Após conseguir o número de assinaturas mínimas necessárias, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) apresentou na quinta-feira (6) o requerimento para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os institutos de pesquisas eleitorais. O documento tem o apoio de outros 29 senadores. Para que a criação da CPI avance, o requerimento precisa ser lido no plenário pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Outro projeto apresentado pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR) na Câmara prevê até 10 anos de prisão por pesquisas com resultados diferentes das eleições.
De acordo com informações publicadas pela Agência Senado, em sua justificativa, o parlamentar afirma que é necessário apurar as expressivas discrepâncias verificadas em eleições recentes entre os números de intenção de voto apresentados pelas pesquisas eleitorais e os eventuais resultados das urnas. Para isso, o senador pretende que a CPI investigue as metodologias e sistemas de realização de pesquisas, a partir de elementos sociológicos, matemáticos e demográficos, mas também político-partidários. O objetivo é identificar quais institutos operam “fora das margens toleráveis”.
"Institutos têm preferência por candidatos"
No requerimento, o senador aponta que as pesquisas eleitorais têm impacto sobre a decisão de voto dos cidadãos, e afirma que as variações de prognósticos entre diferentes institutos são enormes e indicam “óbvia e inegável existência de desvios inaceitáveis”. Para o senador, há possibilidade convincente de preferência de alguns institutos por determinados candidatos.
CPI pode ficar para o próximo ano
No total a lista de assinaturas para a CPI já tem 30 nomes. Seis deles são de senadores cujo mandato está no fim, e outros quatro são suplentes que estão substituindo temporariamente os titulares. Também há dois candidatos que disputam o segundo turno nas eleições de seus estados e, se vencerem, deixarão o Senado. Caso o requerimento não seja lido antes das partidas desses senadores, as assinaturas deles não poderão ser consideradas para a contagem de quórum. A CPI precisa de 27 assinaturas válidas para ser criada.
Se o requerimento for lido com as assinaturas que tem hoje, a CPI só poderá funcionar até o final de janeiro, quando a atual legislatura chega ao fim. De acordo com o Regimento Interno do Senado, o trabalho de uma CPI não pode ultrapassar a legislatura em que ela foi criada.
Veja abaixo a lista de senadores que assinaram o pedido de criação da CPI das pesquisas eleitorais:
1 - Marcos do Val - (Podemos-ES)
2 - Mecias de Jesus - (Republicanos-RR)
3 - Eduardo Girão - (Podemos-CE)
4 - Telmário Mota - (PROS-RR) - (ficará sem mandato em 2023)
5 - Marcos Rogério - (PL-RO) – (disputa o segundo turno para o governo de Rondônia)
6 - Carlos Portinho - (PL-RJ)
7 - Jorge Kajuru - (Podemos-GO)
8 - Plínio Valério - (PSDB-AM)
9 - Lucas Barreto - (PSD-AP)
10 - Eliane Nogueira - (PP-PI)
11 - Luiz Carlos do Carmo - (PSC-GO) – (ficará sem mandato em 2023)
12 - Guaracy Silveira - (PP-TO)
13 - Zequinha Marinho - (PL-PA)
14 - Flávio Bolsonaro - (PL-RJ)
15 - Styvenson Valentim - (Podemos-RN)
16 - Lasier Martins - (Podemos-RS) - (ficará sem mandato em 2023)
17 - Esperidião Amin - (PP-SC)
18 - Reguffe - (sem partido-DF) - (ficará sem mandato em 2023)
19 - Vanderlan Cardoso - (PSD-GO)
20 - Eduardo Velloso - (União-AC)
21 - Luis Carlos Heinze - (PP-RS)
22 - Wellington Fagundes - (PL-MT)
23 - Elmano Férrer - (PP-PI) – (ficará sem mandato em 2023)
24 - Ivete da Silveira - (MDB-SC)
25 - Rodrigo Cunha - (União-AL) – (disputa o segundo turno do governo de Alagoas)
26 - Roberto Rocha - (PTB-MA) - (ficará sem mandato em 2023)
27 - Soraya Thronicke - (União-MS)
28 - Romário - (PL-RJ)
29 - Jayme Campos - (União-MT)
30 - Oriovisto Guimarães - (Podemos-PR)
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