O Pros, partido que recentemente lançou Pablo Marçal como candidato à presidência da República, apoiará a chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). A decisão foi tomada nesta quarta-feira (3) após reunião entre o ex-ministro Aloizio Mercadante, coordenador de programa da campanha de Lula, Alckmin e a executiva nacional do PROS, liderada pelo presidente Eurípedes Júnior, que retomou o cargo no último domingo (31) após decisão do ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Com isso, a indicação de Marçal à corrida presidencial deve ser retirada na convenção do partido, marcada para esta sexta-feira (5). Em publicação nas redes sociais no início desta tarde, o presidenciável afirmou que estava em deslocamento para São Paulo para ver o que era essa “piada virando pesadelo”. Mais cedo, em outra postagem, ele afirmou que sua candidatura estava em risco.
Em nota divulgada após a reunião, a Fundação Perseu Abramo, entidade ligada ao PT e presidida por Mercadante, informou que o apoio do PROS deve ocorrer “na maioria dos estados da federação” e que a formalização deste apoio será oficializada na convenção do partido.
“Os representantes do PROS apresentaram como proposta para o programa de governo a necessidade de auxiliar os brasileiros endividados. São cerca de 66 milhões de pessoas. O tema que já consta nas diretrizes do programa será discutido com mais profundidade em parceria com a Fundação da Ordem Social que também está debruçada sobre o tema. A fundação integra o Observatório da Democracia, desde o seu início, juntamente com a Fundação Perseu Abramo”, afirma a nota.
Pablo Marçal ameaça ir à Justiça contra retirada da candidatura
Após a divulgação do apoio do Pros à chapa Lula-Alckmin, Marçal divulgou um comunicado no qual defende que sua candidatura está mantida e ameaça judicializar a retirada de sua candidatura, caso se confirme. No texto, ele argumenta que não foi informado pela Executiva do partido sobre a mudança e que uma nova convenção nacional para retirar sua candidatura não poderia ser convocada para esta sexta-feira (5). Segundo ele, para se consolidar o apoio da legenda à chapa de Lula, "seriam necessários dez dias para convocação de uma nova convenção, conforme estatuto do partido, algo inviável até o dia 5 de agosto".
Por fim, o presidenciável declara que "qualquer ação no sentido de descumprir a indicação realizada na convenção e contrária ao ordenamento jurídico vigente será objeto de judicialização, uma vez que já existe o registro da candidatura aguardando apenas a homologação do TSE". Marçal fará uma coletiva de imprensa noite desta quarta-feira para comentar o assunto.
Impasse na presidência do Pros
Como mostrado pela Gazeta do Povo, a candidatura de Marçal entrou em compasso de espera após a presidência do Pros ter trocado de mãos no último domingo (31). Eurípedes, que estava afastado da chefia do partido desde março, foi recolocado no posto em substituição a Marcus Holanda, por decisão do ministro Jorge Mussi, do STJ.
Holanda e Eurípedes travam disputa nos tribunais desde 2019 pelo comando da legenda. O atual presidente é acusado de corrupção e de utilizar recursos do fundo partidário em benefício próprio. Ele foi destituído da presidência do partido quando um processo administrativo liderado por Holanda determinou seu afastamento.
A decisão do ministro Mussi diz que o processo conduzido por Holanda não tem validade e, por isso, Eurípedes voltou à presidência do Pros. O impasse travou a candidatura de Marçal porque o lançamento de seu nome ao Palácio do Planalto foi uma decisão da administração de Holanda, não de Eurípedes. E a intenção do "novo" presidente do Pros seria aproximar o partido da candidatura de Lula.
Em nota enviada à reportagem na tarde desta quarta-feira, Marcus Holanda diz que a decisão monocrática do ministro do STJ traz danos ao planejamento do partido para estas eleições. “Vale ressaltar que, dentre as 27 unidades da Federação, foram feitas 15 convenções estaduais e as demais com data marcada e em véspera de acontecer, todas de acordo com a Res. TSE nº 23.609/2019 (...) Essa decisão causa grave lesão ao processo eleitoral em curso, uma vez que o Partido está em pleno período de convenção. Isso traz muitos danos, pois os atuais membros escolhidos estão em total sintonia com os objetivos do Diretório Nacional”, declara. Holanda afirmou que irá recorrer da decisão.
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