O PT recomendou aos seus eleitores gaúchos que votem no ex-governador Eduardo Leite (PSDB) no segundo turno das eleições ao governo do Rio Grande do Sul contra Onyx Lorenzoni (PL), candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado. A legenda espera, em contrapartida, que os apoiadores do tucano optem pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial.
O deputado estadual e candidato do PT na disputa ao governo do Rio Grande do Sul, Edegar Pretto, justificou o "voto crítico" em Leite como forma de evitar o que considera "o crescimento do fascismo, ódio, preconceito e violência".
"Uma campanha recheada de ódio por parte do Bolsonaro e do bolsonarismo no Rio Grande do Sul, exemplificada na campanha do Onyx. Foram vários fatos que marcaram essa guinada para a questão do fascismo, preconceito, violência, até mesmo contra candidatos e eleitores do nosso partido", declarou Edegar Pretto à Gazeta do Povo.
O petista ficou na terceira colocação no primeiro turno, ao somar 1.700.374 votos (26,77% dos votos válidos). A distância entre ele e Leite foi de apenas 2.491 votos. Mas Pretto reforça que o apoio à candidatura de Leite não muda as diferenças e críticas do PT à gestão do tucano.
"Colocamos com muita força nossa posição contrária à privatização que o Leite promoveu no estado. Somos contra vender o patrimônio público, em especial empresas com alto valor lucrativo como a Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento) e o Banrisul", salientou.
O resultado do primeiro turno mostra que, somados, Pretto e Leite obtiveram 3.403.189 de votos, representando 53,58% dos votos válidos. Onyx Lorenzoni (PL) foi o primeiro colocado com 37,5% dos votos válidos (2.382.026 votos). É preciso ponderar, porém, que o apoio não indica transferência automática de votos de um candidato para outro. Apesar do pedido do partido, petistas no estado podem se sentir desmotivados a votar no segundo turno.
Além do PT, o PDT também anunciou apoio à candidatura de Leite para o segundo turno. Já Onyx conseguiu angariar parcerias com o PP e o PSC, além da manifestação de apoio de alguns membros de partidos que fazem parte da coligação pró-Leite, como o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, do MDB, e do senador Lasier Martins, do Podemos.
Leite reforça diferenças, mas abraça união com PT
Em carta divulgada nas redes sociais, Leite agradeceu o apoio crítico do PT e a união pela democracia, mas também reforçou que as diferenças ideológicas e econômicas entre os partidos continuam.
"A premissa que nos une é a de que a defesa da democracia, da liberdade de manifestação e da convivência respeitosa devem ser maiores do que desacordos programáticos e ideológicos. Portanto, não se trata de adesão ao eventual governo e, nem mesmo, de qualquer acordo para que o partido venha a fazer parte da base partidária na Assembleia. Entendemos e respeitamos essa posição”, declarou Leite.
Mesmo com o apoio crítico, Leite não alterou a posição de neutralidade na eleição presidencial. O tucano reforçou em diversos momentos na campanha que tem um candidato, mas que não irá revelar o nome do escolhido.
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