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Nas eleições de 2022, Rosane Ferreira é candidata à cadeira do Paraná no Senado pelo PV
Nas eleições de 2022, Rosane Ferreira é candidata à cadeira do Paraná no Senado pelo PV| Foto: Divulgação/PV

A Gazeta do Povo está publicando uma série de entrevistas com os candidatos que nas eleições de 2022 disputam a cadeira do Paraná no Senado Federal. Foram feitas as mesmas sete perguntas a todos os concorrentes, que puderam responder por escrito, dentro de um limite máximo de caracteres previamente informado aos candidatos. Entre os 10 candidatos, apenas Alvaro Dias (PODE) não participa da série – o candidato alegou falta de tempo para responder às questões. Logo abaixo, confira as respostas da candidata pela Federação Brasil da Esperança (formada pelo PT, PV e PCdoB), Rosane Ferreira (PV).

1 - Os últimos anos foram marcados por conflitos na relação entre os Três Poderes. Há queixa de interferência do Judiciário no Legislativo e no Executivo, de interferência do Executivo no Legislativo e de interferência do Legislativo no Executivo. Na sua visão, quais ajustes seriam necessários para garantir a independência entre os Três Poderes, sem prejuízos à democracia.

Vivemos um período de perigosa instabilidade, iniciado com um golpe contra Dilma e consolidado com a prisão ilegal de Lula. Hoje temos um presidente que ofende ministros do STF, que já disse categoricamente que não cumprirá decisões judiciais, elogia a ditadura militar e não esconde suas ambições golpistas. A solução passa pelo respeito à Constituição Federal e às instituições da composição do estado brasileiro, dessa forma a harmonia entre os poderes é fundamental para garantir a democracia brasileira. O Estado Democrático de Direito não pode conviver sob permanente ameaça de interrupção, ainda mais promovida por um chefe de estado.

2 - Como a senhora vê o “orçamento secreto”?

É uma grave distorção, que ataca o orçamento público e coloca bilhões na mão de parlamentares aliados do presidente, de forma nada republicana e sem qualquer transparência sobre o destino dos recursos. O orçamento é a base para todas as políticas do país, para toda a população. É peça chave da organização social e não pode virar moeda de troca com os deputados. Alguns congressistas usam o dinheiro público para abastecer redutos eleitorais, sem qualquer preocupação com uma distribuição justa nem a orientação de uma política pública séria, que destine recursos a quem realmente precisa. Isso gera situações absurdas, o bloqueio de verbas na educação e na saúde para sustentar o orçamento secreto.

3 - Como a senhora se posiciona em relação a privatizações de estatais?

Somos contrárias. Estatais não impedem que a iniciativa privada atue no país. Pelo contrário, dinamizam a economia e são uma grande fonte de renda, desenvolvimento e inovação tecnológica. Estamos entregando nosso patrimônio, incluindo ativos estratégicos que qualquer país sério jamais privatizaria. O resultado é a perda gradual da nossa soberania, como no caso da venda da Eletrobras, com a redução da taxa de investimento em serviços essenciais. A população pagará cada vez mais caro para sustentar os lucros de acionistas. O lucro é de poucos e o prejuízo é de todos. A maior parte do mundo desenvolvido está reestatizando empresas estratégicas e nós caminhamos no sentido inverso.

4 - Em junho, o plenário do Senado aprovou projeto de lei complementar que fixou um teto de 17% do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e serviços de telecomunicações e de transporte público. O texto recebeu críticas de governadores estaduais, inclusive do Paraná, já que o ICMS é a principal fonte de arrecadação estadual. Como a senhora se posiciona sobre o tema?

A gasolina estava cara e ainda está cara. Entendemos que a forma adotada para baratear os preços não é a ideal, pois prejudica os investimentos públicos em áreas cruciais, como a educação e a saúde. É necessário mudar a política de preços da Petrobras, baseada no preço internacional do petróleo. É uma política equivocada, pois a cadeia do combustível tem custos nacionais e o consumidor paga o preço internacional. A Petrobras foi a empresa que mais distribuiu dividendos para acionistas no mundo neste ano. O governo federal tem maioria no conselho da estatal e basta vontade política para mudar isso. Mas escolhe priorizar o lucro de acionistas, muitos de fora do país, e empobrecer a população.

5 - Quais são as principais bandeiras da sua candidatura e por que busca a cadeira do Paraná no Senado?

As mulheres estão subrepresentadas na política. Não é possível um Senado com 15% de mulheres. Queremos estar no Senado para representar todos e todas, mas principalmente as mulheres que são a maioria da população e as que mais sofrem com desemprego, fome, violência e a falta de investimentos. Nosso mandato será participativo, progressista e popular, voltado a cuidar da nossa gente. Defenderemos emprego e renda básica para todas as famílias, e mais recursos públicos para a educação, cultura, saúde, assistência social e segurança. Também teremos um olhar especial para as micro e pequenas empresas e a valorização dos servidores que diariamente trabalham para atender a população paranaense.

6 - Qual a candidatura à presidência da República que a senhora apoia e por quê?

Lula é o nosso candidato. O ex-presidente já mostrou que sabe o que fazer para que o país volte a crescer com distribuição de renda e combate às desigualdades, para que as pessoas tenham novamente a esperança e a vivência concreta de um país melhor, sem fome, com emprego, direitos trabalhistas e dignidade. A valorização real do salário mínimo é urgente para recuperar o poder de compra dos salários e a perspectiva de futuro da população, que não aguenta mais trabalhar apenas para sobreviver e contar dinheiro para conseguir se alimentar. Queremos um Brasil feliz de novo e que sirva de exemplo para o mundo.

7 - Qual a candidatura ao governo do Paraná que a senhora apoia e por quê?

Requião é o nome certo para governar o Paraná e cuidar da nossa gente. No seu governo, tínhamos a melhor educação do país, servidores valorizados e respeitados, inúmeros programas sociais, de fomento à economia e ao desenvolvimento que colocaram o Paraná em outro patamar em relação ao país. O atual governador elegeu os servidores como inimigos e escolheu governar apenas para os mais ricos, sucateou a educação e os serviços públicos, está tentando enganar a população com o preço dos pedágios e colocando em risco o futuro do Paraná. Com Lula e Requião, queremos e vamos ser protagonistas da transformação que o Brasil precisa.

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