A empresa Time 4 Fun, organizadora do festival de música Lollapalooza, recorreu neste domingo (27) da decisão liminar do ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que proibiu manifestações políticas de artistas durante o evento sob pena de multa.
De acordo com G1, a empresa disse que "não se pode querer transformar os eventos culturais em movimentos absolutamente neutros, sem participação política, sem que os legítimos interesses políticos sejam expressos, ou seja, não se pode querer que os diversos eventos sociais não possam ter uma participação ativa nas questões eleitorais".
"Todas essas manifestações representam o exercício regular da liberdade de expressão. Referem-se a posições políticas, ou seja, a questão que deve justamente ser objeto de discussão pública, livre e insuscetível de censura", diz trecho do recurso. A defesa do festival entrou com recurso mesmo sem ter sido notificada oficialmente da liminar do TSE.
O tribunal enfrentou dificuldades para notificar a organização do festival. Segundo informou o jornal Metropoles, isso ocorreu porque o autor da ação, o Partido Liberal, citou duas empresas que nada tinham a ver com a organização do festival e, segundo registro da Receita Federal, estão inaptas.
Uma dessas empresas era a Lollapalooza Brasil, um provedor de internet. Uma oficial de justiça foi, neste domingo, até o endereço da citada para comunicar a decisão e descobriu que a empresa não possui escritório no local há algum tempo. Depois da tentativa frustrada, a oficial se dirigiu ao festival, no Autódromo de Interlagos, onde contatou uma advogada que representa a empresa Time 4 Fun. A advogada disse que desconhece as empresas citadas na ação do PL.
Depois da descoberta do erro, os advogados do PL apresentaram uma nova petição identificando a empresa correta, segundo informou o jornal O Globo. Segundo Caroline Lacerda, uma das advogadas do PL, o erro "não muda a responsabilização do evento". O que muda, segundo ela, é "o caráter de urgência" do pedido.
Banda desafia decisão do TSE
O Lollapalooza acaba neste domingo. Mesmo após o anúncio da decisão do TSE, a banda Fresno, que se apresentou na tarde de domingo, também pediu a saída do presidente Jair Bolsonaro, a exemplo do que fizeram outros artistas que participaram do festival, como a cantora Pabllo Vittar.
A liminar também foi alvo de críticas de outros artistas. Lulu Santos, que participou do show da Fresno, disse que "cala a boca já morreu" e pediu o fim da censura. Outros cantores, como a mineira Marina, pediram para que os presentes fizessem o título de eleitor para "mudar" o governo.
De político estudantil a prefeito: Sebastião Melo é pré-candidato à reeleição em Porto Alegre
De passagem por SC, Bolsonaro dá “bênção” a pré-candidatos e se encontra com evangélicos
Pesquisa aponta que 47% dos eleitores preferem candidato que não seja apoiado por Lula ou Bolsonaro
Confira as principais datas das eleições 2024
Deixe sua opinião