O PSB formalizou nesta sexta-feira (8) a indicação do ex-governador Geraldo Alckmin como vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, o encontro, que ocorreu em São Paulo e contou com representantes dos dois partidos, serviu para alinhar detalhes da campanha à Presidência da República.
"Quero fazer um duplo agradecimento ao PSB, pela acolhida e pela confiança pela indicação do nosso nome para compormos uma chapa para trabalharmos pelo país. Aqui foi explicitado o momento grave que estamos vivendo, é hora de grandeza política. Nós vamos somar esforços para a reconstrução desse país", afirmou Geraldo Alckmin.
A expectativa a partir de agora é que Alckmin assuma algumas funções dentro da campanha de Lula. O ex-governador será responsável, por exemplo, pela articulação da chapa em estados do Sudeste e do Sul, regiões onde a candidatura de Lula enfrenta maiores dificuldades. Já Lula pretende rodar estados do Norte e do Nordeste.
Em discurso no evento, o ex-presidente Lula relembrou os tempos em que disputou à Presidência contra Alckmin e o PSDB. De acordo com o petista, "duas forças diferentes podem se juntar para recuperar a democracia".
"Duas forças diferentes podem se juntar. A partir de agora você me chama de companheiro Lula e eu lhe chamo de companheiro Alckmin. A gente precisa esclarecer isso na opinião pública, pois feliz era esse Brasil quando a polarização se dava entre PT e PSDB, entre Lula e Alckmin, entre Dilma e [José] Serra. Era uma política civilizada. Hoje isso não é possível, porque não está estabelecido na disputa a polarização civilizada", disse Lula.
O ex-presidente reforçou ainda que a aliança entre os dois não será apenas para a eleição. Segundo Lula, se eleitos, ambos irão trabalhar juntos para "reconstruir o país".
"Você [Alckmin] vai participar das discussões do plano de governo e depois do governo em si, mas antes a gente vai ter que combinar como ganhar essas eleições. É importante saber que essa chapa não é só para disputar as eleições. Acredito que ganhar as eleições vai ser mais fácil do que o trabalho que vamos ter para reconstruir esse país", completou.
Chapa entre Lula e Alckmin mantém impasse entre PT e PSB nos estados
Apesar da aliança nacional, lideranças do PT e do PSB ainda divergem sobre as candidaturas aos governos de alguns estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Espírito Santo, por exemplo. Em São Paulo, o PT pretende lançar o ex-prefeito Fernando Haddad, enquanto o PSB aposta no nome do ex-governador Márcio França.
De acordo com a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), existe um diálogo entre os dois partidos para que haja uma convergência na maioria dos estados. "Vamos seguir buscando o entendimento. Ainda temos tempo para discutir esses impasses estaduais", afirmou a petista.
Lideranças de ambos os partidos admitem que já existe um acordo para apoio mútuo na campanha estadual de São Paulo ainda antes do primeiro turno. A previsão é de que quem tiver mais bem colocado em pesquisas eleitorais, levando em conta também o potencial de votos, terá o apoio do outro entre o fim de maio e o começo de junho.
"É preciso olhar não apenas as intenções de voto, mas, principalmente, para a rejeição dos candidatos nas últimas pesquisas", defendeu o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
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