Na disputa de segundo turno pelo governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), candidato apoiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem investido em publicidade no Google e no Facebook. Seu adversário, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), por outro lado, optou por não contratar esse tipo de anúncio no segundo turno, segundo dados divulgados pelas próprias plataformas.
A biblioteca de anúncios do Google mostra que, entre os dias 3 e 18 de outubro, a campanha de Haddad investiu em anúncios com a imagem do petista, do ex-presidente Lula e do vice da chapa, Geraldo Alckmin (PSB), ex-governador do estado. As peças divulgam propostas do candidato relacionadas a áreas como educação, infraestrutura e economia.
Segundo a prestação de contas feita ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), gastos com o Google estão entre os mais altos na campanha de Haddad. Até agora, o candidato investiu R$ 865 mil para impulsionar conteúdos na plataforma.
Anúncios voltados aos municípios e com imagem de Alckmin
Em alguns casos, Haddad busca falar com eleitores de municípios específicos, como Guarulhos, Campinas e Mogi das Cruzes. Um dos anúncios, que custou entre R$ 25 mil e R$ 30 mil, chama Haddad de “governador de Alckmin” – uma referência a Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa de Lula.
Alckmin, que era do PSDB, foi governador e deputado federal e estadual por São Paulo, o maior colégio eleitoral do país. O político tem feito agendas pelo estado buscando virar votos para o PT. No primeiro turno, Lula perdeu entre eleitores paulistas: o petista teve 40,89% dos votos, contra 47,71% de Jair Bolsonaro (PL).
Haddad também ficou em segundo lugar: o candidato teve 35,70%, contra 42,32% de Tarcísio. O concorrente do Republicanos ganhou na maioria dos municípios paulistas, principalmente no interior, enquanto Haddad venceu na capital.
No Facebook, a campanha do petista também investiu na presença de Alckmin. Em um vídeo promovido na rede social, o ex-tucano aparece pedindo votos para Haddad, dizendo, ainda, que o estado de São Paulo precisa ser “protegido de aventuras”.
O site do TSE não possui dados sobre os gastos da campanha do petista com a rede social. A Justiça Eleitoral permite que as candidaturas façam a prestação de contas completa até 20 dias depois do segundo turno.
Tarcísio abre mão de anúncios no segundo turno
Por outro lado, a biblioteca de anúncios do Google mostra que Tarcísio não investiu no impulsionamento de conteúdos neste segundo turno. Postagens patrocinadas na plataforma foram feitas pela campanha antes da primeira etapa da eleição, em vídeos com a presença do presidente Jair Bolsonaro. Outro conteúdo patrocinado destaca a experiência de Tarcísio como ministro da Infraestrutura.
No Facebook, posts promovidos também foram voltados ao primeiro turno, criticando, por exemplo, o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB). Garcia ficou em terceiro no dia 2 de outubro, com 18,40% dos votos. Ele declarou apoio a Tarcísio e Bolsonaro.
No site do TSE, a campanha de Tarcísio declarou ter gastado R$ 575 mil com impulsionamentos no Google. Gastos com o Facebook não estão discriminados.
Questionada pela Gazeta do Povo, a assessoria do candidato afirmou que a definição sobre a publicação de anúncios nas redes sociais é fruto de uma decisão interna da equipe de campanha que, por questões estratégicas, não será divulgada.
Além de abandonar os anúncios, Tarcísio também não participou de debates que estavam programados na TV Record, no SBT, no Roda Viva (da TV Cultura) e no jornal O Estado de S. Paulo com parceiros. Em nota divulgada à imprensa, a campanha justificou a ausência por conflitos de agenda, afirmando que, no “curto período do segundo turno”, é preciso cumprir compromissos “tendo como prioridade estar perto das pessoas”.
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