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A TV Pampa realizou na noite desta quinta-feira (20) o quarto debate do segundo turno para o governo do Rio Grande do Sul. O encontro entre o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) foi marcado pela nacionalização dos discursos.

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Leite sinalizou em diversos momentos do debate que Onyx está mais focado na corrida presidencial do que no Rio Grande do Sul e que divide o estado entre eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Já Onyx questionou o voto de Leite no segundo turno das eleições presidenciais – decisão não declarada pelo tucano – e reforçou seu papel durante a gestão de Bolsonaro na Presidência.

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Os candidatos também responderam questionamentos sobre temas como privatização, Regime de Recuperação Fiscal e a pandemia da Covid-19. Veja a seguir como foi o confronto.

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Privatizações

O tema foi o primeiro foco de discussão entre os dois candidatos. Onyx citou que o programa de privatizações feito por Leite foi "muito limitado" e que irá usar como exemplo projetos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro.

Leite respondeu que nacionalmente as privatizações foram reconhecidas, como nas cessões à iniciativa privada do Parque do Caracol e do Salto do Yucumã. O tucano ainda questionou que Onyx deseja interromper a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e "meter a mão no cofre do Banrisul".

Onyx, por sua vez, reafirmou que irá privatizar a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e questionou o ex-governador sobre um "cabide de empregos" dentro da instituição. Leite respondeu que o deputado federal é quem deve explicações à Justiça após ter assumido receber Caixa 2.

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Regime de Recuperação Fiscal

O acordo de recuperação fiscal feito durante a gestão de Leite com o Governo Federal tem sido questionado por Onyx em diversos momentos da campanha. O tucano então questionou o adversário se em um eventual mandato ele irá romper o pagamento.

Onyx relutou em responder a pergunta e reafirmou que existe corrupção na EGR e que foi graças ao governo federal que Leite conseguiu pagar os servidores. O deputado federal ainda insinuou que o tucano irá votar em Lula, no segundo turno das eleições presidenciais.

Leite usou a réplica para reforçar que Onyx não respondeu a pergunta sobre o Regime de Recuperação Fiscal e que o adversário representa "um risco para o Estado, uma ameaça". O tucano ainda ressaltou que o deputado federal não se vacinou contra a Covid-19 e se recusou a cumprimentá-lo nos debates.

A tréplica de Onyx foi utilizada para criticar a dívida bilionária feita por Leite ao aceitar o acordo com o governo federal e que o tucano fracassou na tentativa de ser candidato à Presidência.

Leite retomou o Regime de Recuperação Fiscal em outro momento do debate e pediu novamente a Onyx que explique como ele irá tratar o assunto e qual será a postura do adversário sobre a privatização da Corsan.

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O deputado federal rebateu dizendo que o Rio Grande do Sul "não é o parquinho do Dudu" e que o tucano deixou o mandato para tentar se presidente, além de ter pedido aposentadoria aos 37 anos.

Eleição presidencial

Onyx utilizou uma das perguntas para questionar qual será o voto de Leite no segundo turno das eleições presidenciais. O tucano novamente não declarou a escolha e disse que sua posição é pela defesa do Rio Grande do Sul e que o governador "não pode ser um capacho de qualquer outro político".

O deputado federal rebateu, afirmando que foi eleito sete vezes ao Congresso Nacional e que "nunca me pendurei em Jair Bolsonaro, ao contrário, eu fui coluna".

Pandemia da Covid-19

Outro questionamento feito por Onyx foi sobre a matriz tributária que permitiu aumento na cobrança do ICMS para a compra de vacinas contra a Covid-19. Leite respondeu reforçando que o deputado federal não se vacinou e disse que esse é um mal exemplo em meio a uma crise na vacinação infantil contra a poliomielite – até agora, o estado vacinou 73,5% das crianças, distante da meta de 95% de cobertura vacinal.

Onyx reforçou que auxiliou o governo federal na compra de 600 milhões de doses de vacinas e novamente colocou em dúvida a eficácia dos imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ao afirmar que se aliou à "verdadeira ciência".

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O tema foi trazido novamente ao debate por Onyx, quando ele disse que o tucano tentou fazer lockdown em Pelotas, com o uso da Brigada Militar.

Leite, por sua vez, afirmou que, enquanto Onyx divide o estado entre "bolsonaristas e lulistas", ele vê gaúchos. O deputado federal encerrou a fala ao ressaltar que o tucano fechou escolas durante a pandemia e que esse movimento causou "déficit na aprendizagem".

Considerações finais

Eduardo Leite

"Esse debate ofereceu as condições de vocês entenderam quem tem propostas, quem tem caminho, quem conhece o Estado, as nossas vocações econômicas. Como a gente pode fazer o turismo ser alavancado. As tantas obras nos hospitais. Na educação, o programa que garante que os alunos fiquem na escola, com bolsas pagas pelo governo estadual. Não está tudo perfeito, mas não está o horror que meu adversário tenta pintar. Eu espero que possam vir pospostas, se não é uma ameaça, é um risco. Estou aqui para que possamos ir para o futuro, e não retroceder ao passado".

Onyx Lorenzoni

"Que tal melhorar o ambiente de negócios do RS? Tornar a alíquota dos calçadistas em 3%, para que não saiam do Rio Grande do Sul. Que tal o bilhete único na Região Metropolitana para o transporte? Teve três anos para fazer e não fez. Vamos fazer o programa de irrigação por meio de canos com vazão de cem litros por segundo. O que é mais importante: o Banrisul como alavanca de investimentos. Fazer a educação integral, educação na primeira infância, que nunca fizeram nada. Vamos vender todos os imóveis do Estado, fazer o porto de Arroio do Sal e o aeroporto da Serra. Nós não temos projeto presidencial, é pelos nossos filhos".