Cadeiras vazias no debate em BH: o prefeito Fuad Noman (PSD) e o senador Carlos Viana (Podemos) não comparecem ao confronto, pela segunda vez.| Foto: Divulgação/TV Alterosa
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O terceiro confronto entre os candidatos que concorrem à prefeitura de Belo Horizonte, na noite desta quarta-feira (11), promovido pela TV Alterosa (afiliada SBT), teve um clima menos amistoso por parte dos cinco postulantes ao cargo de prefeito da capital mineira. Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT), Gabriel Azevedo (MDB), Mauro Tramonte (Republicanos) e Rogério Correia (PT) trocaram farpas e provocações.

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“Mentiroso”, “puxa-saco” e pessoa que baba” foram algumas das expressões utilizadas pelos candidatos no debate em BH, além de críticas, mais uma vez, à ausência do prefeito Fuad Noman (PSD), candidato à reeleição. Noman convocou uma coletiva de imprensa no mesmo horário do debate para falar sobre a situação climática de BH, que sofre com ar seco e baixíssima umidade do ar. O senador Carlos Viana (Podemos) também não compareceu e tem dito que os debates só servem para troca de acusações.

O ponto alto

O contrato da prefeitura com as empresas de transporte foi o ponto alto do debate em BH. Na sua vez de escolher um candidato para perguntar, Duda Salabert optou pelo “prefeito ausente Fuad” e disse que ele é “covarde”.

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“Não veio aqui, mas o problema aqui não é sua ausência, mas sim a política trágica que está construindo em BH", disse Salabert. O presidente da Câmara Municipal de BH, Gabriel Azevedo, também trouxe a questão dos contratos no transporte público e acusou Noman de ter recebido dinheiro de empresários de ônibus para fazer campanha.

“A dúvida é a seguinte: ele foi o sujeito que fez um contrato cheio de maracutaia lá em 2006, no governo estadual, para inspirar o contrato corrupto de 2008. Ele já está recebendo antecipado, dado que o próximo prefeito vai ser responsável pelo novo contrato de ônibus assim que esse terminar?”, questionou Azevedo.

Já o candidato do PT, o deputado federal Rogerio Correia, prometeu desfazer o atual contrato. Bruno Engler disse, mais uma vez, que irá propor “abrir a caixa preta” e que só irá desfazer o contrato se tiver alguma irregularidade.

“Nós vamos, no primeiro dia do nosso governo, refazer completamente esse contrato e vamos desfazê-lo. É bom lembrar que esse contrato teve sete aditivos, quase todos feitos na pandemia. Na época tinha um presidente da Câmara (Gabriel Azevedo) que não quis que esse contrato fosse desfeito”, acusou Correia.

O bate-boca

Gabriel Azevedo escolheu o terceiro embate promovido pela TV Alterosa para girar sua metralhadora de críticas. O candidato chamou o deputado estadual Bruno Engler de puxa-saco do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que nos bastidores da política as pessoas dizem que ele “baba”.

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“Você sabe o que falam de você nos bastidores? Que você é uma pessoa que baba, que não sabe de nada e é desprovida de qualquer conhecimento e capacidade de governar”, atacou Azevedo. “Se o Bolsonaro roubar, você vai dizer que não foi bem isso, se o Bolsonaro matar você vai dizer que foi sem querer, você é um grande puxa-saco do Bolsonaro, tal como o Rogério é um grande puxa-saco do Lula”, afirmou Azevedo.

O vereador também não poupou o PT e acusou o partido de roubar. Disse que o adversário sempre foi aliado de Noman e só agora, durante o período eleitoral, tece críticas à gestão do prefeito.

Mauro Tramonte também foi acusado de “não fazer nada enquanto deputado estadual”. Azevedo disse que, em um eventual governo, quem vai mandar é a ex-secretária de Planejamento do governo Romeu Zema, Luísa Barreto (Novo), vice na chapa dele. Tramonte rebateu: “Quem vai mandar no meu governo sou eu”.

O deputado Rogerio Correia rebateu às críticas de Azevedo dizendo que o presidente da Câmara grava aliados de maneira desleal e ataca todo mundo. Engler saiu em defesa de Bolsonaro e disse que “Bolsonaro não rouba, não mata, é um homem cristão e patriota que me apoia”.

Do que eles falaram?

Os problemas na saúde, orçamento da prefeitura de BH, salário dos professores e o atual contrato da prefeitura com empresas de transporte público foram temas recorrentes durante o debate, assim como o problema da mineração na Serra do Curral.

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Bruno Engler destacou a ampliação do atendimento por telemedicina, fortalecimento da prevenção de doenças como diabetes, exames para gestantes e criação de um aplicativo de saúde pública. Gabriel Azevedo falou da necessidade de criar um plano de carreira para valorização dos profissionais de saúde de Belo Horizonte.

Tabelinha

Assim como aconteceu no debate da Band Minas, realizado em agosto, Bruno Engler e Mauro Tramonte repetiram a “tabelinha” para criticar o prefeito Fuad Noman e sua administração em relação à área da saúde. Tramonte falou da falta de médicos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e disse que o prefeito retirou os pediatras desses centros de saúde.

“É um completo absurdo...não falta investimentos na saúde, falta é gestão. São mais de R$ 6 bilhões para a saúde, mas vem sendo aplicado de maneira errada”, completou Engler. O deputado estadual aproveitou para lembrar que Noman rescindiu o contrato com os porteiros que faziam a segurança nas unidades de saúde. “Médico precisa de segurança para trabalhar”, afirmou Engler.

Como funcionou o debate em BH

O debate na capital mineira contou com quatro blocos. Nos três primeiros blocos, os candidatos  fizeram perguntas entre si, com direito a réplica e tréplica. O quarto e último bloco foi dedicado às considerações finais dos cinco participantes do embate na TV Alterosa.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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