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Prédio da prefeitura de Belo Horizonte
Partidos se organizam para disputar a prefeitura de Belo Horizonte| Foto: Adão de Souza/Prefeitura de BH

A disputa eleitoral na capital mineira - onde pouco mais de dois milhões de habitantes estão aptos a votar nas eleições municipais para prefeito e vereador em outubro - está sinalizando que o provável futuro mandatário municipal pode estar mais alinhado a uma ala mais conservadora.

Conforme o último levantamento do instituto Quaest*, o jornalista e apresentador Mauro Tramonte (Republicanos), deputado estadual em segundo mandato, aparece em primeiro lugar com 25% das intenções de votos para a prefeitura de Belo Horizonte, seguido pelo também deputado estadual Bruno Engler (PL), com 12%. Talvez essa popularidade de Tramonte possa ser explicada pela sua carreira jornalística, principalmente na TV Record, onde apresenta há 16 anos a versão mineira do “Balanço Geral”. O apresentador está licenciado.

Já Engler conta a popularidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para deslanchar nas pesquisas. O PL definiu que fará a convenção de seu diretório, em BH, no próximo dia 2 de agosto. Bolsonaro é aguardado para o lançamento oficial da candidatura de Engler, mas ainda não há confirmação da presença dele.

Essa pesquisa mostra o deputado estadual Mauro Tramonte isolado na liderança e os outros candidatos, Duda Salabert (PDT), João Leite, Bruno Engler e Carlos Viana (Podemos) dentro da margem de erro que é de 3 pontos percentuais, em segundo lugar. A disputa eleitoral está muito aberta aqui em BH. O que eu vejo é que a esquerda em Belo Horizonte não tem um nome de referência. Nem o candidato oficial do PT, deputado federal Rogério Correia, conseguiu, até agora, fazer essa diferença”, analisa a professora de Direito Público Virgínia Machado.

De acordo com a professora, desde as últimas eleições presidenciais, com a disputa entre  Bolsonaro e Lula (PT), a capital mineira mostrou uma tendência mais à direita do espectro político. “Os números que tivemos na última eleição para presidente, em 2022, nos permitem perceber essa mudança em BH e ela se mantém. Podemos notar que talvez alguns insucessos da atual gestão do prefeito Fuad Noman (PSD) e até o anúncio do câncer feito por ele tenham contribuído para que dois nomes de perfis parecidos, como Tramonte e Engler, tenham neste momento a preferência do eleitor mineiro, porque as pessoas avaliam as possibilidades futuras de quem está na corrida eleitoral”.

O levantamento da Quaest também apontou como a administração do prefeito Fuad Noman é avaliado: 31% dos eleitores de BH o consideram positivo, enquanto para 40% a gestão municipal é regular e, para 16%, negativa.

"Direita brasileira está muito bem definida ao se relacionar com as redes sociais", aponta analista

Para Virgínia Machado, as redes sociais, novamente, irão ditar as campanhas municipais. “A forma de fazer campanha mudou muito, a avaliação que faço hoje de uma pesquisa de intenção de voto teria outros contornos há 10 anos. A política hoje é dinâmica, as narrativas são colocadas antes mesmo dos fatos acontecerem. O que vejo é uma direita brasileira muito bem definida ao se relacionar com as redes, então esse é um ponto crucial para a esquerda. Ela precisa rever sua forma de lidar com essa ferramenta”, observa.

Além da avaliação dos pré-candidatos à prefeitura de BH, a pesquisa Quaest revelou como o eleitor da capital mineira vê as administrações Zema (Novo) e Lula (PT).  O governador tem uma avaliação considerada positiva por 37% dos eleitores, enquanto 27% dos eleitores consideram o governo Lula como positivo.

*Metodologia da pesquisa mencionada: 1,2 mil pessoas entrevistadas pessoalmente em BH, pela Quaest Pesquisas, entre os dias 12 e 15 de julho de 2024. A pesquisa foi contratada pela Sedek Serviços, Tecnologia e Informação Ltda. Confiança: 95%. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Registro no TSE nº MG-01625/2024.

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