A RBS TV realizou na noite desta quinta-feira (28) o oitavo e último debate do segundo turno entre os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul. O ex-governador Eduardo Leite (PSDB) e o deputado federal Onyx Lorenzoni (PL) tiveram, mais uma vez, um embate focado nos ataques pessoais e denúncias sobre corrupção.
O Regime de Recuperação Fiscal, elaborado e assinado durante o mandato de Leite, novamente foi ponto de atrito entre os candidatos. Onyx criticou o modelo implementado pelo tucano e disse que isso resultou em uma "dívida bilionária" para o Rio Grande do Sul e que, para o estado ampliar os investimentos, deveria reestruturar o acordo.
Outro tema recorrente neste e nos outros sete debates realizados no segundo turno foi a pandemia de Covid-19. Leite reforçou que Onyx não se vacinou e que ministraria "nebulização com cloroquina" aos pacientes do estado. Onyx respondeu que o tucano não comprou vacinas e que promoveu uma política de "fecha-tudo", resultando em desemprego e fechamento de empresas.
Onyx prosseguiu sobre o tema e afirmou que "a melhor vacina que existe é pegar a doença" e questionou Leite sobre o motivo de supermercados terem sido fechados na pandemia. O tucano disse que não recomendou a paralisação desses comércios e chamou o adversário de "desumano" por ser contra a vacinação.
A corrupção também foi abordada pelos candidatos em diversos momentos do debate. Leite questionou Onyx algumas vezes por ter admitido ter recebido Caixa 2 nas eleições de 2012 e 2014 e instigou o deputado federal a contar em quantas oportunidades isso ocorreu.
Onyx, por sua vez, questionou Leite sobre as denúncias de corrupção na Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e sobre possíveis pedaladas fiscais durante o mandato, utilizando verbas para a educação como forma de honrar o pagamento com os servidores. O candidato tucano disse que o processo de improbidade administrativa contra seu governo foi considerado improcedente em duas instâncias.
O único ponto de convergência entre os candidatos no debate foi sobre investimentos no setor cultural do estado. Leite afirmou que pretende ampliar os recursos do programa Pró-Cultura em diversas cidades gaúchas e apoiar o folclore gaúcho. Onyx concordou com o adversário sobre a importância desses aportes, mas disse que faltou apoio aos Centros de Tradição Gaúcha no mandato tucano e disse que irá investir R$ 25 milhões em seu governo.
Reta final de campanha na Grande Porto Alegre
Ambos os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul irão focar os últimos esforços de campanha em Porto Alegre e nos municípios da Região Metropolitana, responsável por concentrar quase 40% da população do estado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Onyx irá contar com o senador eleito no Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão (Republicanos), e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Mello (MDB) como principais cabos eleitorais nessa reta final. A região é de importância fundamental para o deputado federal, com Leite tendo vencido no primeiro turno nas cidades de Porto Alegre e Viamão.
A coordenação da campanha de Leite declarou à Gazeta do Povo que irá focar, nessa reta final, na "manutenção da estratégia de colocar o Rio Grande do Sul em primeiro lugar e evitar que um candidato ofereça um cheque em branco, em detrimento de um caminho seguro para os gaúchos". A campanha informa que terá agenda na região metropolitana de Porto Alegre com entidades e apoiadores.
A reportagem procurou a coordenação da campanha de Onyx e não obteve retorno até o fechamento dessa matéria.
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