Ao participar de sabatina na CNN na noite desta segunda-feira (29), a candidata do MDB à presidência, Simone Tebet, reconheceu que há erros no Judiciário, referindo-se ao Supremo Tribunal Federal (STF), e que há uma “politização da Justiça”, que é resultado de erros na relação entre os poderes Executivo e Legislativo. A candidata também declarou que é preciso rediscutir os papéis e o tamanho da Suprema Corte.
“Estamos politizando a Justiça. Estamos levando à Justiça responsabilidades, problemas que são nossos”, disse. Segundo ela, o ativismo judicial é resultado de erros do governo federal no relacionamento com os demais poderes e faz com que a oposição ao Executivo no Congresso Nacional e demais membros da sociedade recorram à Justiça para barrar medidas do governo.
“Lamentavelmente por conta disso a Justiça está se politizando, porque ela é obrigada a interferir numa esfera que não é dela. Ela é obrigada a decidir, porque foi provocada, e muitas vezes dá uma decisão equivocada”.
Sobre o ativismo judicial, disse que, em eventual mandato, pretende rediscutir o tamanho e os papéis do STF e implementar medidas como o estabelecimento de mandato de dez anos para os ministros. “Os poderes estão desorganizados”, declarou, emendando que caso os problemas de instabilidade política e institucional não sejam resolvidos, grandes problemas do país, como a crise econômica, também não serão solucionados.
Por fim, ao mencionar critérios para a nomeação de ministros do STF, caso seja eleita, disse que os magistrados devem ser escolhidos pelo notório saber jurídico e não pela articulação política. “Imparcialidade é condição essencial para um juiz”.
Apesar das falas, ao abordar a atuação de Alexandre de Moraes, do STF, na investigação de empresários por supostamente terem defendido um golpe de Estado por meio de mensagens em um grupo de WhatsApp, ela endossou a ação de Moraes.
Simone Tebet falou também sobre suas propostas a respeito de temas como reformas estruturais, política externa, educação e sustentabilidade ambiental, e aproveitou para criticar os rivais Bolsonaro e Lula. Na área econômica, defendeu a flexibilização do Teto de Gastos para atender aos programas de renda que constam em seu governo. “Nós teremos uma regra fiscal. A única coisa é que não pode ser um ‘fiscalismo’ sem alma”. Disse também que criaria uma poupança para estudantes, em que seria pago cerca de R$5 mil para cada aluno que se formar no ensino médio.
Demais presidenciáveis
Também participarão da série de entrevistas da CNN nesta semana os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça-feira (30); Jair Bolsonaro (PL) na quarta (31); Ciro Gomes (PDT) na quinta (1); e, juntos, Felipe d'Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União) na sexta (2).
Como a eleição de Trump afeta Lula, STF e parceria com a China
Alexandre de Moraes cita a si mesmo 44 vezes em operação que mira Bolsonaro; acompanhe o Entrelinhas
Policial federal preso diz que foi cooptado por agente da cúpula da Abin para espionar Lula
Rússia lança pela 1ª vez míssil balístico intercontinental contra a Ucrânia
De político estudantil a prefeito: Sebastião Melo é pré-candidato à reeleição em Porto Alegre
De passagem por SC, Bolsonaro dá “bênção” a pré-candidatos e se encontra com evangélicos
Pesquisa aponta que 47% dos eleitores preferem candidato que não seja apoiado por Lula ou Bolsonaro
Confira as principais datas das eleições 2024
Deixe sua opinião