Aras afirma que as eleições no Brasil irão ocorrer sem maiores turbulências e que quem for eleito presidente nas urnas irá tomar posse.| Foto: Rosinei Coutinho/STF
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O Ministério Público Federal (MPF) divulgou um vídeo nesta quinta-feira (21) em que o procurador-geral da República, Augusto Aras, defende a urna eletrônica e a harmonia entre os Poderes. Na gravação, de pouco mais de cinco minutos, o MPF apresenta um resumo das declarações feitas por Aras no último dia 11 para "representantes da imprensa estrangeira" sobre “temas de interesse de toda a população”, diz o texto publicado pelo órgão.

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Aras vinha sendo criticado internamente no MPF por ter adotado uma postura de silêncio nos últimos três dias, depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou a segurança do sistema eleitoral brasileiro em reunião com embaixadores, na segunda-feira (18), no Palácio da Alvorada. As declarações do procurador-geral são anteriores ao encontro de Bolsonaro com diplomatas, mas não deixam de ser uma mensagem ao chefe do Executivo.

"Diante dos últimos acontecimentos no país, o procurador-geral da República, Augusto Aras, recorda a necessidade de distanciamento, independência e harmonia entre os Poderes. E que as instituições existem para intermediar e conciliar os sagrados interesses do povo, reduzindo a complexidade das relações entre governantes e governados”, diz um comunicado exibido no início do vídeo.

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Aras defende urna eletrônica e lisura das eleições

Na gravação, Aras afirma que as eleições no Brasil ocorrerão sem maiores turbulências e que quem for eleito nas urnas tomará posse, negando a possibilidade de uma repetição do que ocorreu no Estados Undos, quando o Capitólio foi invadido por seguidores de Donald Trump que tentaram impedir a homologação do resultado das urnas que elegeu Joe Biden presidente.

“Nós não acreditamos no 6 de janeiro [data da invasão do Capitólio] e eu tenho defendido que quem ganhar a eleição vai levar. Vai tomar posse. Vai sem maior turbulência”, afirma Aras na gravação. “Nós não aceitamos a alegação de fraude porque nós temos visto o sucesso da urna eletrônica ao longo dos anos. Especialmente no que toca a lisura dos pleitos”, diz o procurador-geral.

Aras falou ainda sobre o combate ao discurso de ódio e respeito às divergências de opinião. Ele afirma que a polarização do Brasil não é diferente de outros países. “Nós aqui no Brasil temos não só buscado medidas judiciais que punam culpados, mas também promovido programas de pacificação social e respeito aos contrários. A democracia é um governo dos contrários”, declara.

7 de setembro e inquéritos contra Bolsonaro

Ainda na gravação, Aras fala sobre as manifestações de 7 de Setembro do ano passado, de apoio a Bolsonaro, e garante ter se antecipado e minimizado eventuais problemas que poderiam ter ocorrido naquela data. Segundo ele, o movimento procurava levar inquietação ao país e atitudes foram tomadas para responsabilizar e prender algumas dessas lideranças.

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“Em 2021, nós detectamos que havia alguns movimentos em todo o Brasil para levar uma certa inquietação no dia 7 de setembro. E essa Procuradoria-Geral da República agiu firmemente junto ao Supremo Tribunal Federal para literalmente prender algumas lideranças que pregavam movimentos de intolerância e faziam discursos de ódio nas redes sociais", diz.

O procurar-geral falou ainda sobre investigações em curso contra Jair Bolsonaro. "O presidente da República tem contra si oito inquéritos que nós provocamos durante nossa gestão. Isso significa muito mais que todas as gestões anteriores. Para demonstrar aos senhores que a diferença dessa gestão para as outras é que nós respeitamos o devido processo legal. Dessas medidas todas que nós tomamos, não há uma única decisão anulando quaisquer dos nossos atos”, afirma.