Senador eleito pelo Paraná nas urnas do último dia 2, o ex-juiz federal Sergio Moro (União Brasil) afirmou nesta segunda-feira (24) que não irá ser novamente ministro de Bolsonaro (PL), em eventual reeleição do presidente da República. A declaração foi feita durante participação de Moro no Flow Podcast, em um contexto no qual ele era questionado sobre sua recente reaproximação com o chefe do Planalto. Moro admitiu que o movimento soa “estranho”, mas voltou a repetir que “a prioridade é derrotar o PT e o Lula”.
“Mas eu não vou compor o governo. Não vou ser ministro do governo. Não barganhei vaga no STF [Supremo Tribunal Federal]. Eu vou ser um senador independente. Mas a volta do PT traz malefícios. Não posso ficar neutro. Com todas as ressalvas que eu tenho ao atual governo, e tenho ressalvas, seria muito pior a volta ao PT”, defendeu ele, que saiu do comando da pasta da Justiça em abril de 2020, alegando interferência indevida de Bolsonaro no trabalho da Polícia Federal.
“Eu tenho minhas divergências com o Bolsonaro. Não estou reescrevendo o passado. Quero deixar isso claro. Mas, neste momento, a prioridade é derrotar o PT e o Lula”, reforçou Moro, que participou do programa transmitido via YouTube ao lado do ex-procurador da República Deltan Dallagnol (PODE), eleito deputado federal pelo Paraná. Ambos saíram em defesa do legado da Operação Lava Jato, negando “perseguição pessoal” a Lula.
Mais ao final do programa, quando novamente foi questionado sobre a relação com Bolsonaro, Moro afirmou que “uma coisa é a corrupção isolada no tempo e espaço e outra coisa é um sistema de corrupção, entranhado”. “Não houve escândalos de corrupção equivalentes aos do PT”, disse ele, em referência à gestão Bolsonaro. Tanto Moro quanto Dallagnol também disseram que não conheciam a fundo o caso dos imóveis da família Bolsonaro pagos com "dinheiro vivo".
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