Candidato do PSTU ao Governo do Paraná, Professor Ivan critica o sistema eleitoral brasileiro e as barreiras impostas a partidos como o dele, que não têm representatividade no Congresso Nacional, mas reconhece no processo eleitoral uma oportunidade para marcar posição e "organizar a luta". O candidato afirma que sairá satisfeito da eleição se atingir a marca de 1% dos votos.
A organização da sociedade em conselhos comunitários para decidir sobre todas as pautas do estado e, até, cuidar da própria segurança da população é a principal bandeira do programa de governo do PSTU. Em entrevista à Gazeta do Povo, Professor Ivan explica como funcionariam tais conselhos, analisa o contexto político destas eleições e explica o motivo da pulverização de candidaturas da esquerda no pleito.
Os partidos de esquerda se apresentam, nesta eleição com cinco candidaturas ao Governo do Estado. Tirando a federação que engloba PT e PC do B, não há mais nenhuma coligação entre os partidos de esquerda. Por que?
Primeiramente, eu quero agradecer o espaço e apresentar meu histórico. Eu sou o professor Ivan. Sou de Paranavaí e comecei a trabalhar com 16 anos de idade em um escritório de contabilidade. Depois trabalhei como comerciário. Também fui trabalhador dos Correios, da Polícia Militar e, atualmente, sou professor da rede estadual de educação. Sou professor de Geografia no Colégio Silva Vidal, em Paranavaí. Comecei militando no movimento estudantil, no Diretório Central dos Estudantes, na FAFIPA de Paranavaí, atual Unespar. Participei dos movimentos “Fora Collor”, “For a FHC” e “Fora FMI”. Participei também das lutas junto com o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, em defesa da Copel, contra a privatização da Vale do Rio Doce. Então, nosso partido sempre esteve presente em todas as lutas do movimento estudantil e movimento sindical, movimento dos indígenas, quilombolas, dos estudantes e movimentos populares.
Em relação à questão dos partidos de esquerda, a gente não fez a aliança com o PCB, PCO e Psol porque, primeiramente, nós não concordamos com o fato de eles estarem, de certa forma, apoiando o candidato Lula, que é um candidato que está fazendo aliança com a burguesia, porque fazendo aliança com Geraldo Alckmin, que é um governo que atacou os professores no estado de São Paulo, atacou o movimento dos Sem Teto, em São José dos Campos. Nós entendemos que essa aliança Lula-Alckmin não vai resolver os problemas da classe trabalhadora. Por isso que nós colocamos esta alternativa socialista e revolucionária propondo a auto-organização da classe trabalhadora, através da organização dos conselhos populares para defender os direitos da classe trabalhadora através da luta direta e da mobilização popular. No caso do Partido Comunista Brasileiro, o partido, de certa forma está apoiando a invasão do Putin à Ucrânia e nós temos a política de auto determinação dos povos. Nós estamos do lado dos trabalhadores ucranianos contra a invasão de Putin e também pelo “Fora Otan”, “Fora União Europeia” da Ucrânia, onde o povo trabalhador que está resistindo heroicamente contra essa política imperialista tanto dos Estados Unidos, quanto do Putin e também da OTAN. E em relação ao PCO, também é um partido que sempre esteve do lado do Lula, defendendo a conversa fiada do golpe da Dilma, que para nós não aconteceu. Na verdade o governo Dilma defendeu os grandes empresários e retirou os direitos dos trabalhadores. Tanto o PSol, PCO, PC do B e outros partidos que estão, de certa forma, orbitando na candidatura do Lula, que é uma candidatura de conciliação de classes que vai governar também para o sistema capitalista, assim como a ultradireita e os partidos de direita.
Na questão prática, como seria uma gestão do PSTU? Nesta auto-organização da classe trabalhadora há espaço para um governante? Qual seria seu papel?
Nós acreditamos em um governo dos trabalhadores, sem corruptos, e apoiado em conselhos populares, na auto-organização da classe trabalhadora se reunindo nos bairros, cidades, estado e no país, e através da eleição desses conselheiros, que terão mandatos revogáveis, seria a democracia direta, a democracia operária. Então, dessa forma, fazendo a pressão e organização popular, chamando o povo para as ruas, dessa forma é que a gente vai conseguir derrotar esse sistema. Para suspender o pagamento da dívida externa, para expropriar os bilionários do país, para estatizar as grandes empresas do agronegócio e do setor agropecuário aqui do Paraná, só através dos conselhos populares, a auto-organização independente da classe trabalhadora, sem aliança com a burguesia.
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Por que o discurso do PSTU, a tentativa de reunir a classe trabalhadora não se reverte eleitoralmente no país?
