O candidato ao governo do Paraná pela Federação Brasil da Esperança (PT, PV, PC do B), Roberto Requião, foi sabatinado na manhã desta segunda-feira (12) pela rádio Jovem Pan, de Maringá. Em 45 minutos de entrevista, respondeu perguntas de jornalistas sobre pedágio, funcionalismo público, educação, saúde, segurança, entre outros temas. Confira os principais tópicos.
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Pedágio de manutenção
Questionado sobre o pedágio, o candidato disse que "é um roubo reconhecido nacionalmente". Ele fez referência ao estudo do Tribunal de Contas da União segundo o qual o valor que se cobrava no Estado era cinco vezes mais do que o que deveria ser cobrado.
Para o candidato, o que se delineia pela frente é um pedágio mais caro do que o antigo. Ele propõe um pedágio de manutenção. "Vamos cortar mato, ter ambulância e reboques. Seria um pedágio baratíssimo, nem 10% do que custa hoje. E, se o estado estiver bem, mais pra frente construir, com os impostos que nós pagamos", defendeu.
Água e luz mais baratas
Roberto Requião fez críticas ao que chamou de liberalismo econômico na gestão de Ratinho Junior. "O governador Ratinho adora o Guedes [Paulo Guedes, ministro da Economia]. Ele acha que o liberalismo econômico é a base de tudo, se propõe a vender as empresas públicas. Ele vendeu a Copel Telecom e o dinheiro foi em grande parte aos sócios privados que não são nem brasileiros", criticou. Para Requião, esse é o motivo das tarifas altas. "Eu assumo aqui o meu primeiro compromisso com vocês: me elejo governador e ponho na rua todos os administradores, diretores e presidentes da Copel e da Sanepar que trabalham contra o povo do Paraná e ponho as empresa novamente a favor do Estado, baixando a conta de água e luz porque ao fim do mês a população não sabe se paga água e luz ou põe comida na mesa", declarou.
Educação, saúde, segurança e funcionalismo
O candidato da Federação Brasil da Esperança disse que o atual governo do Paraná está em conflito com a educação. Afirmou que em sua gestão o Paraná chegou ao primeiro lugar em qualidade de ensino e que havia formação continuada dos professores, merenda com produtos da agricultura familiar e internet em todas as escolas. "O Rato [Ratinho Junior] vendeu a Copel Telecom e logo depois alugou de quem tinha comprado, aquele grupo do Tanure, por R$ 180 milhões ou R$ 160 milhões por ano, não tem cabimento", criticou, fazendo referência à terceirização da prestação de serviços para aulas remotas.
Requião criticou a falta de concurso público para professores, médicos e demais servidores. Assumiu o compromisso de acertar o salário de todos os servidores públicos o que, de acordo com ele, custaria R$ 4,5 bilhões. Nesse momento, fez comparação com o que a atual gestão gastou em isenções fiscais. "Foram R$ 17 bilhões de isenção fiscal para as multinacionais e grandes empresas", criticou. "Não sou contra uma isenção fiscal para quem vem e traga tecnologia que garanta emprego e bons salários com contrato claro e escrito. Quando eu fui governador eu dei isenção às microempresas. Eu reduzi o imposto das pequenas de 18% para 2,5%, mas com compromisso de manterem os empregos", destacou.
Sobre a área da saúde, o candidato disse que há hospitais sem médicos e enfermeiros por falta de concurso. "Equipei 44 hospitais regionais, fiz 31 novos, hoje não têm médicos, não têm enfermeiros, nunca mais fizeram concurso público para médico. Precisamos de hospitais regionais, clínica da mulher e criança funcionando".
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Disse também que o Estado está em conflito com a polícia, "forçando policiais civis e militares a jornadas duplas, triplas, com congelamento de salários há sete, oito anos. Precisamos de polícia preventiva que faça prevenção do crime e não para bater em pessoas que brigam pelos seus direitos, não é contra o povo, mas a favor do povo".
Má gestão no Porto de Paranaguá
Questionado sobre seu irmão, Eduardo Requião, que foi foi superintendente do porto de Paranaguá em seu governo e foi condenado pela Justiça a devolver R$ 26 milhões por prejuízos na gestão do porto, o ex-governador retrucou: "a condenação não tem nada a ver com a administração. Os exportadores punham areia na soja e urina de vaca para que testes de laboratórios garantissem o teor e de proteína e descobrimos isso. Pusemos fiscalização pesada no porto. Depois, a Assembleia Legislativa determinou que separasse a soja transgênica da soja comum que tinha um preço melhor no mundo. O Eduardo fez essa separação por determinação legal. Determinação minha e não dele", esclareceu.
Conflito Sanepar x município de Maringá
Sobre o conflito que envolve a Sanepar e o município de Maringá na prestação de serviços de água e esgoto, Requião disse que "o prefeito [de Maringá, Ulisses Maia (PSD)] está certo brigando. Se a Sanepar vai ser privatizada, por que Maringá vai entregar a um grupo que vai aumentar a tarifa e ter lucros fantásticos a custo do sacrifício da população? É uma coisa que tem que ser resolvida", declarou.
Concessão de títulos de propriedade a sem-terra
Questionado sobre se o presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria certo ao emitir tantos títulos de propriedade a trabalhadores sem-terra (353 mil em três anos e meio, segundo o Incra), Requião ironizou: "Você está me dizendo que o Bolsonaro entrou para o MST?", gargalhou. Em seguida completou: "Tem que respeitar o direito das pessoas. Se tem um trabalhador sem terra, em área desapropriada que está produzindo...[o Bolsonaro] acertou, fez o que tinha que fazer".
Agronegócio planta dólar
O candidato disse que "hoje o agronegócio planta dólar. Soja e milho, que vão para a China e outros países para virar ração para o gado e suínos desses outros países e nós estamos tendo que importar arroz e feijão", criticou. Ele fez referência à França e à Inglaterra que têm acordo com o agronegócio para produzir alimentos. "O meu sonho é fazer da pequena agricultura exemplo para o Brasil e para o mundo", frisou.
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