A menos de três semanas do primeiro turno das eleições, a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) busca reforçar a imagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como tendo sido condenado pela Justiça por envolvimento em corrupção.
A propaganda veiculada no horário eleitoral gratuito na noite desta quinta-feira (15) trouxe trechos de falas de âncoras e analistas de grandes veículos de comunicação na época em que narraram os desdobramentos dos processos nos quais Lula foi julgado e condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. “A condenação de Lula no caso do triplex está confirmada por três instâncias da Justiça”, diz uma das âncoras.
Em outro momento, o vídeo exibe um trecho da delação de Antônio Palocci, ex-ministro da Fazenda durante o governo Lula, que em 2017 imputou crimes de corrupção ao ex-presidente e afirmou que o partido recebeu dinheiro de propina para financiar campanhas eleitorais.
Também é veiculado trecho de depoimento do empreiteiro Marcelo Odebrecht ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também em 2017, no qual ele declara que colocou R$ 300 milhões à disposição do PT entre 2008 e 2014.
Em seguida, a propaganda exibe uma fala de Lula durante o debate presidencial realizado na TV Bandeirantes no final de agosto, em que o petista afirma que foi julgado pela Justiça e considerado inocente. “Não, não foi. A pior e maior mentira desta eleição é dizer que Lula foi inocentado”, diz a locução da peça.
Entrevistas de juristas à televisão também foram resgatadas e inseridas na propaganda. Um dos trechos exibidos é de uma entrevista do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello. “O Supremo não o inocentou. O Supremo aceitou a nulidade dos processos-crime, o que implica o retorno à fase anterior, à fase inicial”, afirmou o ex-ministro na ocasião.
“Foi isso o que aconteceu com Lula. O processo mudou de lugar, mas a verdade, essa não muda. Como você viu, Lula está mentindo. Ele não foi inocentado”, encerra a locução da propaganda de Bolsonaro.
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