Ele naturalmente não se reverte porque as eleições estão cada vez mais antidemocráticas. Nós, hoje, não temos tempo de TV e rádio. Os ditos grandes partidos como PT, PL, MDB, PSD recebem milhões do Fundo Partidário e o nosso partido é bancado pela nossa militância, não temos o rabo preso com nenhum empresário e temos orgulho disso. Então, na verdade, esse 1% que a gente está fazendo, para nós já é um efeito extraordinário. O nosso partido não é chamado para debates. É a grande mídia burguesa boicotando nosso partido. Por que eles fazem isso? Nós somos o único partido que está falando em suspender o pagamento da dívida aos banqueiros e a maior parte dessas redes de televisão, da grande burguesia, são financiadas por esses banqueiros. Mas, mesmo assim, com esse espaço irrisório, antidemocrático, a gente entende que é uma opção tática e uma estratégia importante (participar das eleições) para conversar com o maior número possível de trabalhadores e da juventude para apresentar um programa alternativo, socialista e revolucionário e colocar a questão da ruptura com esse sistema da barbárie que é o capitalismo.
Dentro dessa limitação e dessas restrições que o partido acaba sofrendo, qual é o grande objetivo eleitoral do partido em cada eleição que se apresenta e, especificamente, nessa eleição?
O nosso objetivo maior é organizar as lutas. Então, nós estamos na luta pela revogação da Reforma Trabalhista, que é a reforma da escravidão, que começou com o governo Lula e passou pelo governo Dilma e Temer e agora está mais aprofundada e com o governo Bolsonaro. Na luta pela revogação das terceirizações, de todos os ataques neoliberais que foram apresentados, tanto pelos partidos ditos de esquerda, direita e da ultradireita. E chamando, também, o povo para a organização de uma brigada de autodefesa contra a tentativa de autogolpe de Bolsonaro. Essa é a nossa proposta também para garantir que nunca mais tenha ditadura no nosso país. Nós entendemos que o governo Bolsonaro é um governo genocida, que defende a ditadura militar e defende a tortura. Então, através das eleições também vamos mobilizar a classe trabalhadora para a luta, para garantir uma reforma agrária sob controle dos trabalhadores, gerar emprego no campo, produzir alimentos mais saudáveis nas cidades, sem agrotóxico. A questão da demarcação das terras dos quilombolas e, dessa forma, também na luta contra o machismo., contra a LGBTfobia e contra o racismo.
Dentro desse objetivo, como se mensura o sucesso? Como é a avaliação do PSTU após a eleição?
O partido está crescendo. Nós estamos conseguindo vários contatos em todo o estado. Nós estamos construindo o partido tanto aqui no Paraná como no Brasil. Estamos fortalecendo a construção do nosso partido e também a luta sindical. Nós temos a CSP-Conlutas, que é uma alternativa à CUT, que entendemos que morreu para as lutas. Também divulgando o movimento Rebeldia da Juventude para organizar a juventude para as lutas. Também nosso partido faz parte da Liga Internacional dos Trabalhadores, fortalecendo o partido internacionalmente, a CSP-Conlutas e também o movimento rebeldia. Para nós é muito importante a união da juventude com a classe operária para fazer a revolução aqui no Paraná e no Brasil.
A eleição de parlamentares é o objetivo do partido? Mesmo discordando do atual sistema eleitoral, isso passa pela pela estratégia do partido?
O nosso partido vê como espaço importante, tanto é que nós temos aqui no Paraná a candidaturas consolidadas. Então, para nós é muito importante, mesmo a gente sabendo que o Parlamento, no caso, o Parlamento burguês, não é o suficiente. O ideal seria a construção da revolução no Paraná e no Brasil. Mas a gente entende como muito importante eleger porta vozes para defender a classe trabalhadora e ajudar na organização da mobilização popular.
E quão distante o partido está disso? Quanto tempo levaria? Quantas eleições PSTU precisaria para eleger parlamentares e romper as cláusulas de barreira?
A questão da mobilização popular, da revolução brasileira, nós não temos uma bola de cristal. A gente defende a linha do Leon Trotsky, da luta permanente. O capitalismo já está na UTI, já está podre para cair. O que falta mesmo é a construção de um partido revolucionário. Então, através da revolução permanente, idealizada pelo Leon Trotsky, é que a gente acredita que organizando a classe operária, a classe trabalhadora, a juventude, nós entendemos que, cedo ou tarde, a classe trabalhadora pode tomar o poder e construir o socialismo e acabar com esse sistema da barbárie, que é o capitalismo. Desde o começo do ano, por exemplo, na Amazônia, já foram derrubadas mais de 300 milhões de árvores. A cada segundo, no Brasil, são derrubadas 19 árvores, então o planeta está em uma situação insuportável em relação à questão do clima. Nós entendemos que só mesmo com a construção do socialismo que nós iremos resolver a questão ambiental e salvar a existência da humanidade.
