O debate entre candidatos ao governo do Rio de Janeiro, promovido pela TV Globo na noite de terça-feira (27), foi marcado por ataques a Cláudio Castro (PL) e pelo embate entre o candidato do PL e Marcelo Freixo (PSB). Os dois concorrentes lideram a disputa com 38% e 25% das intenções de voto, respectivamente, em pesquisa do Ipec (veja a metodologia abaixo). Rodrigo Neves (PDT) e Paulo Ganime (Novo) também debateram.
Atual governador, Castro foi atacado por denúncias de corrupção envolvendo a contratação de funcionários pela Fundação Ceperj e pela Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Freixo também lembrou um depoimento de Marcus Vinícius Azevedo da Silva, empresário e ex-assessor do governador, que afirmou que o candidato carregou propina em uma mochila.
“É muito importante imaginar que, de um lado, está a continuidade de um projeto que tem cinco governadores presos, cinco! E que só nesse governo, do [Wilson] Witzel e do Cláudio Castro, tem cinco secretários presos. (...) Não precisa ser assim”, disse Freixo. Castro assumiu o governo depois do impeachment de Wilson Witzel, em um caso sobre desvio de recursos da saúde.
Sobre os casos da Ceperj e da Uerj, o governador afirmou que foi “dialogar com o Ministério Público”. “Quem governa pode ter problema sim, são muitos funcionários”, afirmou. Em relação a secretários do governo que foram presos, Castro disse que é preciso “tomar cuidado para não fazer pré-julgamento das pessoas”. “Deixa a Justiça cuidar disso”, completou.
Freixo, por sua vez, foi criticado por Rodrigo Neves por causa de doações de campanha feitas por banqueiros. O candidato do PSB rebateu dizendo que conseguiu “união e diálogo” no Rio de Janeiro – uma referência ao que seria uma "frente ampla em favor da democracia".
Pedidos de direito de resposta
Durante os primeiros blocos, Castro evitou um embate direto com Freixo, fazendo perguntas apenas para Rodrigo Neves. O confronto direto ficou para o final do debate, com direito a quatro pedidos de resposta. Três foram concedidos – dois foram para Freixo.
De um lado, o governador atacou o candidato do PSB afirmando que ele tem “a campanha mais suja da história do Rio de Janeiro”. “Nunca teve [sic] uma campanha na história do Rio de Janeiro com 16 condenações porque mentiu. Não fui eu, não, gente, foi o Tribunal Regional Eleitoral que condenou a campanha do Freixo”, afirmou o governador.
Freixo rebateu dizendo que a campanha de Castro também faz ataques, e que é comum ganhar algumas ações e perder outras na Justiça Eleitoral. “Por exemplo, eu falei que o governo do Rio de Janeiro é uma máfia, e você entrou na Justiça e perdeu. A Justiça disse que eu posso dizer que é uma máfia”, completou. Além disso, Freixo comparou Castro a Sérgio Cabral, ex-governador do Rio que foi condenado por receber propina.
Eleições para presidente também viram tema
A disputa para presidente também entrou no debate. Freixo, apoiado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pediu voto para o petista para que a eleição acabe ainda no primeiro turno.
Segundo levantamento da FSB, feito sob encomenda do banco BTG Pactual, Lula tem 45% das intenções de voto, contra 35% de Jair Bolsonaro (PL). No Rio de Janeiro, pesquisa do Ipec mostra o petista com 42% das preferências, frente a 36% de Bolsonaro.
Aliado do presidente, Castro evitou criticar Lula, mas disse que é do partido de Bolsonaro. “A questão do ex-presidente Lula, ele foi condenado em várias instâncias, sim. Agora, nós aqui, no Rio de Janeiro, nós respeitamos as instituições. Eu já falei várias vezes: aqui eu não falo de decisão judicial”, disse o governador em resposta a uma pergunta de Ganime.
Metodologia das pesquisa citadas
- Ipec no Rio de Janeiro
O Ipec entrevistou pessoalmente 2 mil eleitores entre os dias 24 a 26 de setembro de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) com o protocolo RJ-00773/2022 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-09459/2022.
- BTG/FSB
O Instituto FSB Pesquisa ouviu, por telefone, dois mil eleitores entre os dias 23 e 25 de setembro de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pelo banco BTG Pactual e está registrada no TSE com o protocolo BR-08123/2022.