Com formato menos amarrado e mais dinâmico, o debate inédito realizado pela Gazeta do Povo na noite da última segunda-feira (26) proporcionou mais embates diretos e esquentou as discussões ao longo da hora e meia de transmissão feita ao vivo.
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Dos dez candidatos que disputam a vaga do Paraná no Senado, oito candidatos - filiados a partidos políticos com representação mínima no Congresso Nacional - foram convidados, mas Alvaro Dias (PODE) não compareceu. A ausência foi lembrada e criticada, principalmente pelos candidatos Paulo Martins (PL) e Sergio Moro (União). Também estiveram presentes Aline Sleutjes (Pros), Desiree Salgado (PDT), Laerson Matias (Psol), Orlando Pessuti (MDB) e Rosane Ferreira (PV).
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Ao fim da transmissão, Sergio Moro (União) considerou positivo o debate e parabenizou a Gazeta do Povo pela iniciativa, que levava, a cada vez, dois candidatos ao púlpito para uma troca mais livre de ideias. “Lamentável a ausência do Alvaro Dias, o que reflete um pouco o que a gente tem visto no Senado, infelizmente apagado. Aliás, ele reproduziu hoje o comportamento do Lula (PT), que fugiu do último debate do SBT ”, fez questão de frisar o ex-juiz federal.
Paulo Martins (PL) também elogiou o formato e a rápida adaptação dos candidatos, que não fugiram das discussões. “A gente lamenta a omissão do Alvaro Dias, mas compreendo porque ele está sendo coerente com o que ele é no Senado, omisso. Quem perde é o espectador, que acabou não podendo ver as posições do senador, aliás que não vê há bastante tempo”, cutucou.
Para Aline Sleutjes (Pros), o debate foi um momento especial na sua candidatura, que tem nove segundos de espaço de televisão e não tem fundo eleitoral para poder impulsionar sua campanha nas redes sociais. “Quem ganhou com esse debate foi a população que esteve conosco nesse momento e que pode fazer um comparativo das propostas dos candidatos e dos históricos, do que cada um pensa e fará como senador caso seja eleito”, disse ela.
Debate foi nacionalizado nas perguntas
O embate mais livre também fez com que alguns temas fossem nacionalizados e polarizados, avaliou a candidata Desiree Salgado (PDT), que teve receio de que o formato não proporcionasse a cessão da palavra pelo candidato que fazia as perguntas, mas que no fim funcionou muito bem, segundo ela. “A Gazeta está de parabéns, mas muita coisa ficou por dizer, visto que muitas perguntas visavam gerar certa inimizade, como se todos estivessem disputando a presidência da República. Mas o jornal está de parabéns por promover esse espaço democrático de construção de ideias que, também, facilita a escolha do eleitorado”, falou.
A crítica à nacionalização do debate foi trazida ainda por Orlando Pessuti (MDB), que se ateve a propor mais discussões sobre o Paraná. “Temos assuntos importantíssimos do Paraná e que, inclusive, sempre foram pautas da Gazeta do Povo como, por exemplo, a discussão do mar territorial paranaense, que reflete no pagamento de royalties de petróleo, assim como a imunidade tributária em relação à energia elétrica produzida por Itaipu, que não deixa nenhum centavo de ICMS no Paraná”, ressaltou o candidato, acrescentando que o evento proporcionou a oportunidade de “mostrar quem somos, o que fomos e o que queremos fazer”.
Para a candidata do PV, Rosane Ferreira, o debate com essa dinâmica fez com que a verdade viesse à tona, “pois não dá tempo de combinar o jogo”. Ela disse que, diferentemente dos programas eleitorais, em que você fala exatamente o que você acha que a população quer ouvir, a adrenalina do debate muda o rumo do embate. “Espero que o leitor veja, meça o alcance de cada possível mandato e o quanto isso vai refletir na sua vida, que é o que realmente importa, e no bem do nosso estado”, respondeu ela.
Laerson Matias (Psol) ficou impressionado que o debate tenha ocorrido de maneira produtiva mesmo sem controle formal do tempo disponível para cada candidato. “O debate serviu para as pessoas conhecerem um pouco mais o perfil dos candidatos e propostas que cada um tem”, disse ele.
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