Nos últimos anos, e mais acentuado com a eleição de Bolsonaro, o movimento conservador vem crescendo no Brasil. Aumentou a resistência a partidos como o PSTU?
Desde que o PT fez aliança com o PL, que é o atual partido do Bolsonaro, com o empresário mineiro, José de Alencar, ele já está ressuscitando a direita. Ele ressuscitou o cadáver do PSDB através do Fernando Henrique Cardoso. O governo Lula escondeu a corrupção do Fernando Henrique Cardoso. O governo Lula, junto com o PFL e PSDB enterraram a CPI dos Bancos para ajudar os banqueiros. Então, de certa forma, eles ascenderam a direita através dessas alianças. O PT fala que teve um golpe em relação à questão da Dilma. Como pode ter tido um golpe e, hoje, o PT fazer alianças com os partidos que cassaram a Dilma? E isso tudo gerou uma certa confusão e faz com que muita gente discorde da dita esquerda porque PT, Psol, PC do B ou, ao menos, parte de seus integrantes, defendem o governo Maduro (na Venezuela), que é um governo ditatorial e um governo que está colocando a fome para o povo. Defendem o governo da Nicarágua, que está perseguindo e prendendo vários militantes, inclusive de esquerda, sindicalistas. E apoiam, também a ditadura cubana, que hoje está prendendo vários militantes e também persegue o movimento LGBTI, é um governo homofóbico. Então, o maior culpado de a população ter votado no Bolsonaro foi esse equívoco da esquerda em dizer que Cuba, Venezuela, Nicarágua e China são países socialistas. Na verdade, eles são ditaduras, que perseguem trabalhadores e governam para suas burguesias.
E em uma eventual vitória sua na eleição estadual. Tem como fazer um governo socialista dentro de um dos 27 estados da Federação, tendo todos os outros vizinhos capitalistas e também a própria Federação?
Se eu ganhar o governo aqui do Paraná, nós entendemos que o país inteiro vai estar bem mais evoluído em relação à questão da ideia socialista. No Paraná, a elite é muito conservadora, então, as famílias Requião, Ratinho, Beto Richa e várias famílias que governaram o estado por muito tempo. Nós entendemos, que se nós ganharmos as eleições, certamente em outros estados vão estar mais avançados com a consciência da classe trabalhadora, porque a gente entende que são estados com mais operários, por exemplo, o estado de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. E a gente, certamente, com os conselhos populares, a gente vai dar o pontapé para a revolução, tanto aqui, na América Latina, como na revolução mundial.
Como seria a gestão do PSTU em relação à infraestrutura do Estado e como o seu governo resolveria a situação do pedágio?
Começando pelo pedágio. Nós lutamos pelo fim do pedágio. Pretendemos transformar as antigas praças de pedágios em pontos de atendimento aos usuários. As praças devem ter equipes médicas e de resgate para problemas mecânicos, acidentes. Devem contar com banheiros, espaços de descanso para os motoristas e equipe de trabalhadores para manutenção e melhoria das vias. Investir pesado nas obras de duplicações, que tornam as rodovias mais seguras para preservar vidas. Vamos cancelar, imediatmente, todos os trâmites que estão em andamento para o leilão da ferrovia. O projeto prevê a concessão por 70 anos, um verdadeiro absurdo. A ampliação e manutenção das ferrovias deve ser parte de um grande plano de obras públicas, discutido e decidido pelo conjunto da população organizada através dos conselhos populares. Nós precisamos estatizar toda a malha ferroviária que estiver sob regime de concessão e as novas ferrovias devem ser controladas e administrada pelos próprios trabalhadores. Nós vamos estatizar as grandes empresas do agronegócio e as grandes empresas agropecuárias. A prioridade deverá ser a produção de alimentos para o povo pranaense e brasileiro exportando apenas o excedente. Garantir a reforma agrária com distribuição de terras aos trabalhadores sem terras sob controle dos trabalhadores, financiando a produção e ampliando a assistência técnica aos pequenos produtores, pois entendemos que a agricultura familiar é responsável por 70% dos alimentos ao povo e não o agro negócio que está acabando com o nosso bioma, a Mata Atlântica e a Mata de Araucária, por exemplo.
Durante toda a entrevista o senhor vem enfatizando a submissão das decisões de governo a conselhos populares. Como isso funcionaria? Quantos e quais seriam?
