Garcia cita realizações, mas “esquece” Doria em plano de governo. Veja propostas

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Atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) apresentou à Justiça Eleitoral um plano de governo em que enaltece sua gestão e apresenta novas propostas (veja a íntegra neste link). O documento, com 46 páginas, tem ideias para várias áreas, desde educação e saúde até agricultura e mobilidade urbana.

O plano, porém, não faz referência ao ex-governador João Doria (PSDB). Garcia assumiu o posto depois de Doria renunciar ao cargo, em abril. Há, apenas, referência ao que seriam realizações do próprio PSDB. Segundo analistas, o candidato deve evitar associar-se a Doria durante a campanha, já que o tucano saiu do governo com uma avaliação mais negativa do que positiva. Uma pesquisa do Datafolha, divulgada em 8 de abril, mostrou que a gestão Doria era considerada boa ou ótima por 23% dos eleitores paulistas, enquanto 36% consideravam ruim ou péssima e 39%, regular (veja metodologia abaixo).

No documento, Garcia afirma acreditar em um “Estado forte” para “prover condições para que as pessoas e os negócios possam prosperar”. Mas, segundo o candidato, isso não significa que o governo deve ser “grande e onipresente”. “Ao contrário, deve estar aberto às parcerias com a iniciativa privada e o Terceiro Setor, onde estes se mostram mais eficientes e eficazes”, diz o texto.

Segundo o documento, as propostas do candidato estão baseadas em três eixos: o social, com a promoção de igualdade de oportunidades, inclusão produtiva e empregabilidade dos mais vulneráveis; o de desenvolvimento econômico; e o de sustentabilidade ambiental.

Veja abaixo algumas das propostas de Garcia:

Assistência social

• Criar agentes de desenvolvimento da família, para acompanhar famílias em situação de vulnerabilidade;
• Ampliar o número de beneficiários do Bolsa do Povo;
• Inaugurar novas unidades do Bom Prato, fixas e móveis;
• Abrir novas casas terapêuticas;
• Aumentar em 50% o cofinanciamento a municípios para assistência social;

Educação

• Implementar ensino em tempo integral para todas as escolas de Ensino Médio;
• Oferecer ensino técnico e cursos de especialização para todos os estudantes do Ensino Médio, por meio do programa MédioTec;
• Permitir que estudantes da rede pública façam disciplinas nas universidades estaduais e em instituições municipais de Ensino Superior;
• Conceder bolsas para estudantes que estejam terminando o Ensino Médio e tenham bons resultados, para que eles façam cursos de licenciatura e se tornem professores;
• Implantar uma “sala maker” em todas as escolas da rede estadual, que terá atividades relacionadas a cultura digital, ciências e robótica;
• Oferecer programas de Mestrado, Doutorado e de cursos de extensão ou especialização para professores da rede estadual, em parceria com instituições de Ensino Superior;
• Investir em políticas de promoção de saúde mental para garantir o bem-estar de alunos e educadores;
• Financiar a construção de salas de aula em escolas de redes municipais com os piores índices de desenvolvimento humano;
• Ampliar o investimento na Ronda Escolar e no policiamento no entorno das escolas;
• Ampliar políticas voltadas a grupos como indígenas e quilombolas;

Saúde

• Reduzir a mortalidade materna, com foco na ampliação do pré-natal, na garantia de parto humanizado e na continuidade da assistência da mulher e do recém-nascido;
• Ampliar os índices de cobertura vacinal em São Paulo, principalmente entre crianças e jovens;
• Implantar três hospitais regionais de média e alta complexidade que já tiveram obras iniciadas;
• Modernizar e ampliar hospitais, começando pelos de Assis, Mirandópolis, Presidente Prudente e Promissão;
• Implantar novos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs);
• Implantar telemedicina em especialidades, por meio do programa TeleAME;
• Implantar quimioterapia nos AMEs, permitindo que o paciente faça tratamento contra o câncer mais perto de sua casa;
• Implantar serviço de hemodiálise em todo o estado;
• Realizar cirurgias eletivas aos sábados;
• Entregar medicamentos que hoje são retirados em farmácias de alto custo na casa do paciente;

Segurança

• Liderar esforços para alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente, aumentando o período de internação para atos infracionais de até três para até oito anos;
• Aprimorar, ampliar e incrementar a Operação Divisa Integrada, de combate ao tráfico, ao contrabando e ao descaminho;
• Criar o Departamento de Proteção a Mulher, Criança e Grupos Vulneráveis para planejar e coordenar a atuação das delegacias de Defesa da Mulher e destinadas ao atendimento de crianças, adolescentes e grupos vulneráveis;
• Aumentar o patrulhamento militar nas áreas rurais e rodoviárias;
• Aprimorar o cálculo da bonificação por resultado para policiais;
• Atualizar as frotas de veículos das polícias;
• Inaugurar novas unidades prisionais para aumentar o número de vagas no sistema penitenciário;
• Expandir o sistema de telemedicina para todas as unidades prisionais;
• Fortalecer o sistema de proteção da Defesa Civil, para evitar ou minimizar a ocorrência de desastres;

Habitação

• Criar programa para requalificar imóveis públicos subutilizados em moradias;
• Digitalizar o licenciamento de projetos habitacionais, para agilizar o processo;
• Promover a regularização fundiária de áreas ocupadas;
• Reurbanizar áreas de mananciais;

Mobilidade urbana e transporte

• Por meio de Parceria Público-Privada, implementar trem que vai ligar o centro de São Paulo à região de Campinas, com tempo de viagem de uma hora;
• Expandir linhas do metrô na capital paulista;
• Implementar novo BRT do ABC, com 18 quilômetros de via expressa e 20 paradas;
• Recuperar rodovias vicinais;

Esporte

• Construir praças esportivas, quadras, pistas de skate e áreas de lazer em “localizações estratégicas”, com iluminação, instrutores e segurança;
• Instalar brinquedos e equipamentos adaptados a pessoas com deficiência em parques, praças e outros locais públicos.

Metodologia da pesquisa citada

A pesquisa Datafolha citada nesta matéria foi feita entre os dias 5 e 6 de abril com 1.806 eleitores de 62 municípios do estado de São Paulo. A margem de erro máxima da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. Ela foi registrada no TSE sob o protocolo SP-03189/2022.