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Marçal reconheceu que candidatura está ameaçada
Pablo Marçal (no centro da foto) reconheceu que candidatura ao Planalto está ameaçada: coach aguarda conversa com o novo presidente do Pros.| Foto: Reprodução/Facebook

O coach Pablo Marçal, lançado candidato a presidente da República pelo Pros, disse que "vai lutar" para permanecer como concorrente ao Palácio do Planalto, apesar do imbróglio que tomou conta de seu partido nos últimos dias. "A candidatura está ameaçada, mas vou lutar. Eu sou chave importante no Pros. Ajudei a construir as nominatas do partido e vou contribuir para eleger 11 deputados federais", disse à Gazeta do Povo nesta terça-feira (2).

Marçal afirmou que se reunirá com o presidente nacional do Pros, Eurípedes Júnior, para discutir a continuidade da candidatura. "Marquei de conversar, não tenho rejeição a ninguém", apontou. A data do encontro ainda não está definida.

A candidatura de Marçal entrou em compasso de espera após a presidência do Pros ter trocado de mãos no último domingo (31). Eurípedes, que estava afastado da chefia do partido desde março, foi recolocado no posto em substituição a Marcus Holanda, por decisão do ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Holanda e Eurípedes travam disputa nos tribunais desde 2019 pelo comando da agremiação. O atual presidente é acusado de corrupção e de utilizar recursos do fundo partidário em benefício próprio. Ele foi destituído da presidência do partido quando um processo administrativo liderado por Holanda determinou o afastamento.

A decisão do ministro Mussi diz que o processo conduzido por Holanda não tem validade e, por isso, Eurípedes voltou à presidência do Pros. O advogado de Eurípedes, Bruno Pena, disse à Gazeta que considera "muito pouco provável" uma nova alteração no comando do partido.

O impasse travou a candidatura de Marçal porque o lançamento de seu nome ao Palácio do Planalto foi uma decisão da administração de Holanda, não de Eurípedes. E a intenção do "novo" presidente do Pros seria aproximar o partido da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Eurípedes indicou o desejo de derrubar as convenções já realizadas pela sigla, o que inclui o encontro nacional, que homologou o nome de Marçal. "As convenções realizadas vão ser revistas. A decisão pode ser a de manter ou não os resultados dos encontros, mas elas serão repensadas", informou Pena.

Segundo reportagem do Valor Econômico, membros da direção nacional do PT devem se reunir com Eurípedes nesta quarta-feira (3) para debater uma eventual coligação. Desde que foi fundado, no início da década passada, o Pros sempre esteve ao lado do PT nas disputas presidenciais. Apoiou Dilma Rousseff em 2014 e Fernando Haddad em 2018. O partido, porém, une representantes de diferentes correntes ideológicas – sua líder na Câmara hoje é a deputada Aline Sleutjes (PR), apoiadora fiel do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Marçal quer ocupar espaço de Janones

Pablo Marçal não tem, até o momento, posição de destaque na corrida presidencial. O candidato somou 1% das intenções de voto nas mais recentes pesquisas FSB e Datafolha. Sua abordagem no período de pré-campanha é, principalmente, a de apontar críticas nas gestões de Lula e Bolsonaro, e indicar que o Brasil precisa de uma alternativa aos candidatos de PT e PL, respectivamente.

Para o candidato, a possível saída de André Janones (Avante) da disputa pode representar uma oportunidade para crescimento. Janones, que somou 1% na pesquisa Datafolha e 2% no levantamento do FSB, indicou que pode deixar a corrida presidencial se suas propostas forem assimiladas pela campanha de Lula. Ele e o petista se reunirão na quinta-feira (4), e segmentos do PT já trabalham com a exclusão da candidatura do membro do Avante.

Se for efetivado candidato, Marçal disputará em 2022 sua primeira eleição. Ele disse não ter conhecimento das denúncias de corrupção que envolvem o comando do Pros. "Ainda não sei detalhes. Vou me aprofundar e ouvir todas as partes", disse.

Ele relatou à Gazeta do Povo que procurou o partido quando decidiu se lançar na política e recebeu uma receptividade que não encontrou em outras agremiações. "O Pros foi o único que me deu abertura. Houve partidos que chegaram a me cobrar dinheiro para eu me candidatar. Vi que o Pros estava aberto a um tipo de governo diferente", disse.

Marçal, de 35 anos, se tornou conhecido nacionalmente em janeiro, após conduzir uma excursão de clientes a uma montanha no interior de São Paulo. O passeio deu problema – o grupo se perdeu e precisou ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros.

O coach foi um dos primeiros candidatos a formalizar seu nome nos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele informou à Corte que tem R$ 16,9 milhões em bens.

Metodologia das pesquisas citadas

O Datafolha entrevistou 2.556 eleitores entre os dias 27 e 28 de julho em 183 cidades. O levantamento foi contratado pelo jornal Folha de S. Paulo e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo BR-01192/2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

O Instituto FSB Pesquisa ouviu, por telefone, 2 mil eleitores entre os dias 22 e 24 de julho de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pelo banco BTG Pactual e está registrada no TSE com o protocolo BR-05938/2022.

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