A senadora Simone Tebet (MDB), candidata à presidência da república em chapa com a colega de Senado Mara Gabrilli (PSDB), foi entrevistada no programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (8). Ela é a primeira a participar da série de sabatinas com presidenciáveis.
Durante duas horas de programa ao vivo, a emedebista falou sobre projetos envolvendo sua candidatura e convicções políticas e pessoais, fez críticas especialmente a Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e enfatizou diversas vezes o caráter feminino de sua chapa, formada por duas mulheres. Ela também disse que, se eleita, faria um “revogaço” dos atos normativos do governo Bolsonaro que flexibilizaram o acesso a armamentos e munições.
Divergências no MDB
Sobre a falta de consenso dentro do seu partido quanto à sua candidatura, Simone Tebet disse que dado o tamanho da legenda não há unanimidade, mas há unidade entre o partido quanto ao apoio à sua chapa.
Voto impresso
Afirmou que o voto impresso poderia corromper a democracia e as eleições, porque com o comprovante eleitores poderiam comprovar que votaram em políticos compradores de votos. Declarou que tem “o mais absoluto respeito e reconhecimento da segurança das urnas e que nós vamos ser os primeiros a aceitar o resultado, seja ele qual for, no dia 2 de outubro”.
Voto útil
“Sou candidata de um centro que se faz necessário nesse momento de tanta polarização. Entendo que sou o verdadeiro voto útil. Quem pode garantir a estabilidade, a segurança jurídica para que o Brasil volte a crescer e gerar empregos, é a candidatura do campo democrático nossa”.
Perfil
“Sou mulher, portanto me identifico com 53% da população brasileira que hoje não está satisfeita nem em tentar voltar ao passado, muito menos permanecer com o presente. Sou uma cidadã, sou professora e sou mãe. É com essa verdade que vou estar me apresentando ao Brasil a partir de terça-feira, quando eu puder pedir voto".
A senadora reforçou que, se eleita presidente, terá ministérios paritários, com 50% de homens e 50% de mulheres.
Política para armas
Simone falou que, caso eleita, faria um “revogaço”, por decreto, dos atos normativos do governo de Jair Bolsonaro (PL) que flexibilizaram o acesso a armamentos e munições. Segundo a presidenciável, essa é uma pauta que não interessa ao Brasil. Quanto à posse de armas em toda a extensão da zona rural, entretanto, ela afirma que é favorável para reduzir a violência no campo.
Aborto
A presidenciável disse que é contrária ao aborto, salvo os casos em que não há punição para quem o pratica – quando o procedimento for feito para salvar a vida da gestante, em caso de gravidez resultante de estupro, desde que assim a vítima deseje, ou em caso de gestação de feto anencéfalo. “Vou ao encontro do que pensa a maioria da população brasileira, inclusive das mulheres. Nós estamos diante de um país conservador”.
PEC dos Benefícios
Apesar de ter votado a favor da PEC dos Benefícios, Tebet disse considerar que a proposta foi “populista” por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não era uma 'escolha de Sofia’, era votar a PEC ou votar contra o Auxílio Brasil… Como mãe, eu jamais deixaria de aprovar um Auxílio Brasil de R$ 600, de forma alguma”, disse a senadora sobre o número de crianças que passam fome no país.
Interferência do PT na candidatura
Ao oficializar sua candidatura, Simone Tebet acusou o PT de tentar sabotar sua candidatura ao Planalto. Uma ala do MDB ligada ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) apoia a candidatura do ex-presidente Lula e tentou suspender a convenção nacional do partido, que confirmaria o nome de Tebet. “Também de forma antidemocrática quis o Partido dos Trabalhadores puxar o tapete da nossa candidatura. Eu sei, um dia a história saberá. Nós vamos contar essa história… Democracia se faz no diálogo, no debate ou no enfrentamento de ideias, e não querendo ganhar no tapetão ou no primeiro turno”, disse a candidata no dia dois de agosto.
Orçamento e Reforma Trabalhista
Para a senadora, a reforma trabalhista “veio para garantir minimamente os empregos que nós ainda temos”. “Repito: o problema do Brasil não é reforma trabalhista ou CLT, o problema do Brasil é um governo que não conhece as mazelas, não conhece as nossas riquezas, não planeja nada e não apresenta nada para o Brasil”, pontuou.
Emendas de relator
Questionada sobre a possibilidade de reverter e dar mais transparência às emendas de relator, Tebet falou que é preciso “uma caneta”. “Com uma caneta na mão determinando que todos os ministérios deem transparência absoluta de onde está sendo aplicado o dinheiro público. Aliás, essa tem que ser a regra número um”, afirmou. Ela reforçou que considera as emendas de relator “o maior escândalo de corrupção” do Brasil.
Impeachment de Dilma Rousseff
“Na forma ela sofreu misoginia? Isso a gente viu comentários sexistas a todo momento. No conteúdo, não. Não se vai votar numa mulher pelo simples fato de ela ser mulher, [só] se ela for competente. Nós queremos direitos iguais, não queremos mais direitos. Houve pedalada fiscal e houve contabilidade criativa”, declarou Simone Tebet.
Segundo turno
Em questionamento sobre quem apoiaria em eventual segundo turno entre Bolsonaro e Lula, a senadora preferiu não revelar uma opção e afirmou que acredita que sua chapa estará no segundo turno destas eleições.
Outros presidenciáveis
Outros candidatos ao Palácio do Planalto devem participar do Roda Viva nas próximas semanas. Até o momento o único presidenciável com data confirmada é Ciro Gomes (PDT) que estará no programa na próxima segunda-feira (15). O presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) campanha foram convidados, mas ainda não retornaram ao convite.
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