Os conselhos seriam de acordo com a necessidade da população. A população teria toda a liberdade para escolher a quantidade. Hoje nós vemos no parlamento da Assembleia Legislativa, que é um balcão de negócios, cerca de 50 e poucos deputados, no Congresso Nacional são mais de 500 deputados, que são eleitos e acabam traindo a classe trabalhadora, enganando a maior parte da população. Eles sempre defendem os empresários, banqueiros, latifundiários. O número de conselhos seria determinado de acordo com as necessidades de cada população em relação ao número de habitantes. Por exemplo, uma população de 100.000 habitantes poderia ter três conselheiros por 100.000 habitantes. Mas isso aí partiria das reuniões desse conselhos populares. A população que iria decidir o número necessário de conselheiros para organizar a forma de auto-organização da classe trabalhadora.
Poderíamos formar conselhos por bairros, por cidades, e esses representantes seriam escolhidos em relação à representação nacional também. Mas partiria da população que teria toda a liberdade para decidir o número necessário de conselheiros e esses conselheiros teriam mandatos revogáveis. No caso, um conselheiro não cumprisse o papel defendido pelo povo trabalhador, ele automaticamente perde o mandato. Nnão como acontece hoje com os parlamentares que se elegem por quatro anos, ou oito, no caso dos senadores, e ficam eternamente usufruindo das benesses do Estado e defendendo os empresários, banqueiros, latifundiários e gastando dinheiro do povo. Por isso defendemos também o fim do Senado, e o voto nulo aqui no Paraná para senador.
Qual a visão do PSTU sobre segurança pública e sobre as forças policiais do estado?
Para nós a melhor segurança seria defendermos a geração de empregos com carteira assinada, com estabilidade no emprego, direito a férias ao 13.º e aposentadoria. Isso passa por revogar a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência e a lei das terceirizações. Nós defendemos reduzir a jornada de trabalho para 30 horas semanais, sem redução de salário, empregando mais pessoas, dividindo entre todos o trabalho necessário. Defendemos, também, garantir o auxilio emergencial de um salário mínimo para todos os dempregados até que todos tenham emprego. Organizar um grande plano de obras públicas para construir casas populares, saneamento básico, hospitais, escolas, creches e infraestrutura, isso tudo traria mais segurança por consequência. No caso da polícia, nós entendemos que a maior segurança seria, através dos conselhos populares, criar uma polícia única. Nós defendemos a desmilitarização da Polícia Militar e entendemos que os trabalhadores PMs têm o direito à greve também. Nós defendemos que a população eleja os delegados, que nos batalhões os próprios trabalhadores PMs elejam seus comandantes. E é dessa forma que a gente vai garantir a segurança e não fazendo igual hoje, no caso, essa política de guerra às drogas, que acaba fazendo operações na periferia e morrendo muitos jovens e a população pobre negra da periferia.
Como professor, qual sua avaliação do atual momento da educação no Paraná?
Infelizmente, o governo Ratinho está mentindo para a população falando que pagou os professores. Na verdade ele só deu 1% de aumento salarial. E nós defendemos que tantos os trabalhadores da educação quanto os trabalhadores e servidores tenham a reposição salarial de 38% já. Nós defendemos uma escola pública gratuíta e de qualidade para todos, em todos os níveis, do fundamental às universidades. Defendemos também concurso público e fim da prova do PSS. Defendemos também 50 de hora atividade com escolas em tempo integral. Nós defendemos acabar com a militarização das escolas e reduzir o número de alunos em sala de aula, incentivar a formação continuada dos professores e valorizar a educação. Só dessa forma suspendendo o pagamento da dívida externa, taxando super ricos, estatizando as as maiores empresas, é que teremos recursos para melhorar a qualidade da educação pública. E defendemos também a estatização da educação privada.
Para encerrar, um minuto para o senhor dizer por que o paranaense deve votar em Ivan Bernardo para governador?
Nós queremos governar o Paraná para fazer os conselhos populares, fazer a verdadeira democracia, ser uma alternativa socialista e revolucionária com independência de classe não se aliando aos poderosos e governando para os trabalhadores, para os 99% da população que praticamente vive numa semi-escravidão. São os trabalhadores que constroem a riqueza do Paraná e do país e são eles que merecem governar. Prometer melhorar a vida dos trabalhadores e do povo pobre sem ter um programa que enfrente os super ricos não passa de conversa fiada. É por isso que estamos candidatos nesta eleição: para expropriar os ricos e fazer um governo dos trabalhadores, através da auto-organização sobre os conselhos populares.
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