Eleições 2024 em Belém: o prefeito, Edmilson Rodrigues (Psol), esperava contar com o apoio de Lula e do governador Helder Barbalho (MDB), na campanha à reeleição.| Foto: João Gomes/Prefeitura de Belém
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A seis meses das eleições municipais, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se dividem em Belém (PA) única capital com prefeito do Psol, e põem em dúvida o comando local pela esquerda em 2025, quando a cidade receberá a Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU, a COP-30.

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O prefeito Edmilson Rodrigues (Psol) esperava contar com o apoio de Lula e do governador Helder Barbalho (MDB), aliado do presidente, na campanha à reeleição. Barbalho, no entanto, lançou a pré-candidatura de Igor Normando, primo dele e secretário estadual de Articulação da Cidadania. A decisão pode afastar Lula do primeiro turno da eleição, em outubro.

Lula trabalhou pessoalmente pela escolha de Belém para sediar a COP-30, que vê como vitrine internacional para a pauta ambiental do governo federal.

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O temor do presidente é ver prefeitura da capital paraense comandada por um oposicionista durante o evento. Levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisas*, entre os dias 7 e 12 de março, mostrou que o deputado federal Éder Mauro (PL), apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, é o preferido dos eleitores para ocupar a prefeitura, neste momento, com 26% das intenções de voto. Edmílson, com 11,1% de preferência, tem de enfrentar uma desaprovação de 75,4% dos belenenses. Do total, 55,3% disseram que não votariam nele de jeito nenhum.

“A má avaliação e o risco de derrota do Edmilson fizeram o governador, que apoiou o prefeito na eleição de 2020, desembarcar do projeto neste ano e lançar candidato próprio”, diz o cientista político Rodolfo Marques, professor da Universidade da Amazônia (Unama).

“O estado está voando e Belém está ficando para trás, isso não é possível”.

Governador Helder Barbalho (MDB), ao anunciar a pré-candidatura de Normando

O Psol minimiza o rompimento com Barbalho para as eleições 2024 em Belém. “É previsível que o MDB tenha candidato na capital. Não há mágoa. Existem diferenças de visão, mas nada que impeça o diálogo”, diz Leila Palheta, presidente do diretório municipal do partido.

Desgastado por uma crise na coleta de lixo, que acumulou pilhas de resíduos nas calçadas e vias da cidade, Edmilson contratou nova empresa, comprou ônibus com ar condicionado e acelera um programa de obras em Belém.  E aposta na presença de Lula na campanha, o que é incerto, pelo menos no primeiro turno. “Lula deve esperar até o último momento, a depender do desempenho de um e outro candidato, para se envolver na eleição municipal”, avalia o professor Marques.

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O apoio do PT, por enquanto, parece assegurado. Reunido em plenária estadual, em fevereiro, o PT do Pará, que ocupa três secretarias municipais e a vice-prefeitura, garantiu apoio a Edmilson, mas não escondeu as fissuras internas. O senador Beto Faro, líder do PT no Senado e uma das mais importantes figuras do partido no Pará, aliado de Helder Barbalho, não foi visto no encontro.

*Metodologia da pesquisa: 800 entrevistados pessoalmente, pelo Paraná Pesquisas, entre os dias 7 e 12 de março de 2024. A pesquisa foi contratada por Ribeiro Serviços de Comunicações LTDA/TV Livre. Confiança: 95%. Margem de erro: 3,5 pontos percentuais. Registro no TSE nº PA-07656/2024.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]