Os pré-candidatos à presidência da República Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) debateram soluções para a indústria nacional, na manhã desta quarta-feira (29), durante o encontro “Diálogo da Indústria com os pré-candidatos à Presidência da República”, evento promovido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
A CNI entregou aos pré-candidatos no dia 13 de junho, 21 propostas com temas sobre infraestrutura, economia, comércio exterior, saúde e educação para que eles pudessem se preparar para o evento.
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"Esse diálogo da indústria com os pré-candidatos é de grande importância para o setor industrial e para a sociedade. Representa uma grande oportunidade para discutirmos o que queremos para o país nos próximos quatro anos", explicou Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, durante a abertura do evento.
Além de Tebet e Ciro, que participou remotamente, o evento irá contar com a participação do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), que fará sua participação no debate, às 15h desta quarta-feira. O pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, também foi convidado ao evento, mas decidiu não comparecer.
Cada participante tem 25 minutos para fazer as considerações iniciais e mais cinco minutos para a conclusão. Além disso, três perguntas são feitas por representantes do setor industrial para cada pré-candidato.
Confira abaixo os principais pontos defendidos por Ciro e Tebet durante o evento:
Simone Tebet (MDB)
Meio ambiente
- "Não somos como o presidente e não seremos pária internacional. Não é agronegócio ou meio ambiente, não é indústria ou meio ambiente. Temos que provar que o nosso agronegócio é sustentável, mostrando a diferença entre grileiros que desmatam a Amazônia e os produtores que respeitam as leis";
- "Nós temos hoje uma das energias mais limpas do mundo, até 60% dependendo das nossas águas. Mas ela é cara e tem dependência da chuva e da seca. Portanto biomassa, eólica e solar estarão no Plano Nacional de Transição Energética";
- "Quando provarmos na fotografia o que nós somos – punindo quem desmata de forma ilegal –, quem tem recursos privados e precisam de investimentos de fundos estrangeiros terão esse apoio para aumentar receita e renda".
Desigualdade social
- "A realidade brasileira é perversa e cruel para mais da metade da população brasileira que vive em insegurança alimentar, com 33 milhões de pessoas que não sabem o que vão comer nesse dia";
- "Vamos erradicar a miséria e a fome e diminuir a desigualdade de renda. A educação pública de qualidade, com a União coordenando apoio aos municípios, garantindo que cada criança tenha uma vaga na creche e com uma política efetiva para implementar a reforma do ensino médio para garantir que os jovens comecem a ter um ensino médio técnico".
Reforma tributária e liberdade econômica
- "Vamos ser um governo parceiro com a iniciativa privada, com um estado necessário, não mínimo ou máximo. Teremos um amplo programa de investimento em logística para que possamos transformar esse Brasil em um grande parque de obras públicas e geração de emprego e renda, com ferrovias, rodovias duplicadas, portos e aeroportos";
- "O Ministério do Planejamento e do Orçamento será a nossa prioridade. O brasileiro é um povo que mais paga imposto mundo. Nós arrecadamos muito, mas gastamos mal";
- "A Reforma Tributária vai deixar nossa indústria em pé de igualdade com os principais países do mundo".
Ciro Gomes (PDT)
Liberdade econômica e Reforma trabalhista
- "O Governo propõe juros altos e 6 milhões de empresas estão com dívidas, o que provoca também o desemprego";
- "Jamais prosperou o país que se baseou em fomentar a indústria com o capital dos outros. Minha proposta é elevar o capital nacional até 25% para sairmos da estagnação";
- "A Reforma Tributária tem uma contradição que ninguém quer ferir. Não existe sistema tributário viário quando metade do país trabalha na informalidade".
Educação
- "Oitenta e duas das melhores escolas públicas do Brasil estão no Ceará, o que mostra que receita nem sempre quer dizer sucesso nos investimentos públicos. Queremos universalizar no ensino médio a educação em tempo integral";
- "Jamais prosperou quem não dividiu tarefas entre o Estado, iniciativa privada e o investimento em gente. Com metade da escolarização da Argentina nós não vamos para lugar nenhum";
- "Nós precisamos de objetivos nacionais permanentes, para termos em um futuro próximo um lugar para todos e parar de produzir exército de reserva para a violência".
Política de exportações e investimentos
- "A escala chinesa vai esmagar todo empreendimento brasileiro que não conseguir se adequar. Não podemos fazer uma prática de protecionismo, mas sim uma política internacional";
- "Queremos promover a retomada das obras públicas paradas. Tenho ideia de investir R$ 3,3 trilhões em dez anos, envolvendo a iniciativa privada";
- "[Quando cresce] o consumo das famílias corresponde a 60% do PIB. Ele está relacionado a emprego e renda, que quando não é efetivo é preciso procurar o crédito, mas 77,8% das famílias estão endividadas".
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