Contas públicas do estado, a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e a política de isolamento social durante a pandemia da Covid-19 foram os temas principais no debate dos candidatos ao governo do Rio Grande do Sul na manhã desta quinta-feira (1º).
Sete dos 11 postulantes ao Palácio Piratini participaram do evento organizado pelos jornais Folha do Mate e A Hora: Edegar Pretto (PT), Eduardo Leite (PSDB), Luiz Carlos Heinze (PP), Ricardo Jobim (Novo), Roberto Argenta (PSC), Vicente Bogo (PSB) e Vieira da Cunha (PDT). O candidato Onyx Lorenzoni (PL) alegou agenda prévia e por isso não participou do debate, enquanto os candidatos Carlos Messalla (PCB), Paulo Roberto (PCO) e Rejane de Oliveira (PSTU) não foram convidados.
Contas públicas e investimentos
O candidato mais visado pelos rivais foi o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, que defendeu a aprovação de reformas econômicas durante seu mandato para "a equalização dos cofres públicos do Rio Grande do Sul". Leite salientou que era necessário "fazer reformas profundas para que o estado recupere a capacidade de investimentos". "Agora o estado tem a capacidade para fazer investimentos", disse.
Essa política de reformas, porém, foi criticada por Edegar Pretto, do PT, que defendeu maior liberdade para o governante investir em serviços básicos. "Se quisermos fazer um investimento, contratar um servidor, precisamos pedir autorização para um conselho localizado em Brasília. Acho desonesto que um governador que renunciou fazer isso. O estado tem que colocar sua estrutura a disponibilidade da população", disse, ao mencionar o plano de recuperação fiscal (RRF) que a gestão de Leite fechou com a União.
Ainda no tema contas públicas, Roberto Argenta, candidato do PSC, defendeu uma reorganização dos servidores públicos e diminuição das secretarias de governo do estado. "Temos que cortar 40% dos cargos comissionados para investir nos serviços públicos. Vamos seguir o exemplo do governador Romeu Zema em Minas Gerais, que trabalha com apenas 12 secretarias de governo, enquanto no Rio Grande do Sul temos 25", disse.
Jobim, candidato do Novo, defendeu um "ajuste fiscal imediato para que o estado se mantenha competitivo para os próximos anos". "O quadro que se apresenta para o Rio Grande do Sul para os próximos dez anos é assustador. Temos 700 mil gaúchos que saíram para morar em outro estado, somos 26º colocados no ranking de população ativa. Mas se a gente for ver a curva etária, precisamos fazer um ajuste fiscal agora".
Bogo, que concorre pelo PSB, apontou que o Rio Grande do Sul precisa aumentar a arrecadação, mas não por meio de impostos. "Para sobrar dinheiro ao estado é necessário aumentar a receita, não necessariamente aumentando impostos, até porque a inflação é um ganho que o Estado tem sobre a pobreza da população. Por isso precisamos de um desenvolvimento econômico", sugeriu.
Ao abordar o tema, o senador Heinze, do PP, disse que vê nos investimentos em infraestrutura um vetor para impulsionar a economia do Rio Grande do Sul. "Eu vou retomar o fomento a hidrovias e ferrovias no estado. Esses ramais vão voltar a funcionar para fomentar a economia do estado, porque foram propostas abandonadas pelos governos anteriores", prometeu.
Vieira da Cunha, do PDT, por sua vez, afirmou que fará investimentos maciços em educação para promover crescimento social no estado. "Nós vamos em três meses determinar ao secretário da educação realizar um levantamento da estrutura das nossas escolas. Não vamos permitir que escolas fiquem com o telhado deteriorado, como ocorre nesse governo. 83% das escolas não tem um pátio e 14% das escolas não tem banheiro".
Privatização da Corsan
Na rodada de perguntas diretas entre os candidatos, Jobim e Heinze debateram sobre o modelo de privatização da Corsan previsto durante a gestão Leite à frente do Palácio Piratini.
"O saneamento no estado do Rio Grande do Sul é péssimo e o modelo de venda da Corsan também é péssimo. O governo está dando de graça um patrimônio que é dos gaúchos. Tem que ser feito um desenho viável com a iniciativa privada", declarou Heinze.
Jobim concordou que a "privatização não pode ser feita de qualquer jeito", mas apontou as dificuldades da empresa em "cumprir contratos" enquanto gerida pelo poder público.
Isolamento durante a pandemia da Covid-19
O momento mais acirrado no debate foi entre Jobim e Leite, durante questionamento do candidato do Novo sobre a política de isolamento social adotada pelo governo do Rio Grande do Sul durante a pandemia de Covid-19.
"Aqui no Rio Grande do Sul nós criamos o primeiro modelo de distanciamento para abrir as atividades econômicas, em maio de 2020. Nós dialogamos com o setor produtivo para construir um modelo que dessa segurança à saúde e conciliasse com a economia, sempre dando preferência a vida da população", defendeu Leite.
Jobim replicou ao criticar a "partidarização da pandemia", que gerou a "perda de empregos". O candidato do Novo ainda acusou Leite de aumentar impostos para comprar vacinas e que esse movimento pode ter sido responsável pelo superávit nas contas públicas gaúchas.
"Não houve aumento na carga tributária. Houve manutenção ou redução de alíquotas que estavam sendo majoradas. O Partido Novo fez algo similar em Minas Gerais, por conta da situação fiscal", treplicou Leite.
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