Abstenção só foi menor do que no segundo turno de 2020.| Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE
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Três em cada dez eleitores optaram por não comparecer às urnas neste domingo (27), quando o segundo turno foi realizado em 51 cidades. Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 33 milhões de eleitores aptos a votar, 9,9 milhões não participaram da eleição. Com isso, a abstenção ficou em 29,26% - maior do que no primeiro turno, quando o índice foi de 21,71%.

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A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, demonstrou preocupação com o aumento da abstenção nessa segunda etapa da eleição. "Tivemos casos climáticos, outros problemas. Vamos verificar e ver o que podemos aperfeiçoar. Vamos ter que apurar em cada local e trabalhar com os dados”, afirmou.

Tradicionalmente, o segundo turno registra abstenção maior do que no primeiro, “porque a disputa fica entre dois candidatos, então aqueles que não se veem nesses dois candidatos do segundo turno não se sentem à vontade para votar”, analisa o professor de Administração Pública e pesquisador da área de Cultura Política da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) Daniel Moraes Pinheiro.

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“E também porque muitos vão às urnas (no primeiro turno) mais pelos vereadores que são amigos, que são conhecidos, que são partidários. E agora a gente não tem mais essa eleição para vereador, tem só eleição para prefeito. Então tende a esvaziar (a eleição)”, explica o cientista político e professor do Insper Leandro Consentino

O percentual elevado ocorre mesmo com voto obrigatório no país para pessoas alfabetizadas que tenham entre 18 e 70 anos.

Abstenção é menor apenas do que em 2020

A abstenção deste domingo é menor apenas do que a da eleição de 2020, que foi realizada durante a pandemia de coronavírus. Naquele ano, 29,5% do eleitorado não foram às urnas. A taxa de eleitores que optaram por não votar nesse segundo turno supera as registradas entre 2000 e 2016.

Porto Alegre seguiu como a capital com maior índice de abstenção. No primeiro turno, a capital gaúcha já tinha liderado esse ranking. Neste domingo, 34,83% do eleitorado optou por não votar em um pleito que reelegeu Sebastião Melo (MDB). Já a capital com menor abstenção foi Fortaleza, com 15,84%. A cidade elegeu Evandro Leitão (PT) como prefeito.

Em relação aos estados, Goiás foi o que registrou maior abstenção: 34,43%, seguido por Espírito Santo com 33,17%. O estado com a menor taxa foi o Ceará, com 16,28%.

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Uma das causas da abstenção, explica o cientista político e professor do Insper Leandro Consentino, é “o desencanto com a política como forma de transformação social diante dos sucessivos escândalos e das chamadas promessas não realizadas da democracia em termos de bem-estar social”.

Daniel Pinheiro complementa: “Muito embora tenhamos recuperado um pouco da confiança em algumas instituições políticas, a política em si passa por um momento de certo distanciamento e interesse da população”. Ele diz, ainda, que “as redes sociais dão uma falsa sensação de participação, de envolvimento”.

O caminho para aumentar a participação dos eleitores é a educação política, de acordo com os especialistas. Para isso, Consentino cita a necessidade de uma força-tarefa que tenha a Justiça Eleitoral como participante, e que inclua outros setores - até porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) faz seu papel com campanhas de conscientização, completa.

Confira as abstenções por turno nos últimos anos

Eleição de 2000

  • 1º turno: 14,8%
  • 2º turno: 16,2%
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Eleições de 2004

  • 1º turno: 14,2%
  • 2º turno: 17,3%

Eleições de 2008

  • 1º turno: 14,5%
  • 2º turno: 18,1%

Eleições de 2012

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  • 1º turno: 19,1%
  • 2º turno: 16,4%

Eleições de 2016

  • 1º turno: 17,6%
  • 2º turno: 21,6%

Eleições de 2020

  • 1º turno: 23,2%
  • 2º turno: 29,5%
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Eleições de 2024

  • 1º turno: 21,7%
  • 2º turno 29,26%