Pré-candidatos a presidente já começam a definir os seus marqueteiros no intuito de alavancar suas candidaturas em 2022. Até o momento, ao menos cinco presidenciáveis já definiram os profissionais que serão responsáveis pela estratégia de comunicação das campanhas deste ano.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), porém, é um dos principais candidatos que ainda não definiu um nome para o marketing eleitoral. Mas ele já recebeu alguns marqueteiros para conversas. A necessidade de escolha de um profissional para a campanha de reeleição tem sido endossada por integrantes do núcleo de campanha de Bolsonaro, formado pelos filhos do presidente e por integrantes do Centrão, como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto.
Entre os marqueteiros cotados está o estrategista político Paulo Moura, com quem Bolsonaro se reuniu há algumas semanas no Palácio da Alvorada. No currículo, Moura já assessorou candidatos e políticos do PDT, do DEM, do MDB, do PP, do PPS, do PSDB, do PSB, do PT, do PV e do Republicanos. Em 2018, o marqueteiro participou da campanha do senador Roberto Rocha (PSDB) ao governo do Maranhão, quando ele ficou em quarto lugar na disputa.
Outro dos marqueteiros cotados pelo núcleo de campanha do presidente é o estrategista Dudu Lima, que já prestou diversos serviços para o PL – entre eles a organização do evento de filiação de Bolsonaro ao partido de Valdemar da Costa Neto. No currículo, Lima conta com participação em diversas campanhas para prefeituras do estado de São Paulo, como a do deputado Celso Russomanno (Republicanos), terceiro colocado na corrida eleitoral de 2016.
Lula escolhe ex-marqueteiro do PSDB para sua campanha de 2022
Anunciado nesta semana pela cúpula do PT, o marqueteiro e jornalista Augusto Fonseca será o responsável pela comunicação da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No início da carreira, Fonseca trabalhava como jornalista e foi um dos responsáveis pelas reportagens que trouxeram a público o depoimento do motorista Eriberto França, testemunha-chave do esquema de corrupção de Paulo Cesar Faria, que havia sido tesoureiro de campanha do então presidente Fernando Collor. O ex-presidente sofreu impeachment por causa desse esquema.
Já como marqueteiro, Fonseca atuou em campanhas de diversos partidos, entre elas de antigos adversários do PT, como na campanha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1994 e na do também tucano Aécio Neves em 2014.
Com o PT, o marqueteiro fez a campanha vitoriosa de Marta Suplicy à prefeitura de São Paulo em 2000, e também trabalhou na de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo em 2010, quando o petista perdeu em primeiro turno para o então adversário tucano Geraldo Alckmin, possível vice de Lula neste ano.
Na campanha de Lula, Fonseca será responsável pela produção da campanha em TV e rádio. Já o jornalista Franklin Martins será o responsável pela comunicação nas redes sociais.
Moro escolhe profissional da Argentina para sua comunicação
Filiado ao Podemos, o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro foi buscar na Argentina o profissional que será responsável pela sua estratégia de campanha ao Palácio do Planalto. O marqueteiro escolhido é o estrategista Paulo Nobel, que já participou das campanhas do presidente argentino Alberto Fernández e de Daniel Scioli, que perdeu a eleição para Mauricio Macri, em 2015.
De acordo com lideranças do Podemos, o principal desafio de Nobel será suavizar a imagem formal do ex-juiz da Lava Jato. Além disso, o marqueteiro será responsável por trabalhar a oratória de Moro e a preparação para os debates e entrevistas no rádio e na TV durante a campanha.
Ciro Gomes contratou ex-marqueteiro do PT
Primeiro candidato a escolher o seu marqueteiro, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) apostou no nome de João Santana – responsável pela campanha de reeleição de Lula, em 2006, e pelas duas campanhas da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2010 e 2014. Esta será a primeira campanha de Santana depois que o marqueteiro foi preso pela Lava Jato, após ter firmado delação premiada e admitir ter recebido caixa 2 do PT.
Com Ciro Gomes, Santana terá como missão afastar a fama de "destemperado" do pedetista. No lançamento da pré-candidatura, Santana tentou atrair o público jovem, ao vender Ciro Gomes como um candidato “rebelde”, assumindo seu gênio explosivo.
Além das eleições de Lula e Dilma, João Santana já trabalhou em diversas campanhas presidenciais vitoriosas na América Latina e até na África: como a de Hugo Chávez em 2012 na Venezuela, assim como campanhas no Panamá, República Dominicana, Angola e El Salvador.
Contratado pelo PDT em abril de 2021, João Santana já recebeu mais de R$ 1 milhão em salário do partido de Ciro Gomes.
Doria escolhe marqueteiros e prefeito do PSDB para comandar a campanha
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), escolheu um correligionário para comandar a estratégia de comunicação de sua campanha ao Palácio do Planalto. O nome escolhido é o do prefeito de Jundiaí (SP), Luiz Fernando Machado.
Além de Machado, a campanha de Doria vai contar com dois marqueteiros experientes, Chico Mendez e Guillermo Raffo, que fizeram a campanha de Henrique Meirelles (MDB) à Presidência, em 2018. Para as redes sociais, o pré-candidato tucano vai contar com o trabalho do social media Daniel Braga.
Simone Tebet escolhe publicitário de São Paulo
Outra pré-candidata que já escolheu o seu marqueteiro para a campanha presidencial é a senadora Simone Tebet (MDB). A estratégia de comunicação da emedebista será preparada pelo publicitário Felipe Soutello. Um dos motes da campanha é lembrar que é a única mulher na disputa.
Soutello foi responsável pelo marketing de Simone Tebet durante o evento de lançamento de sua pré-candidatura no final do ano passado, em Brasília.
Antes disso, o estrategista de comunicação conduziu a campanha vitoriosa de Bruno Covas, do PSDB, à prefeitura de São Paulo, em 2020. Soutello também esteve à frente da campanha de Márcio França, do PSB, ao governo paulista, em 2018, e fez parte da equipe responsável pelo marketing do hoje senador José Serra, do PSDB, à sucessão presidencial em 2010.
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