Iniciativa de Marçal gera reações divididas.| Foto: RS via Fotos Públicas
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A divulgação de um laudo falso por Pablo Marçal (PRTB) associando o candidato Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de cocaína neste sábado (5) gerou uma reação dividida entre a direita nas redes sociais.

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Houve uma onda de críticas contra o influenciador, como um conteúdo com Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Malafaia, que tem sido um adversário público de Marçal, associa o próprio candidato à liberação das drogas.

Alguns grupos de WhatsApp, no entanto, ligaram a iniciativa de Marçal à tentativa de “ajudar a esquerda” e levar o deputado psolista ao segundo turno. O laudo mentiroso, acreditam alguns apoiadores, provocaria uma onda de solidariedade a Boulos.

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A análise da consultoria Palver, publicada pela Folha de S. Paulo, afirma que, em proporção menor, circulam postagens e publicações buscando impulsionar o conteúdo falso.

Desde o início da tarde de sábado, parte das mensagens negativas a Marçal mostrava evidências de fraude no laudo que associava Boulos à dependência química.

À noite, a conclusão da perícia do Instituto de crimanlística de São Paulo que atestou a falsidade do laudo começou a ser compartilhada.

Outro conteúdo que ganhou repercussão nos grupos foi um vídeo da médica Aline Souza, filha do médico que tem sua assinatura no laudo divulgado por Marçal. Ela afirma que o pai dela nunca trabalhou na clínica citada no documento.

Mesmo com a perícia, parte das mensagens nos grupos ainda sustenta que Marçal seria perseguido por ser contra o “sistema” e que não há certeza da falsidade do laudo. Elas associam o fato a conteúdo em que Boulos se diz a favor da descriminalização das drogas.

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Nível de interesse de Marçal e Boulos dispara

Os dois candidatos têm liderado o nível de interesse nos grupos públicos monitorados na plataforma da Palver na reta final da campanha. Os valores de interesse são calculados pela Palver a partir da proporção de mensagens sobre os candidatos em relação ao total de mensagens sobre a eleição na cidade.

Após o episódio envolvendo Marçal, as menções ao influenciador e ao psolista dispararam neste sábado (5). Marçal praticamente triplicou o nível de interesse medido, passando do patamar dos 210 a quase 700 neste sábado.

O nível de interesse de Boulos, por sua vez, quadruplicou se comparado ao início da última semana, saltando de valores médios de 125 para quase 500 no sábado.

Já Ricardo Nunes (MDB) não chegou a alcançar o patamar de nível de interesse 50 em nenhum dos dias desta semana de reta final do primeiro turno.

Um levantamento detalhado da Palver sobre as mensagens que circularam até quarta-feira (2) mostra que conteúdos citando Boulos de modo negativo eram destaque entre as mensagens marcadas como encaminhadas com frequência.

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Materiais de apoio ao deputado, por sua vez, não tinham indicadores de circulação orgânica ou viral. Parte das mensagens negativas contra Boulos associa o candidato a invasões.

As mensagens negativas contra Ricardo Nunes dizem que o candidato estaria envolvido em suspeitas de desvio de dinheiro. Outros conteúdos procuram associá-lo à esquerda por programas da prefeitura ligados a minorias.