O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receberam neste segundo turno o apoio de uma série de governadores eleitos e reeleitos. Em parte desses estados, os vitoriosos do primeiro turno tiveram mais votos que os candidatos a presidente que apoiam. Isso significa que, em tese, podem ajudar a "transferir" votos. Ou seja, são estados onde há margem de crescimento por causa dessas alianças eleitorais. A Gazeta do Povo levantou quais são os apoios que potencialmente mais podem beneficiar Bolsonaro e Lula.
Lula tem, na sua base de apoios para o segundo turno, o governador mais bem votado do Brasil: Helder Barbalho (MDB), do Pará, que somou mais de 70,41% dos votos no estado. Lula teve 51,22% dos votos válidos no estado. Já o presidente Jair Bolsonaro tem ao seu lado o segundo governador mais bem votado, Ratinho Junior (PSD), que obteve 69,6% dos votos no Paraná. Bolsonaro teve 55,26% dos votos válidos dos paranaenses.
Barbalho e Ratinho não só foram líderes na votação para o governo, mas foram também os dois candidatos às gestões estaduais que mais superaram os presidenciáveis líderes dentro de seus estados. Barbalho fez 673,5 mil votos a mais do que Lula no Pará, enquanto Ratinho somou 614,6 mil votos a mais do que Bolsonaro no Paraná.
Mas, para Bolsonaro, o apoio do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), pode ser ainda mais importante. Em Minas, o atual presidente foi derrotado por Lula: 48,29% para o petista contra 43,60% dos votos para Bolsonaro. Mas Zema, que apoia o presidente, foi eleito com 56,2% dos votos válidos. A diferença entre Zema e Bolsonaro foi de 854,8 mil votos. Tradicionalmente, quem tem mais votos em Minas acaba ganhando a disputa nacional.
Outro estado em que o apoio do governador pode ser decisivo para Bolsonaro é Rio de Janeiro. O governador reeleito Cláudio Castro (PL) teve 58,7% dos votos válidos e Bolsonaro, 51,1%. Em termos numéricos, Castro teve 99 mil votos a mais que o presidente.
Já Lula tem o apoio de ao menos mais um governador eleito que teve uma votação bem mais expressiva que a do petista. No Amapá, Clécio Luís somou 53,7% dos votos e Lula ficou com 45,7%. Mas, como o Amapá é um estado pequeno, essa diferença, na prática, não é tão expressiva: são 24,7 mil votos.
Pará, Paraná, Minas, Rio e Amapá são cinco dos sete estados em que o vencedor na disputa pelo governo teve mais votos do que o presidenciável mais votado localmente. Os outros são Mato Grosso e Tocantins.
Quais estados já tem governadores eleitos e quem apoia Bolsonaro e Lula
O Distrito Federal e 14 estados definiram suas eleições para o governo em primeiro turno: Acre, Amapá, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Maranhão, Roraima, Piauí e Tocantins.
Dos 15 governadores já vitoriosos, oito declararam apoio a Bolsonaro: Romeu Zema (Novo-MG), Cláudio Castro (PL-RJ), Ratinho Junior (PSD-PR), Mauro Mendes (União Brasil-MT), Gladson Cameli (PP-AC), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Wanderlei Barbosa (Republicanos-TO) e Antonio Denarium (PP-RR).
Lula conta com o apoio de seis governadores: Hélder Barbalho (MDB-PA), Clécio Luís (Solidariedade-AP), Elmano de Freitas (PT-CE), Rafael Fonteles (PT-PI), Fátima Bezerra (PT-RN) e Carlos Brandão (PSB-MA).
A "guerra dos apoios" entre Lula e Bolsonaro foi deflagrada logo após o fim do primeiro turno da eleição. Os dois presidenciáveis passaram a receber (e exibir) o suporte tanto de candidatos derrotados quanto de governadores que venceram no primeiro turno, além de concorrentes ao Senado, cuja eleição já se encerrou no dia 2. Tanto Lula quanto Bolsonaro fizeram atos de campanha ao lado dos apoiadores, para mostrar a força nacional de suas candidaturas.
De político estudantil a prefeito: Sebastião Melo é pré-candidato à reeleição em Porto Alegre
De passagem por SC, Bolsonaro dá “bênção” a pré-candidatos e se encontra com evangélicos
Pesquisa aponta que 47% dos eleitores preferem candidato que não seja apoiado por Lula ou Bolsonaro
Confira as principais datas das eleições 2024