A RPC realizou, na noite desta terça-feira (28), o último debate entre os candidatos ao Governo do Paraná. Mais uma vez, o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) optou por não participar do encontro, encerrando assim a campanha, ao menos para o primeiro turno, sem ter participado de nenhum debate com seus adversários. Sem Ratinho Junior, Roberto Requião (PT), Ricardo Gomyde (PDT) e Professora Angela (Psol) fizeram um debate amistoso, praticamente sem ataques entre eles e com quase todas as críticas voltadas ao atual governo.
Mesmo Ricardo Gomyde, que vem adotando um tom duro também contra Requião na campanha, falando em evitar retrocesso ao eleger o ex-governador, evitou confrontar o candidato do PT (a não ser em pequenas alfinetadas) e voltou seus ataques a Ratinho Junior. Os três candidatos fizeram apelo para que o eleitor leve a disputa pelo Governo do Estado para o segundo turno “e, assim, obrigue o Ratinho a debater”, como declarou Requião.
Com temas pré-estabelecidos pela organização do programa e sorteados na hora, o debate teve discussões sobre tecnologia, energia, universidades estaduais, desenvolvimento regional, combate à fome e infraestrutura, entre outros assuntos. O tempo todo, os candidatos destacaram a ausência de Ratinho Junior.
Professora Angela afirmou que a ausência é a marca da gestão de Ratinho Junior e pediu para a população “não eleger um candidato que foge do debate, que faz uma ausência de governo. Precisamos de alguém que tenha compromisso com a educação, que esteja do lado da classe trabalhadora”. A candidata do Psol também criticou, por exemplo, a política estadual de educação. “O Ratinho sucateia a educação, não dá estrutura, alardeia coisas que não são verdade. Mente, inclusive, sobre nossos salários. Ele adoece o os servidores públicos e, aí, diz que nós apresentamos atestados falsos. Educação se faz com profissionais valorizados. Precisamos de concurso público”.
Ricardo Gomyde prometeu revogar a lei geral das universidades que, segundo ele, paralisa as universidade estaduais. Gomyde também dedicou parte de sua participação à discussão sobre segurança pública (mesmo quando este não foi o tema sorteado). “O problema da segurança pública do estado não é a polícia, mas sim a maneira como a polícia é tratada”, comentou o candidato, que ainda repetiu a promessa de fixar o valor máximo de R$ 5,00 para o pedágio.
Na discussão sobre pedágio, Roberto Requião reafirmou que tem um acordo com o candidato do PT à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para revogar a atual licitação e realizar um pedágio de manutenção no estado, “sem concessionário para ficar rico”. O ex-governador repetiu suas promessas sobre reduzir as tarifas da Copel e da Sanepar, “nomeando uma diretoria que pense em fazer as companhias servirem ao povo paranaense e não aos acionistas”. Requião criticou os incentivos fiscais de R$ 17 bilhões anuais atualmente concedidos no estado e ironizou a ausência de Ratinho Junior. ““É por isso que o Rato não pode vir aqui bater um papo. Em um debate ele não se sustenta. O Rato é uma falsidade, é uma tapeação no governo do Paraná”.
Nas considerações finais, os candidatos fizeram apelo pelo segundo turno. “As pesquisas até aqui divulgadas demonstram que mais de 60% dos paranaenses ainda não escolheram seu candidato a governador. Daqueles que já escolheram, disseram que mais da metade ainda podem trocar o voto. Portanto, a eleição está em aberto. O governador devia estar aqui. Está no Twitter. Podia estar aqui, prestando um serviço à nossa população, olhando no olho dos candidatos e debatendo o futuro do nosso estado. Vamos levar essa eleição ao segundo turno”, declarou Gomyde.
“Eu vim preparada para esse debate. Preparada e com a expectativa de que o nosso candidato e atual governador tivesse a coragem de debater aqui com a gente o Paraná que a gente precisa construir para o futuro. Eu sei o que os paranaenses passam no dia a dia, eu vivo o Paraná real. Não o Paraná da propaganda do Ratinho Junior”, disse Professora Angela.
“Eu sou candidato a governador para corrigir esses erros da eleição do Rato, assim como Lula vai corrigir os erros do Bolsonaro. Nós temos que reconstruir o Paraná. Eu tenho experiência, tem uma equipe competente e estou disposto a isso, mas preciso do Lula presidente da República”, encerrou Requião.