O Pros oficializou neste domingo (31) em sua convenção nacional a candidatura do coach e influenciador digital Pablo Marçal à presidência da República. O partido não confirmou o candidato a vice na chapa, mas usou o evento para pedir votos a candidatos que disputarão o Legislativo federal os legislativos estaduais. Em todo o país, a legenda estima que mais de 1,5 mil filiados disputarão o pleito.
O presidenciável do Pros apostou em discursos contra a polarização e classificou a si próprio como "o candidato de terceira via que ninguém tem a coragem de assumir". "As polarizações nunca vão acabar. Elas têm que ser perfuradas", destacou Marçal.
Marçal afirmou ter um plano de governo com 90 diretrizes para o país e elencou a necessidade de reformas tributária e eleitoral como prioridades. "Não se faz uma reforma tributária se não fizer uma eleitoral primeiro", destacou. Se eleito, ele prometeu estimular as empresas e as exportações no país.
"Temos que focar absolutamente nas empresas, pois são elas que geram empregos, não [o setor] político", declarou Marçal. O presidenciável também se posicionou favoravelmente à privatização da Petrobras e da Eletrobras. "Se você desestatiza uma companhia e a entrega a grupos empresariais, eu mesmo quero ser o primeiro da fila a comprá-la. Porque a Petrobras, por exemplo, é a companhia energética que dá o maior lucro em todo o mundo".
O presidenciável destacou ser cristão e se posicionou a favor do direito do feto à vida. "Vamos fazer uma pequena mudança no Código Penal e aborto passará a ser chamado de assassinato de vida inocente", disse. Marçal declarou, porém, ser favorável à manutenção dos casos em que a lei permite o aborto, ou seja, em situações da gestação ser resultado de estupro ou oferecer risco de vida à mãe.
Quem é Pablo Marçal e o que o Pros espera de sua candidatura à presidência
Pablo Marçal se define como "cristão, filantropo, empreendedor imobiliário e digital, mentor, estrategista de negócios, especialista em branding e jurista por formação". Ele também já afirmou em entrevistas que se considera como a "única via" na corrida presidencial.
Com 2,3 milhões de seguidores no Instagram, Marçal é conhecido por cursos que oferece como coach. Focados em "destravar códigos da prosperidade e do governo da alma", os conteúdos podem custar até R$ 3 mil.
Em janeiro, durante uma atividade de um de seus cursos de motivação, o pré-candidato se perdeu com outras 30 pessoas no Pico do Marins (SP), na Serra da Mantiqueira. O grupo teve de ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros.
Em uma eleição tão polarizada, a estratégia de Marçal é atrair votos do que perfil que alguns no Pros classificam como o "novo cristão", o jovem que tem interesse em crescimento econômico e pessoal. Interlocutores da legenda apontam que a ideia é buscar votos dentro de nichos do eleitorado jovem e cristão.
O Pros planeja trabalhar a imagem do influenciador digital Pablo Marçal como um legítimo outsider — ou seja, alguém que não é da política. Internamente no partido, ele é apontado como um "jovem empreendedor" que quer ingressar na política com as propostas de crescimento e prosperidade para toda a população no cenário pós-pandemia, especialmente os jovens.
Apesar dos esforços de Pablo Marçal em se posicionar como o "o candidato de terceira via que ninguém tem a coragem de assumir" ou a "única via", as pesquisas eleitorais sugerem dificuldades para ele romper a polarização e crescer até mesmo entre os candidatos de centro. A última pesquisa Datafolha o aponta com 1%, mesmo índice observado pelo levantamento BTG/FSB mais recente.
Metodologia das pesquisas utilizadas
O Datafolha entrevistou 2.556 eleitores entre os dias 27 e 28 de julho em 183 cidades. O levantamento foi contratado pelo jornal Folha de S. Paulo e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo BR-01192/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
O Instituto FSB Pesquisa ouviu, por telefone, dois mil eleitores entre os dias 22 e 24 de julho de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pelo banco BTG Pactual e está registrada no TSE com o protocolo BR-05938/2022.
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