Eleito governador de São Paulo com 13,4 milhões de votos (55,27%), Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) terá que lidar com um governo federal comandado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), depois de uma campanha pelo governo paulista amplamente pautada pela polarização nacional entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro (PL), padrinho político de Tarcísio.
Em seu primeiro discurso como eleito, o ex-ministro da Infraestrutura afirmou que será fundamental ter “alinhamento” e “entendimento” com o governo federal.
“A partir do momento em que houver convocação para uma conversa, nós estaremos lá, e vamos sempre buscar o melhor para o estado de São Paulo”, disse. Durante a campanha, Lula afirmou que deseja fazer uma reunião com todos os governadores estaduais em janeiro.
Na segunda-feira (31), em entrevista à Jovem Pan, Tarcísio disse que foi parabenizado pelo adversário Fernando Haddad (PT) em uma “conversa cordial por telefone” e reforçou a disposição de dialogar com o governo Lula.
“A gente precisa trabalhar com o governo federal no campo da habitação, da saúde, da segurança pública, da educação. A relação do governo de São Paulo com o governo federal vai ser muito importante para que a gente traga resultados para o estado”, completou.
Na mesma entrevista, o governador eleito também fez um afago a Bolsonaro, afirmando ser “muito grato” ao presidente. “Ele me abriu todas as portas, me fez ministro, me incentivou, me lançou na política, me deu todo o apoio. Se eu estou aqui como governador eleito eu devo ao presidente Bolsonaro”, afirmou.
Transição de governo e primeiros 100 dias
Tarcísio também já disse publicamente que sua equipe irá descansar ao longo desta semana para, depois, iniciar a transição de governo. O próprio governador eleito, porém, deve fazer uma viagem de duas semanas aos EUA com a família, para descansar, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
Do lado de Tarcísio, Guilherme Afif Domingos, que coordenou seu plano de governo, foi indicado como responsável pela transição. Já o governador Rodrigo Garcia (PSDB) nomeou Marcos Penido, secretário de governo, para conduzir os trabalhos.
As equipes devem compartilhar dados sobre a administração, incluindo detalhes orçamentários, sobre investimentos, obras e projetos que estão em curso.
Com as informações da transição, o novo governador afirma que serão estudadas e anunciadas medidas para os 100 primeiros dias de governo. Em entrevista à TV Globo, Tarcísio disse que não sabe exatamente qual será o seu primeiro ato, mas que vai atuar muito “no campo de diminuição da carga tributária”.
Possíveis secretários
À Jovem Pan, Tarcísio afirmou que devem participar da transição nomes que foram importantes na sua candidatura, como Eleuses Paiva, que foi deputado federal por São Paulo. O governador eleito não falou, porém, de possíveis nomes para compor seu secretariado.
Contudo, durante o segundo turno, em entrevista ao canal do YouTube Talk Churras, Tarcísio havia dito que Afif Domingos integraria o primeiro escalão, e que Paiva poderia assumir a pasta da Saúde. Já para a Fazenda o nome cotado seria o de Samuel Kinoshita, ex-assessor de Paulo Guedes no Ministério da Economia.
Agora, o eleito afirma que os 23 secretários ainda não serão anunciados, e que a prioridade é a transição. “A partir daí paulatinamente a gente vai definindo e anunciando o secretariado. (...) Há espaço para quem esteve no governo do presidente Bolsonaro, sem dúvida, desde que tenha muita qualificação técnica. Vamos buscar competências”, disse.
Em entrevista à TV Globo, Tarcísio afirmou que pretende montar um primeiro escalão novo, sem aproveitar nomes da gestão de Rodrigo Garcia nem de ministros de Bolsonaro. A decisão pode frustrar aliados de Garcia, que já pressionavam Tarcísio por cargos antes mesmo da eleição, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
Garcia disputou a reeleição, mas ficou em terceiro lugar, com 18,40% dos votos. Logo após o primeiro turno, ele anunciou apoio a Tarcísio e Bolsonaro.
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