A Gazeta do Povo está publicando uma série de entrevistas com os candidatos que nas eleições de 2022 disputam a cadeira do Paraná no Senado Federal. Foram feitas as mesmas sete perguntas a todos os concorrentes, que puderam responder por escrito, dentro de um limite máximo de caracteres previamente informado aos candidatos. Entre os 10 candidatos, apenas Alvaro Dias (PODE) não participa da série – o candidato alegou falta de tempo para responder às questões. Logo abaixo, confira as respostas do candidato do União Brasil, Sergio Moro:
1 - Os últimos anos foram marcados por conflitos na relação entre os Três Poderes. Há queixa de interferência do Judiciário no Legislativo e no Executivo, de interferência do Executivo no Legislativo e de interferência do Legislativo no Executivo. Na sua visão, quais ajustes seriam necessários para garantir a independência entre os Três Poderes, sem prejuízos à democracia?
Precisamos de mais equilíbrio entre os Três Poderes, isso é essencial para que a democracia funcione. Entender o que cada um deles faz é o passo inicial. O Legislativo faz as leis. No Executivo, as ordens são executadas e, no Judiciário, os julgamentos e as determinações de cumprimento de pena. O segundo passo é o acompanhamento do que esses poderes estão produzindo para sociedade e para isso é preciso que as próprias instituições se comuniquem melhor com a sociedade civil. Toda atuação de cada um desses poderes que foge disso, está fora do limite do que eles podem fazer. Precisamos estabelecer limites e caminhar em uma direção em que cada um dos poderes atue em determinação com sua função.
2 - Como o senhor vê o “orçamento secreto”?
Como uma completa jogada de corrupção sistêmica falseada de governabilidade. Alguns vão entender como incentivos, mas estes são incentivos errados para os parlamentares. É um verdadeiro rito obscuro para captar apoio indiretamente. Não precisamos desses "incentivos" para que o congresso atue. É dever do congressista ser servidor dos cidadãos e trabalhar em prol do melhor para sociedade. Precisamos frear essa medida para que não ocorra um novo esquema de compra de votos agora legalizado, como já aconteceu em nossa história recente.
3 - Como o senhor se posiciona em relação a privatizações de estatais?
Sou favorável à desestatização e abertura do capital de empresas estatais, não só para garantir que possamos aliviar a máquina pública em investimentos direto para essas empresas, mas para trazer melhorias na vida do cidadão. Além disso, é fato exposto pelo nosso trabalho na Lava Jato que essas empresas são utilizadas como moeda de troca entre partidos. Quando uma empresa pública não atua gerando benefícios, podemos colocar a iniciativa privada para gerar essa administração porque seu objetivo final não é somente lucrar, mas sim gerar bem-estar e garantir que a empresa está cumprindo o seu papel.
4 - Em junho, o plenário do Senado aprovou projeto de lei complementar que fixou um teto de 17% do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e serviços de telecomunicações e de transporte público. O texto recebeu críticas de governadores estaduais, inclusive do Paraná, já que o ICMS é a principal fonte de arrecadação estadual. Como o senhor se posiciona sobre o tema?
O aumento do preço dos combustíveis é inaceitável. A realidade é que temos décadas de erros na política de combustíveis no Brasil. O Petrolão influencia até hoje nos custos, afinal, caso os dirigentes da Petrobras tivessem investido em aprimoramentos tecnológicos ao invés de desviarem dinheiro, teríamos melhores infraestruturas de refinarias... Hoje, estamos diante de uma alta descontrolada do dólar e parece que nenhum desses projetos visam o longo prazo. São medidas eleitorais de curto prazo porque visam somente uma coisa: a reeleição. Precisamos ficar de olho em situações como esta.
5 - Quais são as principais bandeiras da sua candidatura e por que busca a cadeira do Paraná no Senado?
Minha principal bandeira é o combate à corrupção. Eu quero, por exemplo, buscar uma legislação que impeça que quem deve a justiça concorra à Presidência da República. Aprovar leis que combatam a impunidade e a inversão de valores que vivemos hoje: o fim do foro privilegiado, a criação de corte anticorrupção, o endurecimento das leis para crimes. Também lutarei pelos interesses do povo paranaense. Tudo isso aliado ao meu caráter e honestidade refletem a política que quero fazer e o porquê da cadeira do Paraná: fazer o que é certo sempre. Sou filho do Paraná e foi aqui que aprendi esse valor. Não há honra maior do que a chance de fazer isso sendo representante da minha terra no Senado Federal.
6 - Qual a candidatura à presidência da República que o senhor apoia e por quê?
O União Brasil tem candidata à presidência que é a Soraya Thronicke.
7 - Qual a candidatura ao governo do Paraná que o senhor apoia e por quê?
Estamos na aliança do governador Ratinho Junior. É a melhor opção para as eleições desse ano.
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