A Universidade Estadual de Londrina (UEL) organizou nesta quinta-feira (1º) um debate com candidatos ao governo do Paraná. Estiveram presentes os candidatos Ricardo Gomyde (PDT), Roberto Requião (PT) e Ângela Alves Machado (PSOL). Convidado, o candidato à reeleição Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) não compareceu – segundo sua coordenação de campanha, ele já tinha marcado um outro compromisso para o mesmo dia, o que inviabilizou a ida ao debate. Assim, o atual governador foi o principal alvo das críticas dos debatedores, que mantiveram um clima cordial entre eles até o fim, quando o tema pedágio elevou a temperatura do evento.
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O encontro foi divido em três blocos. No primeiro, os candidatos responderam a perguntas feitas por líderes sindicais sobre Educação, Saúde, Privatizações e Terceirizações e Emprego e Habitação. No segundo bloco, os temas se mantiveram os mesmos, mas as perguntas a serem respondidas foram feitas pelo público presente no local do debate. Por fim, o terceiro e último bloco contou com duas rodadas de perguntas feitas de candidato para candidato.
Tema "pedágio" acirrou os ânimos dos candidatos
O clima só se acirrou ao fim do debate. Falando sobre o tema do pedágio, Gomyde lembrou do discurso adotado por Requião em 2002, quando – segundo o candidato do PDT – este se elegeu com o bordão “baixa ou acaba”. Chamando essa fala de “demagogia” e “falácia”, Gomyde disse que “teria sido muito mais justo, correto e ético que se dissesse na época que iria tentar, apesar das dificuldades, abaixar o valor do pedágio ou acabar, mesmo no meio do contrato”.
Os assessores de Requião pediram direito de resposta, e o petista, que a princípio não sabia que tinha ganho o direito de rebater a fala de Gomyde, passou a tecer críticas sobre seu antigo secretário de governo. “Eu quando fui governador do Estado nomeei o ‘Gomydinho’ como secretário de Esportes. Foi fraco o secretário, não o nomearia hoje de novo”, disparou. Na sequência, Requião creditou à ex-presidente Dilma o modelo de pedágio utilizado em Santa Catarina e tido como exemplo pelo candidato do PDT.
Gomyde rebateu dizendo que fez parte do governo de Requião “com orgulho”. “Fizemos os Jogos Escolares do Paraná. Eu tenho uma relação afetiva com o Requião, o admiro e respeito. Mas ele é assim, não admite a mínima divergência. Nossos inimigos estão lá fora, é combater o governo Bolsonaro. Você falou que o pedágio iria baixar ou acabar. Não baixou nem acabou. Por isso, você não tem moral para tratar desse assunto”, devolveu.
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Clima foi ameno durante quase todo o debate
A rusga entre Requião e Gomyde foi a exceção, quebrando o tom amigável do encontro. A ausência de Ratinho Junior, por exemplo, foi alvo de críticas de todos os candidatos durante o debate. Em alguns momentos, em vez de fazer perguntas a seus adversários, o candidato do PT chegou a ceder seu tempo de fala aos adversários - praticamente do mesmo espectro político - para que estes pudessem apresentar suas propostas.
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Candidatos reforçaram importância do debate feito dentro de uma universidade
À Gazeta do Povo, os candidatos reforçaram a importância da realização de um debate dentro do ambiente universitário. A gestão das instituições públicas de ensino superior do Paraná foi ponto presente nas falas dos três. Gomyde classificou como “fundamental” a discussão de ideias, e reforçou que entre suas propostas está a valorização de uma gestão universitária que leve em consideração as características de cada uma das instituições estaduais.
“É aqui que se discute a pesquisa, a extensão, a formação dos nossos paranaenses. Há um importante investimento do Estado nas nossas universidades, mas falta gestão. Vamos discutir essa gestão, vamos discutir a lei geral das universidades que fere a autonomia universitária. Hoje as nossas universidades estão abandonadas. A lei geral parametriza todas as universidades sem reconhecer as especificidades de cada uma, e isso precisa ser revisto. Por isso a importância desse debate aqui na UEL”, avaliou.
Requião fez críticas ao modelo atual de gestão nas universidades adotado pelo Governo do Paraná, e disse que se for eleito deve tomar medidas semelhantes às tomadas por ele em gestões anteriores como governador. “A minha proposta para a gestão das universidades é a mesma que fiz nos meus governos anteriores. Elas têm que funcionar bem, mas para isso temos que dar a elas condição de funcionamento. Mas eles desconsideram tudo isso, querem privatizar o ensino público. Querem privatizar Medicina, querem privatizar a educação básica. É uma loucura”, afirmou.
Professora Ângela classificou o ensino superior público do Paraná como “sucateado”, e disse que se eleita vai voltar a valorizar as universidades estaduais. “As universidades vêm sendo sucateadas. O Paraná é um estado que tem bastante universidades, são sete estaduais. No entanto estamos gastando com as universidades muito aquém do que se deveria. Isso porque o governo trata isso como um gasto mesmo, não um investimento. As universidades são a ciência e a educação, precisam ser valorizadas e tratadas com o devido respeito, o devido valor que elas têm”, comentou.
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