formalizados pela Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), pelo candidato a deputado federal Oduwaldo Calixto (PL) e pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN).
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Relembre a trajetória de Dallagnol
Deltan Dallagnol foi procurador da República de 2003 a 2021 e ficou conhecido em todo o país por coordenar a operação que investigou crimes de corrupção na Petrobras e em outras estatais. Seguindo os passos do ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, que entrou na política, Dallagnol pediu exoneração do Ministério Público no final de 2021 e se filiou ao Podemos. Seu nome foi apresentado como pré-candidato do partido para disputar uma vaga na Câmara Federal, sendo homologado na convenção partidária.
Foi na Lava Jato que Deltan Dallagnol pautou toda a campanha, destacando o valor de R$ 25 bilhões desviados e recuperados pela operação. No horário eleitoral e nas redes sociais ao longo da campanha, teve como principal alvo o ex-presidente e agora candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso pela Lava Jato. Pouco antes do pleito, Dallagnol foi condenado pelo TSE por propaganda eleitoral negativa contra Lula, com multa de R$ 5 mil.
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