O candidato ao governo do Paraná pelo PSTU, Professor Ivan, foi o entrevistado desta quarta-feira (14) do jornal Meio-Dia Paraná, da RPC. Propondo uma alternativa socialista e revolucionária, o candidato defendeu taxar os muito ricos e estatizar as 100 maiores empresas do país para melhorar a vida dos brasileiros e paranaenses.
Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
“Só dessa forma vai ter dinheiro para investir na saúde, na educação, na moradia, na infraestrutura, no lazer, na cultura e na arte”, declarou. Questionado sobre como tributar as grandes fortunas já que se trata de uma atribuição do governo federal, o candidato disse que será por meio dos conselhos populares, fazendo muita pressão, com o povo nas ruas.
Professor Ivan criticou o processo eleitoral, disse que é uma fraude e totalmente antidemocrático. “Nós do PSTU não temos tempo de TV e de rádio, então esse sistema capitalista e o Congresso Nacional, que é um bando de picaretas, não vão resolver o problema da classe trabalhadora porque representam os grandes empresários e os banqueiros”, declarou.
Apesar de criticar as eleições, disse que “são melhores do que a ditadura militar, que prega o Bolsonaro”. Informou que tem uma proposta de chamar os partidos de esquerda e os movimentos sociais para criar uma autodefesa contra uma suposta tentativa de golpe da ultradireita. Explicou que é candidato porque acredita na luta da classe trabalhadora, mas acrescentou: “As eleições não vão mudar a vida do nosso povo. São sempre as mesmas promessas vazias”, disse.
Saiba tudo sobre as eleições no Paraná
O candidato do PSTU culpou o capitalismo pela violência. Disse que o Paraná é um estado muito violento, onde tem aumentado a barbárie e o assassinato de mulheres. “Desde o início do ano até agora foram registradas quase 29 mil denúncias de agressão contra as mulheres”, citou. Acrescentou que no seu governo pretende criar mais delegacias das mulheres e construir abrigos, restaurantes e lavanderias comunitárias.
Ainda sobre a questão da segurança, defendeu que os policiais militares usem câmera em seus uniformes para dar maior segurança tanto para o trabalhador policial quanto para a comunidade. “A polícia é muito bruta”, observou. Segundo ele, a polícia militar não defende a sociedade, defende os bens dos ricos. “Nossa ideia é organizar a classe trabalhadora em conselhos populares e criar uma polícia única, eleger delegados e juízes e também garantir que o trabalhador policial tenha direito à greve.
Fim das escolas cívico-militares e educação em tempo integral
Para reverter a evasão escolar, o candidato do PSTU defende a suspensão do pagamento da dívida aos banqueiros e a taxação dos bilionários para ter verba para investir na educação pública. Disse que vai acabar com as escolas cívico-militares e instituir a educação em tempo integral, além de reduzir o número de alunos por salas de aula, que hoje estão, segundo ele, superlotadas. Defendeu também o fim da contratação de professores temporários, com a realização de concurso público.
Questionado sobre como resolver os problemas na área da Saúde, voltou a dizer que será por meio da taxação dos super-ricos que conseguirá recursos para investir. Defendeu a estatização dos hospitais e se solidarizou com os enfermeiros na luta pelo piso salarial da categoria.
“Pedágio é um roubo”
Questionado sobre como pretende negociar o fim do pedágio no Paraná (proposta que está em seu plano de governo), uma vez que a responsabilidade passou ao governo federal, o candidato foi contundente. “Pedágio é um roubo. Somos pelo fim do pedágio, já pagamos impostos caríssimos”, declarou. De novo, disse acreditar na mobilização popular para conseguir colocar em prática o que consta em seu plano de governo: acabar com o pedágio, estatizando as estradas.
Agronegócio é política fracassada
Ainda durante a entrevista, o candidato do PSTU fez críticas ao agronegócio. Disse se tratar de “uma política fracassada”. Criticou o fato de o Paraná ser um grande produtor de alimentos e ter que importar arroz e feijão, enquanto exporta soja e farelo para engordar porco e boi na Europa. Sobre os candidatos do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Lula no estado, Ratinho Junior (PSD) e Roberto Requião (PT), respectivamente, disse que vão acabar sempre governando para os capitalistas. “O próprio PT do Requião, que diz que vai governar para todos, só vai dar migalhas para os trabalhadores. Então nenhum dos dois é a solução para a classe trabalhadora”, argumentou.
Próximas entrevistas
Os próximos candidatos a serem entrevistados no Meio-Dia Paraná, da RPC, são Ratinho Júnior (PSD), nesta quinta-feira (15) e Professora Ângela (PSOL), na sexta-feira (16). Já foram entrevistados Joni Correia (DC), na segunda-feira (12) e Roberto Requião (PT/PC do B/PV), na terça-feira (13).
Deixe sua opinião