O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a Curitiba neste sábado (17), cidade em que ficou preso por um ano e sete meses em decorrência das investigações da Operação Lava Jato (entenda por que Lula foi condenado). Essa é a segunda vez que Lula volta a capital paranaense depois deixar a carceragem da Policia Federal, em novembro de 2019.
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O ato com o ex-presidente e lideranças da federação “Brasil da Esperança” composta por PT, PCdoB e PV aconteceu na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, mesmo local em que esteve o presidente Bolsonaro três semanas antes.
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“Tem gente que pensa que eu fiquei com ódio de Curitiba, porque eu fiquei preso aqui. Se vocês soubessem, a cadeia me fez a amar Curitiba por que foi aqui que eu conheci a Janja e foi aqui que nós decidimos nos casar. Eu tenho gratidão por Curitiba. Tenho respeito por Curitiba e tenho muito mais carinho por homens e mulheres dessa cidade e desse estado que não mediram esforços para ficar 580 dias pedindo a minha liberdade”, disse Lula no início do discurso.
O ex-presidente disse que tinha o desejo de voltar a Curitiba, mais precisamente na Boca Maldita, tradicional espaço político da capital, para conversar com os eleitores do estado. “Vocês não sabem o quanto eu dizia para a companheira Gleisi que “eu quero ir é na Boca Maldita. Dizem que aquele estado é bolsonarista, por é lá que eu quero ir. Na Boca Maldita’. Para conversar com o povo do Paraná”, disse. “A primeira vez que eu vim aqui, [em Curitiba] nos anos 1980, diziam para mim “lá [na Boca Maldita] é um lugar dos futrica. Tudo que você quiser saber da política do Paraná você entra em um bar na Boca Maldita que você vai saber”, disse Lula.
Lula critica fiscalização de militares às urnas e dá apoio a grupos LGBT
O ex-presidente voltou a criticar a participação das Forças Armadas no processo eleitoral deste ano. Segundo Lula as Forças Armadas devem cumprir seu papel constitucional de defender território, as fronteiras e a soberania nacional.
“As Forças Armadas brasileiras vão voltar a ter o papel nobre que está definido na Constituição. As nossas Forças Armadas não tinham que estar preocupadas em fiscalizar urnas. Quem tem a obrigação de fiscalizar é a Justiça Eleitoral, os partidos políticos e os candidatos”, disse.
Lula criticou ainda o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) dizendo que o país precisa de um presidente que entenda que a mulher não é um “objeto”. Ele também falou da população LGBT. “Quero que a população LGBTQIA+ seja respeitada. Nós temos que respeitar”, disse.
Retorno da redenção
A presidente nacional do PT e candidatada a deputada federal, Gleisi Hoffman, foi a terceira a discursar. Segundo ela, o retorno do ex-presidente a Curitiba é um ato de “redenção” e aproveitou o discurso para alfinetar o ex-juiz e candidatado a senador, Sergio Moro (União).
“Quero dizer que Curitiba é a capital do Paraná, que Curitiba não é uma república. Nunca foi. Nós temos um compromisso aqui. O compromisso aqui é de derrotar Sergio Moro nas urnas. [Ele] não será senador do Paraná”, disse Gleisi lembrando que o ex-juiz tentou se candidatar pelo estado de São Paulo, mas que teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral paulista.
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Requião diz ser o principal cabo eleitoral de Lula no Paraná
O ex-governador e candidato ao Palácio do Iguaçu, Roberto Requião (PT) afirmou que “não vale pena ser governador do Paraná se o Lula não for o presidente da República”, reforçando o pedido de voto a Lula feito pelas lideranças que participaram do ato na Boca Maldita.
“O governo estadual tem limitações e se nós quisermos resolver uma série de problemas. Precisamos ter ao nosso lado um presidente da República da qualidade do Lula”, disse.
“O Lula é indispensável e eu estou aqui pelo mesmo motivo que vocês. Vim a esse palanque como candidato ao governo do estado e como um cabo eleitoral principal do Lula no Paraná. Nós precisamos de um presidente da República com identidade com o povo e capaz de solidariedade”, completou Requião.
Também estiveram presentes no ato a candidata pelo Coletivo Mulheres no Senado, Rosane Ferreira, a ex-presidente Dilma Rousseff, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Manuela D'Ávila (PCdoB) e candidatos a deputado estadual e federal dos partidos que compõem a federação “Brasil da Esperança”.