Candidata ao Senado nas eleições de 2022, Rosane Ferreira (PV) foi a entrevistada desta quarta-feira (21) no Meio Dia Paraná, da RPC. Ela foi questionada sobre assuntos como a polêmica em torno da implementação do piso dos enfermeiros e sobre pontos da reforma política – a candidata defende eleições coincidentes, para que o país “não pare a cada dois anos”. Ela também explicou as razões da renúncia ao mandato de vereadora de Araucária, no ano passado, e como deve ser sua atuação no Senado. A candidata tem dito que fará um “mandato coletivo”, ao lado de suas suplentes, Professora Marlei (PT) e Elza Campos (PCdoB).
Cinco candidatos ao Senado pelo Paraná – entre dez inscritos na disputa – participam de uma série de entrevistas à RPC. O critério de escolha dos candidatos foi a posição deles na pesquisa de intenção de votos feita pelo Ipec (*), encomendada pela RPC, e divulgada em 23 de agosto último. Os cinco melhores colocados no levantamento – além de Rosane, Orlando Pessuti (MDB), Paulo Martins (PL), Sergio Moro (União) e Alvaro Dias (PODE) - serão entrevistados por jornalistas da RPC. A ordem da transmissão, com 20 minutos para cada candidato, foi definida por sorteio. Paulo Martins e Orlando Pessuti já foram entrevistados, na segunda-feira (19) e na terça-feira (20), respectivamente. Também disputam a cadeira do Paraná no Senado os seguintes nomes: Aline Sleutjes (Pros), Desiree (PDT), Laerson Matias (Psol), Roberto França (PCO) e Dr Saboia (PMN).
Piso de enfermagem
Enfermeira e servidora pública de Araucária, Rosane Ferreira foi questionada pelos jornalistas sobre o impasse em torno do piso salarial da enfermagem, aprovado recentemente no Congresso Nacional, mas derrubado de forma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF), diante do impacto financeiro da medida. Ex-deputada federal, a candidata do PV disse que o assunto estava “há muito tempo” tramitando no Congresso Nacional e que, por isso, não entende como o Legislativo pode ter deixado de apontar uma fonte de custeio. Também afirmou que há recursos públicos para o pagamento do piso aos profissionais da enfermagem, ao destacar o alto custo de “toda a máquina pública”, incluindo os orçamentos do Legislativo e do Judiciário.
“Eu entendo o STF. O que eu não entendo é como o Congresso não previu isso. Pagar o piso aos profissionais é o mínimo que nós temos que fazer. Estamos falando de um salário de R$ 4 mil. Para evitar que a categoria tenha três, quatro vínculos empregatícios. Essas pessoas têm adoecido. Para garantir uma qualidade de vida mínima para suas famílias. Curioso é que até tempo atrás eram os nossos heróis da pandemia. E hoje nós temos este impasse”, lamentou a candidata.
Reforma política e mandatos
Questionada sobre reforma política e eleitoral, Rosane Ferreira defendeu eleições coincidentes, ou seja, a realização dos pleitos municipal (vereador, prefeito) e geral (deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente) no mesmo momento. “O País não pode ter eleição de dois em dois anos, parar a cada dois anos. Defendo mandato de cinco anos com eleições concomitantes para as três esferas do poder [municipal, estadual e federal]”, criticou ela, que também se coloca como contrária à possibilidade de reeleição.
Ela também foi questionada pelos jornalistas sobre sua renúncia ao mandato de vereadora de Araucária, no ano passado, alegando que não estava conseguindo aprovar seus projetos de lei na Casa. “Quando eu saí candidata a vereadora de Araucária [em 2020], eu estava fora da política. Tinha voltado a ser enfermeira. Mas continuava filiada ao PV e precisávamos ocupar uma cadeira na Câmara de Vereadores. Aí eu me propus a ajudar a chapa. Meu eleitor sabia disso. Eu ficaria vereadora por no máximo 2 anos, dividiria o mandato com meu suplente”, iniciou ela, que acabou optando por sair ainda antes da metade do mandato, em meados de 2021. “Ao chegar na Câmara de Araucária, não pude nem compor a Comissão de Saúde. Eu tinha dificuldade sim para aprovar os projetos”, admitiu ela, acrescentando que apenas os parlamentares da base conseguiam avançar com suas propostas. Naquele pleito, Rosane recebeu 1.244 votos nas urnas, contra 540 votos do Investigador Fábio Pavoni, substituto dela na Casa.
Questionada sobre como seria sua atuação em Brasília, caso eleita, Rosane afirmou que “no Senado é diferente” e negou que houvesse qualquer acordo para que suas suplentes assumam o cargo após um período. “Serei senadora por 8 anos. A diferença é que Elza e Marlei estarão ao meu lado durante os 8 anos”, garantiu ela, ao explicar o que tem chamado de “mandato coletivo”. “Claro que a responsabilidade do mandato é minha. É meu nome, meu CPF. Mas as decisões serão conjuntas. E é muito importante que os suplentes estejam na campanha com a gente. Nós somos um trio perfeito, uma enfermeira, uma professora e uma assistente social”, disse a candidata.
Ao final da entrevista, Rosane ainda fez um apelo pelas candidaturas de mulheres, maior fatia do eleitorado. “Hoje nós temos três cadeiras no Senado ocupadas por três homens da mesma faixa etária e do mesmo partido. Já passou da hora de termos uma mulher no Senado. O futuro é agora”, afirmou a candidata.
(*) A pesquisa eleitoral encomendada pela RPC TV para o Ipec entrevistou 1,2 mil pessoas, entre os dias 19 e 21 de agosto, em 57 municípios paranaenses. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código BR‐05619/2022; e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o código PR‐07859/2022.
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