Michel Temer defendeu que presidente eleito proponha pacificação do país| Foto: Jane de Araújo/Agência Senado
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O ex-presidente Michel Temer defendeu neste sábado (9) a construção de uma candidatura de “terceira via” na eleição presidencial deste ano, de modo a dar ao eleitor uma opção à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Acrescentou que, se um deles for eleito, não será surpresa se, logo no início do novo mandato, seus opositores apresentarem pedidos de impeachment.

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“Eu tenho muita preocupação com o resultado da eleição. Porque, convenhamos, eu tomo a liberdade de dizer, eleito o ex-presidente Lula ou o presidente Bolsonaro, as alas de ambos, e sabemos que há uma militância muito ativa dessas duas candidaturas, vão se opor nos próximos quatro anos. Não será surpresa nenhuma se logo ao início do mandato se proponham novos pedidos de impedimento. E apenas para ilustrar, desde o governo Itamar, houve aqui no Brasil 396 pedidos de impedimento”, disse Temer, durante participação na Brazil Conference, evento promovido por estudantes brasileiros em Boston, nos Estados Unidos. O ex-presidente, que está no Brasil, foi sabatinado por videoconferência.

Temer disse estar fazendo um esforço por uma candidatura alternativa a Bolsonaro e Lula. Disse que ela não deve ser uma “homenagem ao candidato” que seria escolhido, mas ao eleitorado. Depois, lamentou o costume de “votar contra” um candidato, e não a favor de um projeto e defendeu que o presidente eleito, logo após a proclamação do resultado, proponha uma pacificação do país.

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“Penso e tenho dito que o presidente eleito, no dia proclamação do resultado, dissesse à nação que quer pacificar o país, e não vai olhar para o retrovisor. E com isso chamaria membros da oposição, governadores, chefes de Poderes, entidades civis e dizer: ‘Vamos fazer um grande pacto nacional’, a exemplo do Pacto de Moncloa, que recuperou a Espanha”, afirmou.

‘Lula vai ter grande vantagem se Alckmin for igual a mim’, diz Temer

Temer foi questionado sobre como seu partido, o MDB, se posicionaria num eventual segundo turno entre Bolsonaro e Lula. Evitou responder, mas depois disse que “foi muito boa” para Lula a aliança com Alckmin. “Não sei se bom para o Alckmin, porque já estão explorando outros embates eleitorais que tiveram com palavras bastante agressivas de um para outro”.

Depois, foi indagado se Lula não correria risco de ser derrubado para dar lugar a Alckmin. “Como você vê aqueles que advertem o Lula de que ele pode estar arrumando um Michel Temer para ele”, perguntou a jornalista Vera Magalhães. Temer riu e respondeu:

“O Geraldo Alckmin é uma figura preciosa. Pondo toda a modéstia de lado, acho que tive também uma posição preciosa. Muitas vezes, [diziam]: ‘Houve golpe, etc.’ Olha, não houve golpe coisa nenhuma. Nossa chegada ao poder e a queda da presidente não se deveu a mim nem ao MDB, deveu-se às milhões de pessoas que foram às ruas. Quando eu assumi, havia um PIB negativo de mais de 4%. Um ano e três meses depois, tinha um PIB positivo de 1,3%. Foi o que nos permitiu fazer reformas, reduzir os juros, reduzir a inflação. Então, acho que essa história de Geraldo Alckmin possa ser igual a mim, acho que Lula vai ter uma grande vantagem, viu”, disse, rindo novamente.

Questionado sobre a senadora Simone Tebet, pré-candidata do MDB, Temer a elogiou. “É uma grande candidata”, disse. “Hoje o índice dela é pequeno, mas temos praticamente seis meses pela frente, muita coisa ainda vai acontecer, está fazendo ótima presença do MDB portanto pode crescer, e não será mal para o país, tem condições para liderar politicamente.”

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