O primeiro programa eleitoral dos candidatos à presidência da República neste ano, que estreou neste sábado (27), no começo da tarde, foi usado principalmente para a apresentação dos menos conhecidos, para reforçar os feitos dos dois principais da disputa e, ainda, para alfinetar o atual presidente sem cita-lo nominalmente.
O horário foi aberto por Soraya Thronicke (União Brasil), senadora do Mato Grosso do Sul que foi confirmada como candidata à presidência poucos dias antes da data limite para a realização das convenções partidárias. Detentora de um dos maiores tempos na propaganda – 2 minutos e 10 segundos –, ela começou o programa destacando um senhor de idade sendo perguntado se está feliz com a situação vivida pelo país. Cabisbaixo, ele começa a levantar a cabeça e a sorrir quando o narrador diz que agora há uma opção para “trazer a alegria e a esperança de volta”.
Soraya começa a se apresentar dizendo que nasceu em Dourados, interior de seu estado, fala da vida pessoal e da carreira política até explicar porque quer ser presidente do Brasil: “Porque não dá mais para conviver entre o medo e o ódio, com desigualdades e injustiças, e não dá mais para voltar aos erros do passado e nem errar de novo”. As falas são apresentadas com imagens de comunidades carentes, pessoas em situação de rua, entre outras. Mais ao fim, a candidata diz que vai colocar o eleitor no centro das decisões e que fará aquilo que só ela pode fazer, “unir o país no caminho da prosperidade”.
Logo na sequência, com apenas 22 segundos de propaganda, Luiz Felipe D’Ávila (Novo) se apresenta sozinho sem uma grande produção de vídeo, dizendo que os eleitores vão “ouvir promessas de gente que transformou o Brasil nesse caos”, com imagens de capas de revistas retratando, entre outros assuntos, a volta da inflação.
Também diz que houve uma destruição do “orgulho de ser brasileiro” e que sempre se escolhe “o menos pior”. No entanto, não fez qualquer menção sobre o que pretende fazer se for eleito presidente.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) veio logo depois, com 3 minutos e 39 segundos, fazendo um contraponto entre o que seriam ações da atual presidência do país e o que seria o ideal, como o abandono representado por um prato vazio e o acolhimento de uma refeição, entre outras. E questiona: “qual Brasil que você quer?”, seguido pelo jingle de “Lula lá, o Brasil merece outra vez”.
Então, o ex-presidente aparece saudando o reencontro com os eleitores dizendo que a alegria desse momento só não é completa porque “milhões de irmãos e irmãs passam fome agora. Como esse país tão rico retrocedeu tanto?” Entre outras falas e depoimentos de populares pedindo a volta de Lula à presidência, seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), aparece falando que o ex-presidente vai “trazer a dignidade de novo, reconstruir o Brasil e melhorar a vida das pessoas”.
Logo na sequência começou o programa de Simone Tebet (MDB), com seus 2 minutos e 20 segundos sendo usados para apresentar a senadora sul-mato-grossense ao Brasil. Ela reforçou o que já vem dizendo em entrevistas, que vem “lá do interior do interior do Brasil”, a carreira profissional de advogada quando foi estudar no Rio de Janeiro, a volta à cidade de Três Lagoas para iniciar a carreira política, e os feitos quando chegou ao Senado em Brasília.
Emendou contando que foi a primeira mulher a ocupar a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o trabalho realizado durante a CPI da Covid-19, no ano passado, e “agora o maior desafio de toda a minha vida: ser candidata à presidência da República”. Diz, ainda, que a política brasileira se transformou em uma decepção e que, “enquanto eles brigam, eu vou trabalhar sério, assumindo compromissos e fazendo propostas para mudar de verdade a vida dos brasileiros”, completou.
Já o atual presidente candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), usou seus 2 minutos e 38 segundos para enaltecer que o povo escolheu, em 2018, “um líder, um homem simples, verdadeiro, honesto, que fala o que pensa e o que sente”. Emendou com um discurso em que diz que todos tem oportunidades e que “não ousem em tocar na liberdade do meu povo”.
A propaganda prossegue com Bolsonaro citando uma passagem bíblica dizendo que assumiu a presidência com “sérios problemas éticos, morais e econômicos”. Diz que foi arrumando o país com o tempo, trazendo feitos como a “Lei da liberdade econômica”, e que teve a pandemia da Covid-19 e a guerra na Ucrânia no meio do caminho. Emendou dizendo que as coisas começaram a voltar à normalidade em 2022 com a queda no preço dos combustíveis, a geração de emprego e o Auxílio Brasil de R$ 600 que será mantido. “A esperança nasce das escolhas que você faz na política”, finalizou.
Por fim, Ciro Gomes (PDT) começou seu programa de 52 segundos dizendo que o “Brasil era o país que mais crescia no mundo. Hoje, é o que menos cresce porque tem coisa errada pra todo o lado”. Em seguida, fala sobre os altos preços da comida nos supermercados, e que as coisas só melhoram “para os ricos e determinados tipos de políticos”.
Ciro minimizou o pouco tempo de propaganda na TV e diz que isso será compensado pelo seu programa de governo “capaz de conquistar o coração da maioria dos brasileiros e das brasileiras”. Ao final, ele convida os eleitores a assistirem ao programa que será exibido à noite, o qual já adiantou à Gazeta do Povo que será como um “convite” para as pessoas acompanharem uma live nas redes sociais, onde vai explicar melhor todas as propostas.
Os candidatos Constituinte Eymael (DC); Léo Péricles (UP); Sofia Manzano (PCB); e Vera Lúcia (PSTU) não terão tempo de propaganda em rádio e TV por não terem atingido a cláusula de barreira. A divisão do tempo considera o tamanho das bancadas eleitas pelos partidos na Câmara dos deputados em 2018. E Pablo Marçal (Pros) teve o tempo de propaganda destinado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à chapa “Brasil da Esperança”, embora diga que mantém a candidatura.
A propaganda eleitoral gratuita na TV dos candidatos à presidência é exibida até o dia 29 de setembro às teças, quintas e sábados, às 13h e às 20h30. E no rádio, às 7h e às 12h.
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