Novos líderes partidários têm assento garantido nas reuniões com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que definem a pauta de votações.| Foto: Agência Câmara
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A maior parte dos partidos com bancada na Câmara dos Deputados já confirmou seus líderes para o ano. Estes deputados têm prerrogativas como falar pelo partido, participar de reuniões em que são definidas as pautas de votação e indicar os representantes das legendas nas comissões. Em um ano como o de 2022, em que haverá eleições para presidente da República e outros cargos, a definição do líder também contribui para o reforço de alinhamento entre a bancada e o projeto nacional do partido.

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Esse é o caso do PDT. O partido vive um impasse interno pelo fato de a pré-candidatura presidencial do ex-ministro Ciro Gomes não ter decolado até o momento. Parlamentares defendem, em reservado, a retirada da pré-candidatura e o apoio do partido ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outro episódio de tensão se deu no ano passado, quando parte da bancada votou a favor da PEC dos precatórios e, em resposta, Ciro disse que suspendia sua pré-candidatura.

Um "bombeiro" para apaziguar os problemas entre os deputados do PDT foi André Figueiredo (CE), vice-presidente nacional da legenda e comandante do partido no Ceará. Ele deve, agora, ser o líder da bancada na Câmara para 2022, em substituição a Wolney Queiroz (PE). A definição será tomada nos próximos dias.

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Outro caso de conexão entre a pauta nacional e a da Câmara é o que busca o Podemos. O partido do ex-ministro Sergio Moro também vive indefinições no plano federal, já que o presidenciável indicou negociações para se filiar ao União Brasil, partido que se formará com a junção de DEM e PSL.

Na avaliação do deputado José Nelto (GO), que foi líder do Podemos em 2019 e estuda pleitear novamente o posto, o comandante da bancada "precisa estar 100% alinhado com Moro". "O discurso do líder do partido precisa ser o discurso do nosso presidenciável. Temos que repercutir todos os discursos dele", colocou. O atual líder da bancada é Igor Timo (MG). O Podemos tem entre seus deputados dois que são mais próximos de outros dois pré-candidatos: Bacelar (BA), alinhado com Lula, e Diego Garcia (PR), que é eleitor do presidente Jair Bolsonaro.

O citado União Brasil é um dos partidos que ainda não definiu seu futuro líder. Hoje, permanecem nas lideranças os indicados pelos partidos que formarão a nova agremiação: Vitor Hugo (GO), pelo PSL, e Efraim Filho (PB), pelo DEM. O acordo é de que após a formalização da fusão será escolhido um novo nome. O União Brasil, hoje, teria 81 deputados. Parte dos bolsonaristas, porém, deverá deixar o partido.

O próprio partido de Bolsonaro, o PL, também não definiu seu líder. Quem ocupa o cargo atualmente é Wellington Roberto (PB), que exerce a função desde 2019. A expectativa é que ele permaneça no posto.

Também não definiram seus líderes partidos como PP, Solidariedade, PV e Patriota.

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PT e PCdoB apostam em veteranos; Psol escolhe novata

O principal partido da oposição, o PT, selecionou o deputado Reginaldo Lopes (MG) para ser seu líder. Ele sucede Bohn Gass (RS) no posto. Lopes é deputado desde 2003, sempre pelo PT, mas é a primeira vez que ocupa a liderança. Apesar de ser indicado líder, ele pode não concorrer à reeleição em outubro: recentemente, se lançou pré-candidato ao Senado.

Já o PCdoB, parceiro histórico do PT, optou a princípio por manter Renildo Calheiros (PE) como líder. Ele exerceu seu primeiro mandato como deputado entre 1991 e 1995.

O Psol, na mão oposta, escolheu Sâmia Bomfim (SP), que está em seu primeiro mandato na casa. Ela sucederá Talíria Petrone (RJ), também estreante no Congresso. Bomfim é, atualmente, a única mulher líder de bancada partidária.

O próximo líder do Novo é Tiago Mitraud (MG). Ele substitui no posto Paulo Ganime (RJ). Mitraud é crítico de Bolsonaro, o que o coloca em condição oposta à de colegas de bancada, mais próximos do governo – apesar de o diretório nacional do Novo ter formalmente se posicionado em oposição ao presidente.

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À Gazeta do Povo, o parlamentar disse que a bancada permanecerá independente em relação ao governo, "apoiando os projetos que consideramos bons". "A minha escolha como líder mostra que não existe distanciamento entre a bancada e eu. Há perfis diferentes, mas em linhas gerais os posicionamentos são os mesmos", declarou.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Quem são os líderes dos partidos na Câmara

  • PSL (55 deputados): Vitor Hugo (GO)
  • PT (53): Reginaldo Lopes (MG)
  • PSD (35): Antonio Brito (BA)
  • MDB (34): Isnaldo Bulhões (AL)
  • PSDB (32): Adolfo Viana (BA)
  • Republicanos (31): Vinícius Carvalho (SP)
  • PSB (30): Bira do Pindaré (MA)
  • DEM (26): Efraim Filho (PB)
  • PSC (12): Aluísio Mendes (MA)
  • PTB (10): Marcelo Moraes (RS)
  • Pros (10): Uldurico Junior (BA)
  • Psol (9): Sâmia Bomfim (SP)
  • Novo (8): Tiago Mitraud (MG)
  • Avante (8): Sebastião Oliveira (PE)
  • PCdoB (8): Renildo Calheiros (PE)
  • Cidadania (7): Alex Manente (SP)

Partidos que ainda não definiram seus líderes para 2022: PL, PP, PDT, Solidariedade, Podemos, Patriota e PV.