Centrais sindicais, movimentos sociais e estudantis, entidades da sociedade civil e partidos políticos de esquerda organizam atos contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) em 24 capitais e no Distrito Federal a serem realizados nesta quinta-feira (11). Em ao menos cinco estados universidades públicas serão palco das manifestações; em alguns dos casos a Reitoria dessas instituições é quem coordena os protestos em conjunto com sindicatos.
Entre as pautas do chamado “dia de mobilização nacional em defesa da democracia e por eleições livres” também estão a defesa do sistema eleitoral brasileiro e dos ministros das cortes superiores.
Para a data já estava agendada um ato público com pauta semelhante na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde foi elaborada a carta da USP em defesa do Estado Democrático de Direito. Centrais sindicais e demais entidades que integram a campanha “Fora Bolsonaro” optaram, então, por unificar a data para “engrossar” as manifestações.
A capital paulista é o local em que há expectativa para a maior concentração de pessoas ao longo do dia, segundo os organizadores. Às 10h, na Faculdade de Direito da USP, haverá a leitura pública de duas cartas: a elaborada pelos integrantes da universidade paulista e a articulada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que também se propõe a defender o sistema eleitoral brasileiro. Pela manhã também haverá concentração de pessoas na sede do sindicato dos jornalistas do estado, e à tarde a mobilização ocorrerá no Museu de arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista.
A expectativa das entidades que organizam a mobilização é alcançar um milhão de assinaturas até a hora da leitura no Largo de São Francisco. O manifesto, que na noite desta quarta-feira (10) contava com 890 mil assinaturas, rivaliza com a carta em defesa das liberdades individuais, lançada por um grupo de advogados de direita, que até 21 horas de quarta havia sido assinada por 846 mil pessoas.
Apesar de o Partido dos Trabalhadores (PT) e outras legendas que integram a coligação que apoia a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participarem da organização dos atos, o petista não comparecerá às manifestações, segundo a assessoria do presidenciável.
As capitais que têm atos confirmados até o momento são:
- Maceió/AL
- Manaus/AM
- Salvador/BA
- Fortaleza/CE
- Brasília/DF
- Vitória/ES
- Goiânia/GO
- São Luiz/MA
- Belo Horizonte/MG
- Cuiabá/MT
- Campo Grande/MS
- Belém/PA
- João Pessoa/PB
- Curitiba/PR
- Recife/PE
- Teresina/PI
- Rio de Janeiro/RJ
- Natal/RN
- Porto Alegre/RS
- Porto Velho/RO
- Florianópolis/SC
- São Paulo/SP
- Palmas/TO
- Boa Vista/RR
- Aracaju/SE
Universidades públicas serão palco de atos contra Bolsonaro
Entidades sindicais têm atuado para que, além da USP, outras universidades públicas sejam palco dos protestos desta quinta. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por exemplo, organizou um ato público em que também haverá leitura da carta da USP. Antes disso será lido um manifesto elaborado por docentes da própria Unicamp “em defesa da democracia e pelo respeito ao resultado das eleições de outubro de 2022”.
Os atos estão sendo coordenados pela reitoria em conjunto com o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), a associação dos docentes da instituição (Adunicamp) e a Associação Central de Pós-Graduação da Unicamp (APG).
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) também organiza evento para a leitura da carta da universidade paulista no mesmo dia. A manifestação está sendo encabeçada pela reitoria em conjunto com o Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical). Haverá eventos semelhantes na Universidade Federal de Rondônia (Unir) e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – nesta última, dois ex-ministros do STF, Neri da Silveira e Nelson Jobim, participarão da manifestação.
Na Universidade Estadual de Londrina (UEL), um grupo que se identifica como Comissão em Defesa da Democracia, encabeçado por uma associação de ex-alunos da instituição, também promoverá leitura pública da carta. Lá, no entanto, um grupo de oposição se articula para que, além da carta da USP ,seja lido também, como contraponto, o manifesto articulado pelos advogados de direita. Nesta terça-feira (9), um professor da UEL encaminhou uma solicitação à Procuradoria Jurídica da universidade com essa petição.
No pedido, o docente menciona um ato normativo editado pela reitoria da universidade nesta segunda-feira (8) que disciplina a conduta de agentes públicos durante o período eleitoral. A norma, fundamentada na Lei Eleitoral (9.504/1997), tenta evitar que a estrutura da universidade seja usada para fins político-partidários durante o período eleitoral.
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